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O Estoril, na Praia de Iracema, foi palco do encontro de duas gerações de músicos independentes locais na abertura da Feira da Música nesta quarta-feira

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Diferentes gerações de músicos independentes interagem na Feira da Música

Criado em 22/08/13 11h16 e atualizado em 26/08/13 21h48
Por Leandro Melito Fonte:Portal EBC

Feira da Música de Fortaleza
O Estoril, na Praia de Iracema, foi palco do encontro de duas gerações de músicos independentes locais na abertura da Feira da Música nesta quarta-feira (Foto: Rede Brasil)

Fortaleza - Referência histórica da cena cultural de Fortaleza, o Estoril, na Praia de Iracema, foi palco do encontro de duas gerações de músicos independentes locais na abertura da Feira da Música nesta quarta-feira (21).

Artistas debatem possibilidades da música independente

Feira da música promove interação entre bandas e estimula mercado alterantivo

Representante da geração que começou a gravar discos de maneira independente na década de 80, João Wanderley Roberto Militão - o Pingo de Fortaleza, como é conhecido - lançou na abertura do evento o projeto Pérola do Centauro, uma compilação da história da música no Ceará. Além de um livro que compila textos de diferentes historiadores e pesquisadores da música local, o projeto abrange dois discos e um documentário, que foi exibido para o público presente.

“O que eu pude perceber é que nós sempre tivemos uma produção muito plural, muito abrangente e que nós tivemos sempre dificuldade na difusão. Essa dificuldade permanece embora nós tenhamos outros meios, multimeios”, considera o cantor e compositor que também atua como produtor e pesquisador da música local.

Apesar da dificuldade na difusão do que é produzido no Ceará, Pingo é otimista com a nova safra de músicos que despontam na cidade e também percorrem o caminho da produção musical independente e destaca a interação entre essas diferentes gerações de músicos. “Eu vejo de forma muito feliz a chegada de novos artistas e também vejo que todo um conjunto  de produtores e artistas da década de 70 continuam atuando, assim como da geração de 80 e 90.  Eu fico muito feliz e percebo uma interação entre essas gerações. A  Feira da Música é um ajuntamento que possibilita uma amostragem dessa produção contemporânea”, diz.

Confira em vídeo a entrevista com Pingo de Fortaleza

Creative Commons - CC BY 3.0 -



Representantes da mais nova geração de músicos de Fortaleza, a banda de música instrumental Astronauta Marinho abriu a primeira noite do evento apresentando músicas dos dois EPs que lançaram em pouco mais de 2 anos de atuação. Astronauta Marinho nasceu originalmente como um projeto solo de Felipe de Lima Couto, músico e produtor de quarto, como ele mesmo define em seu blog.

Creative Commons - CC BY 3.0 -

Felipe  produziu as primeiras composições em sua própria casa, gravando os diferentes instrumentos. A banda se somou a partir das apresentações ao vivo e desde então eles gravam e se apresentam dessa maneira. Guilherme Alves, baterista da banda, considera importante a exibição do documentário produzido por Pingo na abertura da Feira. “Muita coisa do que rolou pré-Fagner eu não tinha conhecimento.

Eu acho que isso colabora para essa união da cena. Nós somos uma banda com quase três anos, mas tinham aqui verdadeiros anciões da música Cearense. Pessoas que já rodaram o país, talvez o mundo com música feita aqui. Cara que viveu na mesma cidade que a gente, que esteve nesse mesmo local há 50 anos atrás, a nossa idade. A gente se sente conectado, se sente parte disso”.

Caio Cartaxo, baixista da banda, considera que o documentário propicia um distanciamento em relação ao percurso histórico das bandas que construíram a cena independente no Ceará, principalmente das décadas de 70 e 80 e destaca que ele passa um sentimento de “fazer mais”.

“Ver o pessoal que estava agindo [na época], falando [no documentário] e comentando coisas prosaicas, encontros que foram surgindo e diálogos que foram sendo estabelecidos e colaborações e ver que isso deu no que deu... esse sentimento não é diferente da gente, todo mundo está fazendo coisas aqui, ou seja, é não perder tempo pensando demais e fazer mais”.

Ivan Ferraro, coordenador da Feira da Música, considera que o evento foi uma “alavanca” para  a música independente local. “Por ser um dos primeiros eventos a traze a questão do negócio da música, de pensar na cadeia produtiva da música, foi uma alavanca muito grande pra pensar a cadeia independente na região Nordeste como um todo”. Ferraro participou de um debate com representantes das secretarias municipal e estadual de cultura, onde foram discutidas políticas públicas e a necessidade de investimento no setor.

“A  música independente se relaciona com a distância relativamente curta do poder público. Músicos participam de editais das cidades, estão dentro da programação, mas o financiamento público é ainda muito pequeno e a gente precisa de mais investimentos”.

Confira em vídeo a entrevista com Ivan Ferraro

Creative Commons - CC BY 3.0 -


 

Creative Commons - CC BY 3.0

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