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Índios passam a noite no Museu Anchieta para cobrar demarcação de terras

Criado em 16/04/14 21h27 e atualizado em 16/04/14 21h34
Por Elaine Patricia Cruz Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

Os índios guaranis que ocuparam hoje (16) o Museu Anchieta, no Pátio do Colégio, centro de São Paulo, reivindicam que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assine uma portaria para regularizar as terras que eles ocupam há anos na capital paulista. Os 50 índios da manifestação, ocupantes de terras indígenas no Jaraguá, zona oeste, e Tenondé Porã, no extremo sul da cidade,  passarão a noite no local e amanhã (17) farão uma série de atividades no Pátio do Colégio, marco de fundação da cidade de São Paulo, para pressionar o ministro a assinar a demarcação de suas terras.

A ocupação, que teve início por volta das 15h30, foi feita de forma pacífica. O diretor do local, padre Carlos Contieri, de início tentou negociar com os índios a saída do local, alegando, principalmente, que se tratava de um local particular. Mas depois acabou autorizando a permanência. “Fui pego de surpresa. Não esperava que viessem aqui. Mas vou permitir que fiquem, embora não tenha como oferecer um local de conforto para vocês”, disse o padre aos índios. No final, o padre pediu que o protesto seja pacífico e sem depredações.

Um manifesto, distribuído no local, informa que a aldeia Tekoa Pyau, na terra do Jaraguá, sofre processo de reintegração de posse que coloca em risco a permanência dos índios. “A aldeia do Jaraguá é muito antiga, do início da década de 1960”, disse Karai Popyguá. Segundo ele, a terra tem cerca de 1,7 alqueire e é ocupada por cerca de 800 índios. “É uma situação crítica a que estamos enfrentando dentro da terra do Jaraguá”, disse ele. “Não estamos sendo reconhecidos no território, e estamos sendo expulsos”, reclamou.

Já a aldeia Tenondé Porã, segundo Jera - também chamada de Giselda, uma das lideranças da aldeia - tem 26 hectares, com 200 famílias. “As pessoas desta aldeia, que plantam, precisam de área para viver e para ter alimentação”, disse ela.

“Nosso objetivo é ocupar o pátio, simbólica e pacificamente, para amanhã de manhã, do lado de fora, fazermos um debate e falar para as pessoas nas ruas para conseguir repercussão que nos ajude a gritar para o mundo que queremos a demarcação de nossas terras, que está na mesa do ministro”, disse Jera, ou Giselda. Segundo ela, a ideia de ocupar o Pátio do Colégio surgiu porque o local, historicamente, foi uma aldeia indígena.

Ela disse que a mobilização será mantida até que a portaria seja assinada. "Desde o contato com o 'mundo de lá', a gente sempre esteve em luta. Então, não é agora que a gente vai parar", argumentou.

 

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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