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Presidente da CBF entra com ação contra filho de Herzog
Criado em 25/02/13 20h36
e atualizado em 25/02/13 21h45
Por Leandro Melito
Fonte:Portal EBC
A petição pública aberta por Ivo Herzog pedindo a saída de José Maria Marin da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já obteve mais de 25 mil assinaturas. O que o motivou a abrir a petição foi a relação entre a atuação de José Maria Marin na Assembléia Legislativa de São Paulo em 1975 e a morte do jornalista Vladimir Herzog no mesmo ano, após ser preso pelos miltiares.
Procurado para se pronunciar sobre a petição, o assessor da CBF Rodrigo Paiva afirmou que o assunto não tem relação com a instituição e que José Maria Marin entrou com uma ação na Justiça contra o autor. "Todo mundo fala em democracia. Esse é um direito constitucional da pessoa se defender de acusações contra ela", diz.
Ivo Herzog afirma que não foi comunicado da ação, mas afirma que está aberto ao diálogo com Marin. "Se ele não concorda com os pontos que eu estou colocando na petição, estou disposto a conversar. Me sinto no direito de questionar uma pessoa que tenho evidências de ter apoiado uma ação contra meu pai", afirma Ivo Herzog. Ele considera que a CBF deveria se preocupar com o caráter das pessoas que integram a instituição. "´É uma pessoa que apoiou a ditadura e elogiou publicamente pessoas que tiveram relação com a prisão de meu pai. Uma pessoa que tem esse comportamento eu tenho vergonha de ver a frente de uma instituição que representará o Brasil mundialmente na Copa do Mundo de 2014", desabafa.
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Em 1975, José Maria Marin era deputado estadual em São Paulo pela Arena, partido que apoiou a ditadura. No período, ele usou a tribuna da Assembléia para criticar o departamento de jornalismo da TV Cultura, emissora do governo do Estado, então dirigida pelo jornalista Vladimir Herzog.
Em um pronunciamento em outubro daquele ano, Marin pediu "providências aos orgãos competentes em relação ao que está acontecendo no canal 2", que estava sendo acusado de "infiltração comunista" por um artigo do jornalista Claudio Marques. Na noite de 24 de outubro, 15 dias após o discurso de Marin na Assembléia, os policiais chegaram na TV Cultura para levar o jornalista. Após pedido de seus colegas, Herzog foi liberado para passar a noite em casa com a condição de se apresentar à polícia no dia seguinte. No dia 25, ele foi ao Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna), onde foi submetido a torturas e acabou morto pelos agentes de repressão.
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