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A conferencista Angela Davis dos EUA, fala sobre o feminismo negro e lutas de equidade durante o Festival Latinidades

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Angela Davis critica ausência de negros no poder e na televisão no Brasil

Criado em 25/07/14 22h28 e atualizado em 07/07/16 14h35
Por Mariana Tokarnia Edição:Luana Lourenço Fonte:Agência Brasil

A filósofa, escritora, professora e ativista norte-americana Angela Davis criticou hoje (25) a ausência de negros nos espaços de poder e nos meios de comunicação no Brasil.  "Não posso falar com autoridade no Brasil, mas às vezes não é preciso ser especialista para perceber que alguma coisa está errada em um país cuja maioria é negra e a representação é majoritariamente branca", disse. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade da população brasileira (50,7%) é negra.

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Angela Davis integrou o grupo Panteras Negras e o Partido Comunista dos Estados Unidos e chegou a constar na lista dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI (agência federal de investigação dos Estados Unidos).  Ela foi presa na década de 1970 e inspirou a campanha Libertem Angela Davis, que angariou apoiadores em todo o mundo.

"Quantos senadores negros há no Brasil? Se olharmos para o Senado não saberíamos que os negros constituem mais de 50% da população brasileira", disse, em participação no Festival Latinidades 2014: Griôs da Diáspora Negra. "Sempre assisto TV no Brasil para ver como o país se representa e a TV brasileira nunca permitiu que se pensasse que a população é majoritariamente negra".

Apesar da constatação, Angela fez um alerta: "Não significa somente trazer pessoas negras para a esfera do poder, mas garantir que essas pessoas vão romper com os espaços de poder e não simplesmente se encaixar nesses espaços". A ativista citou o caso dos Estados Unidos, em que houve época em que não havia político negro e que atualmente é presidido por um negro, Barack Obama. "O que mudou?", perguntou, sem responder. 

Angela voltou a comentar o conflito na Faixa de Gaza, entre Israel e Palestina. "Temos que reconhecer Israel como único Estado colonizador do século 21 que continua a se expandir. Da mesma forma que desafiamos o apartheid [na África do Sul], temos que lutar contra o apartheid israelense. Vidas de crianças estão sendo destruídas em Gaza", disse. "Temos que expressar nossa solidariedade ao povo da Palestina”.

Nesta quarta-feira (23), Angela defendeu o boicote a Israel como estratégia para barrar o conflito. A mais recente ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza começou no dia 8 de julho e foi seguida por uma intervenção terrestre iniciada na última quinta-feira (17). Quase 900 pessoas morreram, das quais 800 palestinos, a maioria civis, e 73 israelenses, 34 deles soldados. Hoje,  Hamas e Israel aceitaram trégua de 12h para este sábado. 

O Festival Latinidades 2014: Griôs da Diáspora Negra vai até o dia 28 de julho, em Brasília. Na programação estão previstos conferências, debates, lançamentos de livros, feiras, saraus e shows, além de outras atividades. A programação completa pode ser acessada no site do evento: www.latinidades.com


Editora: Luana Lourenço

Creative Commons - CC BY 3.0

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