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Bienal do Livro Rio de Janeiro

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“Acampamento” na Bienal incentiva encontro de jovens com autores brasileiros

Criado em 05/09/13 00h27 e atualizado em 07/07/16 14h20
Por Alana Gandra Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Rio de Janeiro - Jefferson dos Santos Barbosa tem 16 anos e cursa o segundo ano do ensino médio  em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele foi um dos participantes  do primeiro “acampamento” montado na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro com o objetivo de facilitar o encontro direto de jovens na faixa dos 14 anos aos 24 anos com autores brasileiros, sem mediadores, para debater temas de interesse geral. Esse é um espaço dedicado à cultura jovem e uma das novidades da bienal deste ano. A 16ª Bienal do Livro do Rio foi aberta no último dia 29 de agosto e se estenderá até dia 8.

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Hoje (4), um dos debates com os jovens no “acampamento” na bienal foi com o músico e escritor Tony Bellotto, guitarrista da banda de rock Titãs, cujo exemplo serve de incentivo a novos escritores, como  Jefferson. O jovem teve um primeiro livro sobre o bairro onde mora, intitulado Nossa Senhora do Carmo: Memórias, publicado pela prefeitura de Duque de Caxias, em 2010, e procura agora uma editora para a segunda obra, que aborda o problema do bulling.  Durante o debate, Tony Bellotto disse acreditar “em manter a ideia de um livro secreta até ter ela completa para poder mostrar”.

“O acampamento é uma ideia bacana, porque a maioria dos eventos não tem essa interação do público com o autor. Acho legal, porque o pessoal fica próximo, consegue discutir com o convidado. Tomara que continue nas próximas edições”, disse Jefferson. Sobre a participação específica do titã Bellotto, Jeferson foi direto: “Prefiro ele escritor do que cantor”. Para o jovem,  o novo livro de Bellotto, Machu Picchu, “é muito bom”. O livro aborda conflitos familiares, inclusive entre gerações, assunto que o curador do acampamento, João Alegria, disse  à Agência Brasil ser “muito presente no imaginário desse segmento etário que a gente está atendendo”.

O acampamento permite, segundo Alegria, que se estabeleça  um momento de tranquilidade entre os jovens e pessoas que podem conversar sobre suas experiências, sua metodologia de trabalho, interesses, coisas que cada convidado faz. O que tem chamado a atenção, desde a abertura da bienal, é que o público que comparece ao acampamento “tem muitas perguntas para fazer”.  A ideia inicial era limitar a participação a jovens a partir dos 16 anos de idade. A procura, contudo, foi tão grande que a curadoria resolveu reduzir a idade mínima dos participantes.

Um dos temas que perpassa toda a programação do acampamento é a questão digital. O marco civil da internet, por exemplo, foi abordado com os jovens pelo autor do projeto de lei, deputado Alessandro Molon, no primeiro dia da bienal.  João Alegria  destacou a importância do tema, “principalmente considerando o quanto foi decisiva a mobilização digital para as manifestações  recentes no Brasil que envolveram os jovens”.

Um dado curioso é que muitos jovens presentes, bem como os convidados de várias sessões, gostam de compartilhar suas experiências de vida. Boa parte dos autores tem origem na classe C, que é o público que predomina na plateia. “O público e os convidados têm uma garra, que é um negócio inédito para mim em debates de literatura. São pessoas que têm vontade de fazer, de dar acesso. A maior parte deles levou ou citou a mãe como experiência e exemplo de vida, o que mostra um certo comportamento desse segmento social, que tem força para lutar pelo que quer muito forte. Isso está presente nos autores e no público”. Segundo o curador, o público parece querer ouvir uma mensagem motivacional. 

Amanhã (5), haverá uma sessão no acampamento sobre aplicativos digitais e como eles funcionam. “A camada digital está sempre presente”, disse o curador. Outro tema de destaque no evento é a literatura fantástica, que é composta por jovens escritores brasileiros contemporâneos que não estão nas listas mais citadas de autores nacionais, “mas que formam um grupo com muita garra e muita capacidade de produção e de criação”, como Raphael Draccon e Fábio Yabu.

Dependendo do horário das sessões e do tema abordado no debate, o público do acampamento costuma ultrapassar a faixa etária prevista de 24 anos, incluindo professores, informou o curador.

Edição: Fábio Massalli

Creative Commons - CC BY 3.0

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