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Bárbara Piemonte representante cigana no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial se  apresentou na Teia da Diversidade em Natal

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Dia Nacional do Cigano é marcado por lançamento de edital de R$ 850 mil

Criado em 23/05/14 16h13 e atualizado em 24/05/14 08h17
Por Leandro Melito e Noelle Oliveira Edição:Edgard Matsuki

Conheça a história da jovem cigana Bárbara Piemonte
Bárbara Piemonte, representante cigana no Conselho Nacional de Promoçãp da Igualdade Racial se apresentou na Teia da Diversidade (Leandro Melito / Portal EBC)

Natal - O Dia Nacional do Cigano é comemorado neste sábado (24). A data, que coincide com o encerramento da Teia da Diversidade em Natal (RN), foi instituída em 2006 por meio de decreto presidencial que incluiu o dia no calendário nacional em reconhecimento à contribuição da etnia na formação da história e da identidade cultural brasileira. No calendário cigano, o dia 24 de maio é dedicado a Santa Sara Kali, padroeira dos povos ciganos.

Neste ano, a data é marcada pelo lançamento de um edital do Ministério da Cultura específico para os povos ciganos no valor de R$ 850 mil. O edital tem o objetivo de reconhecer e estimular iniciativas que atuam na preservação e proteção das culturas ciganas no Brasil. As edições anteriores dos prêmios contaram com valores de R$ 200 mil em 2007 e R$ 300 mil em 2010.

A promoção de editais com inscrições para pessoas jurídicas e pessoas físicas, com certificado de veracidade emitido pelas associações ciganas é uma das demandas apresentadas pelo povo cigano ao Minc em 2013 por meio da carta de Brasília, documento elaborado por 20 associações que se reuníram na I Semana Nacional do Povo Cigano, realizada na capital federal durante a Conferência Livre de Cultura em 2013.

A carta também propõe que que representantes indicados pelas associações dospovos ciganos participem dos processos de construção dos prêmios ou outras ações, por meio de comissões que sejam envolvidas na elaboração dos projetos. 

Bárbara Angely Piemonte, representante da comunidade Cigana na CNPIR (Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial), participou da Teia da Diversiade em Natal. "O ponto de cultura nosso é um ponto itinerante. A gente é a cultura e a gente caminha pelos estados e municípios levando a música e a dança do povo cigano", conta. Ela considera que o evento também é marcado pela reivindicação de direitos. "A minha luta começa a hora que eu acordo, que eu saio na rua", enfatiza. 

As principais demandas apresentadas pelos povos ciganos estão voltadas para a área de educação, saúde, registro civil, segurança, direitos humanos, transferência de renda e inclusão produtiva.

A jovem cigana assumiu sua cultura aos dezoito anos, quando colocou seu primeiro dente de ouro. Ela, que até então não se apresentava como cigana, revelou aos amigos mais próximos que era cigana. "Eu me assumi para algumas pessoas que já estavam convivendo comigo. Alguns já sabiam mas não contavam porque entendiam o meu lado, tinham um pouco de receio por causa do preconceito". De acordo com Bárbara, o preconceito veio por meio de um professor que considerou que ela não deveria estudar por ser cigana. Ela assumiu a cultura e optou por abrir mão de algumas tradições como, por exemplo, o casamento.

Integrantre da etnia Calon, originária da Espanha e Portugal e com grande expressão em todo o território brasileiro, Bárbara  trabalha no resgate da música cigana tradicional europeia. "Se você entrar em qualquer acampamento no Brasil, você vai ver que a gente cultiva o sertanejo, a música sertaneja de raiz. Mas o cigano da europa cultiva outro estilo, a gente está resgatando isso pra não morrer a cultura", diz. 

Confira a entrevista com a cigana Bárbara Piemonte

Creative Commons - CC BY 3.0 -

Dados sobre a população cigana

Além dos Calon, estão presentes no Brasil as etnias Sinti e Rom. Os Sinti chegaram ao Brasil vindos da Alemanha e França principalmente depois da 1ª e 2ª Guerra Mundial e entre os Rom brasileiros predominam os Kalderash, Machwala e e Rudari, originários da Romênia. O primeiro registro oficial da chegada dos ciganos no país data de 1574, quando um decreto do governo português deportou o cigano João Torres e sua esposa Angelina para o Brasil por cinco anos.

Dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  de  2011 estimam que mais de 500 mil de ciganos vivam em todo o país. Eles estão divididos em 291 acampamentos. Existem acampamentos ciganos em 21 estados. Bahia (53), Minas Gerais (58), Goiás (38) são os estados com maior número de grupos de ciganos. Ao todo, quarenta prefeituras declararam que desenvolvem políticas públicas para os ciganos, o que corresponde a 13,7% dos municípios que declararam ter acampamentos. 

Edição: Edgard Matsuki

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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