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Brasil precisa mudar conceitos para acabar com racismo, diz professor

Criado em 12/05/15 21h30 e atualizado em 12/05/15 21h42
Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Uma cultura baseada na valorização da pele clara e um sistema educacional que não valoriza todos os brasileiros como iguais. De acordo com o professor e jornalista Edson Cardoso, a sociedade precisa mudar esses conceitos para acabar com o racismo. Cardoso respondeu a perguntas de parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres hoje (12), em Brasília.

“Na escola conseguimos colocar que a escravidão aconteceu antes das Pirâmides do Egito, mas a escravidão está aí. Temos que compreender que somos envolvidos em uma ideologia que exclui essas pessoas. Então, não vamos avançar se não formos capazes de mudar, mexer no sistema educacional, na representação do humano”, disse o professor.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres ouve o professor e jornalista, militante da igualdade racial, Edson Cardoso (Wilson Dias/Agência Brasil)

O professor e jornalista Edson Cardoso diz que a população estigmatiza as pessoas negras como inferioresWilson Dias/Agência Brasil

Na opinião de Cardoso, a população estigmatiza as pessoas negras como inferiores e essa mentalidade limita o potencial da sociedade como um todo. “Sabemos todos que estigmatização é desumanização. Se mais da metade da população é atingida pela estigmatização, como é a população negra, temos que pensar nos efeitos no conjunto da sociedade. O que significa uma sociedade onde grande parte da população é considerada menos humana e inferior?”

Para o presidente da comissão, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), fica mais clara a ideia de que há um genocídio de negros no Brasil. “É fundamental essa compreensão da democracia racial no país. E o professor traz essa compreensão como o racismo ficou estruturante nas instituições de poder no Brasil. Ela se soma à compreensão de que de fato há no Brasil um genocídio em relação aos jovens negros no país”, explicou o deputado.

A audiência pública feita hoje se soma a trabalhos já feitos pela CPI, como, por exemplo, uma audiência no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Entre os próximos passos da CPI está ouvir os secretários de Segurança Pública do País sobre o modelo de policiamento praticado nas cidades, além de representantes do Judiciário.

Para o presidente da comissão, a Justiça não funciona quando há crimes contra a vida, apenas contra o patrimônio. “Não podemos admitir que a cor da pele seja questão determinante da ordem pública, da segurança pública”, disse o parlamentar. Segundo ele, o objetivo da CPI é compartilhar responsabilidades sobre segurança pública entre União, estados e municípios.

A comissão deve propor, ao final dos trabalhos, que cada município tenha seu plano de enfrentamento a homicídios. Ainda há a ideia de trabalhar, com uma série de ministérios, políticas públicas que mudem as condições de vulnerabilidade dos jovens negros.

A  CPI foi instalada, no final de março, motivada por dados como o Anuário da Violência de 2014, que revelou que, das 56.337 pessoas assassinadas no Brasil, em 2012, mais de 30 mil são jovens, em sua maioria negros, do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos. 

 

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