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A presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, acredita em barreiras culturais.

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Encontro discute presença da mulher na área de ciência e tecnologia

Criado em 29/11/12 12h36 e atualizado em 29/11/12 18h17
Por Flávia Villela Edição:Denise Griesinger Fonte:Repórter da Agência

Maria das Graças Foster
A presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, acredita em barreiras culturais. (Marcello Casal Jr./ABr)

Rio de Janeiro – A presença tímida das mulheres na área de ciência e tecnologia, sobretudo em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país, é consequência do preconceito. A afirmação foi consenso entre os palestrantes do Encontro Nacional: Mulher, Ciência e Tecnologia, promovido hoje (29) pela Petrobras no centro da capital fluminense.

 

O reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ricardo Vieira Alves de Castro, apontou que embora as mulheres sejam maioria nas universidades e na área de humanas, a área da ciência e tecnologia é dominada por homens. “Parece que homens acham que [a área de] humanas é para mulheres e que as mulheres acham que a tecnológica é coisa para homem. Esses cortes não devem ser de gênero, mas de vocação e interesse pessoal. A mulher deve ter o direito de optar pela área tecnológica e o homem pela área de humanas.”

 

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Para a presidenta da Petrobras, Graça Foster, a baixa presença das mulheres em algumas áreas de tecnologia da empresa está relacionada a barreiras culturais impostas às mulheres desde a infância.

“No momento da escolha da formação, a mulher não deve se limitar pelas restrições da época de criança. A mamãe, a titia e o papai precisam deixar de tolher o ser humano para que ele seja livre para tomar suas decisões. A escolha deve ser legítima. A cultura não pode definir a formação de um profissional, pois ele não será feliz”, disse a presidenta da petrolífera.

Ainda segundo Foster, a diversidade é um bônus para as empresas por promover ideias, leituras e conceitos mais plurais e um ambiente mais rico. Ela considerou muito lento o aumento de engenheiras mulheres na empresa – de cerca de 8% para 11,6%, em 32 anos. “O crescimento foi de 3,6 pontos percentuais e o número de engenheiros cresceu muito de lá para cá. Além disso, temos apenas 5% de gerentes executivas – que é o alto nível de gestão da companhia”, comentou.

Apesar de defender políticas e programas para aumentar o número de mulheres na área tecnológica da companhia, Foster declarou ser contra a política de cotas em empresas. “Acredito que políticas de cotas nas universidades são justas e devidas, mas nas empresas entendo que não deva ser uma prática. Como uma mulher pode ser conselheira de uma empresa sem conhecimento, sem ter presidido uma empresa do grupo, sem ter exercido esse conhecimento?”, argumentou.

O reitor da UERJ disse acreditar que, devido à forte demanda por mão de obra qualificada, em dez anos o protagonismo das mulheres brasileiras na produção de ciência e tecnologia terá a expressividade que merece. “Haverá mais mulheres do que homens e essa mudança trará novos desafios para as famílias brasileiras. Não é possível que o trabalho doméstico continue desigual. As tarefas da casa devem ser divididas”, ponderou. “Haverá muito conflito, mas a mudança é inevitável, uma vez que homens e mulheres estão igualmente inseridos no mercado de trabalho. Tenho tentado fazer minha parte e já ensinei meu filho a cozinhar”, brincou o professor.

Edição: Denise Griesinger

Creative Commons - CC BY 3.0

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