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Inundações e secas decorrentes de mudanças climáticas causam doenças, alerta OMS
Criado em 29/10/12 10h53
e atualizado em 29/10/12 12h05
Por Renata Giraldi
Edição:Juliana Andrade
Fonte:Agência Brasil
Brasília – O Atlas da Saúde e do Clima, divulgado hoje (29) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que no Brasil as temporadas de inundações e de seca geram a curto, médio e longo prazos uma série de doenças. Em 68 páginas, o estudo mostra que as preocupações se concentram no Norte, devido à seca, e no Sul, em decorrência das inundações e dos deslizamentos de terras, considerados constantes.
Uma série de problemas de saúde, segundo o estudo, são gerados pelas mudanças no clima que atingem milhões de brasileiros e provocam surtos epidêmicos de doenças, como diarreia, malária, dengue e meningite. Nas páginas de 27 a 30, o relatório informa que de 2000 a 2010 foram registrados 1.320 casos de inundações. O período apontado como a “pior seca dos últimos 60 anos” foi de 2004 a 2010, na Amazônia.
O estudo revela que as doenças mais comuns causadas pelas alterações climáticas têm relação direta com uma série de fatores, como poluição e infraestrutura local. A maior parte das mortes, segundo o relatório, é entre bebês recém-nascidos. Há registros também de números elevados de casos nem sempre fatais de pneumonia, diarreia e malária.
Os especialistas advertem ainda para que as pessoas redobrem os cuidados com a exposição ao sol, pois há estudos que demonstram que as elevadas temperaturas e os raios de sol podem causar problemas à saúde. O alerta é para limitar a exposição ao sol, procurar lugares à sombra, usar roupas que protejam, chapéus e óculos. Também é recomendado o uso de protetor solar.
Planejamento
No Atlas da Saúde e do Clima, há exemplos práticos de como planejar e adotar ações em saúde pública para prevenir os problemas causados pelas mudanças climáticas. A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que é fundamental prevenir e preparar a população. Segundo ela, as ações conjugadas dão vida “ao coração da saúde pública”. “Informações sobre a variabilidade e mudanças climáticas são ferramentas poderosas que auxiliam as nossas tarefas”, disse.
A diretora-geral observou que, por enquanto, os dados dos serviços de informações sobre clima têm sido “subutilizados” na saúde pública. Para ela, a falta de atenção a esses dados acaba aumentando a incidência de doenças infecciosas, como malária, dengue, meningite e cólera. Segundo o estudo, a situação se agrava principalmente entre crianças e idosos.
Edição: Beto Coura e Juliana Andrade
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