one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Indígenas suspeitam que ataques possam ter sido de fazendeiros da região.

Imagem: Wilson Dias/ABr

Compartilhar:

Comunidade Guarani Kaiowá no MS é novamente atacada a tiros

Criado em 29/08/12 16h29 e atualizado em 24/10/12 14h20
Por Carolina Gonçalves Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Guarani Kaiowá
Indígenas suspeitam que ataques possam ter sido de fazendeiros da região. (Foto: Wilson Dias / ABr)

Brasília - Três meses depois da reunião entre representantes do governo federal e lideranças indígenas em busca de soluções para a pacificação da região sul de Mato Grosso do Sul (MS), um grupo da comunidade Guarani Kaiowá foi novamente atacada a tiros por pessoas não identificadas. A suspeita dos indígenas é que o ataque de ontem (29), assim como os de outras ocasiões, partiu de fazendeiros da região que tentam reaver a terra ocupada pela etnia.

De acordo com os indígenas, este foi o primeiro ataque na presença de autoridades. Os tiros, segundo os indígenas, foram disparados no momento em que a comunidade estava reunida com representantes do Ministério Público Federal (MPF) no estado. Em nota, o MPF em Ponta Porã explicou que o objetivo do encontro era tratar da questão fundiária e escutar as demandas da comunidade. De acordo com os relatos da equipe, a reunião transcorria normalmente. "Ao final do encontro, a equipe do MPF escutou o barulho de dois tiros e, minutos depois, mais dois tiros para o alto, à distância", segundo informou a nota.

Os conflitos na área próxima ao município de Paranhos, fronteira entre MS e Paraguai, começaram quando o governo federal reconheceu, demarcou e homologou a Terra Indígena Arroio Korá, em dezembro de 2009. Poucos dias depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a continuidade do processo de homologação, atendendo aos proprietários das fazendas. A liminar ainda está mantida e o processo foi entregue, segundo a assessoria de imprensa do órgão, à ministra Rosa Weber, que ainda está analisando o caso.

A indefinição judicial é apontada pelas lideranças indígenas como motivadora dos conflitos. De acordo com o STF, não existe prazo ou expectativa de data para o julgamento. A área homologada pelo governo federal é aproximadamente 7 mil hectares e atualmente os índios ocupam uma área de aproximadamente 500 hectares.

De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), pelo menos dois inquéritos já foram instaurados pela Polícia Federal na região. Um deles apura o desaparecimento do indígena Eduardo Pires após um atentado ocorrido há mais de um ano. Em outro inquérito, agentes da PF estão interrogando fazendeiros da região que ameaçaram lutar pela área, com mensagens gravadas em vídeos divulgados na rede social de computadores.

Há poucos meses, um grupo de pessoas ameaçadas de morte na região foram inseridas nos programas de proteção da Secretaria de Direitos Humanos (SDH/PR). Ainda segundo a Funai, tanto agentes da Polícia Federal como da Força Nacional de Segurança preparam ações preventivas contra a violência na região, como rondas nas aldeias.

Edição: Fábio Massalli

VEJA MAIS: JORNALISMO PARTICIPATIVO

Vídeo exibido no quadro Outro Olhar, da TV Brasil, mostra denúncias dos índios Guarani-Kaiowá sobre a expulsão de suas terras por causa do mercado da cana de açúcar e sobre o genocídio que vem vivendo nos últimos anos. A produção é de An Baccaert, Cristiano Navarro e Nicola Mu. O vídeo faz parte do documentário "À Sombra de um Delírio Verde". Assista na íntegra aqui.

Creative Commons - CC BY 3.0 -
Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário