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Carteira de Trabalho

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Jovens buscam inserção no mercado, mas empregos são precários

Criado em 20/03/13 13h39 e atualizado em 20/03/13 13h59
Por Sueli de Freitas Fonte:Portal EBC

Carteira de Trabalho
O trabalho informal e a rotatividade são problemas vividos pelos jovens (Wilson Dias/Arquivo ABr)

A inserção dos jovens no mercado de trabalho, em empregos formais e de qualidade, e com garantia de permanência na escola ainda é um desafio para o Poder Público. O tema foi debatido na mesa Juventude e Trabalho, realizada na manhã de hoje (20) como parte da programação da Conferência do Desenvolvimento (Code/Ipea), que está acontecendo em Brasília.

Carlos Henrique Corseuil, diretor-adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, apresentou um estudo que mostra outro problema vivido pela juventude: a alta taxa de rotatividade nos setores que absorvem essa força de trabalho. “A pouca experiência e qualificação empurram os jovens para empregos com contratos mais instáveis”, afirmou.

A especialista em emprego da Organização Internacional do trabalho (OIT), Anne Posthuma ressaltou que, apesar da queda do índice de desemprego na última década, a inserção no mercado de trabalho ainda é um problema para a população jovem. “A informalidade está caindo, mas ainda afeta mais os jovens que os adultos”, constatou.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011, mais de um terço (33,9%) dos desocupados eram jovens entre 18 e 24 anos de idade. Fatores como gênero, raça e localização regional ainda são determinantes para a ocupação. Se para toda a população jovem o desafio é conseguir um emprego de qualidade, a situação é ainda mais precária para as mulheres – tanto jovens como adultas – e para os negros.

Por outro lado, a busca por conhecimento é uma marca da geração. A escolaridade é maior entre os jovens do que a população adulta, com destaque para as mulheres, que têm mais anos nos bancos escolares do que os homens. “Isso demonstra que os jovens estão buscando experiência no mercado e estudando”, disse a técnica da OIT. Mas nem sempre é assim. A gravidez na adolescência é um dos fatores que dificultam aos jovens conciliar os cuidados familiares, estudos e trabalho.

Anne Posthuma destaca que a entrada no mercado de trabalho na adolescência reflete uma necessidade econômica, além da busca pela independência e realização pessoal. “Poderia ser favorável se fosse em boas condições, sem largar os estudos”. Os impactos da entrada no mercado precário de trabalho são sentidos na vida adulta, com empregos de baixa qualidade.

Além da inserção no mercado em empregos de qualidade e com garantia de não abandono dos estudos, outro desafio diz respeito à população conhecida por “nem, nem”, ou seja, aqueles que “nem estudam, nem trabalham”, que representam 5,3 milhões de jovens segundo o Censo. Anne Posthuma lembra que esse é um problema não apenas no Brasil. No âmbito da União Europeia, o grupo cresceu a partir das crises, o que levou países como a Alemanha à adoção de pacotes de proteção social.

Para a técnica da OT, a formulação de políticas públicas precisa romper o ciclo de pobreza, desigualdades, discriminação, baixa qualificação e dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. “É preciso combinar políticas macroeconômicas e microeconômicas, olhando para a oferta de oportunidades, mas também para as demandas dos jovens, com qualidade de inserção no mercado e de aprendizado”, afirmou. Na sua avaliação, é necessária a integração das políticas dirigidas aos jovens, com sintonia entre projetos desenvolvidos pelos diversos ministérios.

A OIT participa de um fórum tripartite que está pensando um Plano Nacional de Trabalho Decente para a Juventude. Esse plano terá como alguns dos eixos: mais e melhor educação; políticas públicas para auxiliar o jovem a conciliar o acesso ao trabalho decente, estudos e demandas familiares; inserção de qualidade no mercado e igualdade de oportunidades; articulação entre as políticas públicas.

O diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Rodolfo Peres Torelly, falou das ações governamentais para os jovens, destacando o trabalho do Sine, que tem como maior público os jovens de 18 a 24 anos. “O Sistema Nacional de Emprego não está em condições ideais de atendimento, mas há um projeto conjunto dos ministérios de Desenvolvimento, Educação e Trabalho para que o Sine seja a porta de entrada para o Pronatec”, afirmou. O Pronatec é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, criado pelo Governo Federal, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.

Creative Commons - CC BY 3.0

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