one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Compartilhar:

Caravana de Ayotzinapa chega ao Brasil para debater desaparecimentos forçados

Criado em 20/05/15 19h22
Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Chega ao Brasil no dia primeiro de junho a Caravana 43, movimento que reúne parentes dos desaparecidos, estudantes e professores da Escola Normal Rural de Ayotzinapa. No dia 26 de setembro do ano passado, 43 estudantes da Ayotzinapa desapareceram após a forte repressão policial a uma manifestação na cidade de Iguala, estado de Guerrero, no México. A Caravana 43 Sudamérica estará em São Paulo de 1º a 4 de junho, em Porto Alegre de 5 a 8 e no Rio de Janeiro de 9 a 12 de junho.

Com o slogan “Vivos os levaram, vivos os queremos: o desaparecimento de 43 estudantes de Ayotzinapa – México”,  um evento preparativo foi feito hoje (20) no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), no Maracanã, para lembrar os estudantes desaparecidos. Várias atividades artística, acadêmica e política foram desenvolvidas. Um grupo de estudantes mexicanas que fazem mestrado no Brasil fez uma exposição do caso no contexto político mexicano.

Os alunos do Cefet pintaram o rosto dos 43 desaparecidos e fizeram uma adaptação de uma música mexicana em homenagem aos estudantes, finalizando com uma intervenção teatral e a soltura de 43 balões brancos e seis vermelhos, simbolizando os desaparecidos e mortos na intervenção policial. A professora Marisa Brandão, da coordenação de sociologia do Cefet, explicou que o evento foi feito dentro da proposta de levar a realidade latino-americana para dentro da escola e compartilhar as experiências.

“A gente pode ajudar [os mexicanos] difundindo essa história completa, o máximo possível. Entendendo que não é um caso isolado, é um caso que tem a ver com a economia e com a política mexicana, com a reforma da educação básica no México. Então, quanto mais a gente puder difundir essa história, mais a gente vai ajudar a pressionar o governo mexicano a reabrir as investigações, porque eles encerraram as investigações sem nada comprovado”, disse.

A Caravana 43 Sudamérica informou, por meio da assessoria de imprensa, que a investigação da polícia concluiu que os 43 estudantes foram sequestrados e mortos por traficantes, mas diversas entidades, pesquisadores e jornalistas provaram que a versão oficial é inverossímil e consideram que o crime ainda não foi esclarecido.

Para a professora Marisa, os brasileiros têm muito a aprender com a luta dos mexicanos e também deve debater a questão dos desaparecimentos forçado, presentes na nossa sociedade. “No debate. teve aluno fazendo essa relação com os nossos desaparecimentos, os nossos presos políticos atuais, os 23 presos políticos [das manifestações de 2013 e 2014]. Os desaparecimentos que a gente tem, de populares, de moradores de favelas, que é como se não existissem, então se desaparecer não se fala tanto. Também nesse sentido, para alertar para a gente que isso acontece aqui também, de uma forma diferente, mas acontece também”, ressaltou.

A Rede de Coletivos em Solidariedade por Ayotzinapa organiza eventos desde outubro para divulgar o caso e cobrar investigação e punição para os culpados, além de debater o problema dos desaparecimentos forçados.

Editor Aécio Amado
Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário