one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Glauber Rocha foi um dos expoentes do Cinema Novo

Imagem:

Compartilhar:

TV Brasil exibe filmes restaurados de Glauber Rocha

Criado em 31/07/14 11h49 e atualizado em 31/07/14 11h56
Por Sueli de Freitas* Fonte:Portal EBC

Glauber Rocha foi um dos expoentes do Cinema Novo (Divulgação)

Barravento, Deus e o Diabo na Terra do Sol, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, A Idade da Terra, Terra em Transe e O Leão de Sete Cabeças. Seis filmes do controverso cineasta brasileiro Glauber Rocha serão exibidos pela TV Brasil a partir do próximo sábado (28) no Ciclo de Cinema. A cada semana, vai ao ar uma obra daquele que foi um dos idealizadores do Cinema Novo e revolucionou a forma de fazer a sétima arte no Brasil. As exibições serão sempre às 22h30, em cópias restauradas pela Cinemateca Brasileira.

O primeiro filme do Ciclo de Cinema Glauber Rocha é também o primeiro longa-metragem dirigido pelo cineasta: Barravento, filmado na praia do Buraquinho, em Itapuã, na Bahia. Conta a história de um homem que volta à aldeia de pescadores onde foi criado e questiona o misticismo do povo do local.

Creative Commons - CC BY 3.0 -

Barravento foi premiado no Festival de Karlovy Vary, da antiga Tchecoslovaquia, em 1962. Com Deus e o diabo na Terra do Sol, Glauber conquistou o Grande Prêmio no Festival de Cinema Livre da Itália e o Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Cinema de Acapulco. Terra em Transe conquistou o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes, o Prêmio Luis Buñuel, na Espanha, o prêmio de Melhor Filme do Locarno International Film Festival e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. Outra obra de destaque foi O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, que levou o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes e o Prêmio Luiz Buñuel.

Uma ideia na cabeça

O baiano Glauber Rocha, nascido em 1939, é considerado por muitos como o maior nome do cinema nacional. Ele viveu intensamente, produzindo, entre o final dos anos 50 e o início dos anos 80, uma densa obra que o transformou numa das maiores personalidades do Século XX. Sua filmografia conta com 10 longas e 8 curtas, produções feitas no Brasil e também no exterior.

Da geração que pensava o cinema como uma arte que pode ser produzida com  “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”, Glauber rompeu os limites da sua época ao propor uma nova linguagem e inovar na montagem dos seus filmes. Por este mesmo motivo, nem sempre foi compreendido como artista.

No Festival de Veneza de 1980, quando foi exibido o filme A Idade da Terra, a crítica italiana não teve boa reação. “Não faço um cinema convencional, não obedeço à lei da dramaturgia tradicional, e as pessoas ficam chocadas”, afirmou em entrevista à TV Globo na época.

Questionado sobre a repercussão do filme, ele disse: “Pelo que dizem os jornais mais importantes da Europa, trata-se de um filme delirante, paranoico, visionário, louco, sem pé nem cabeça, além dos limites do cinema ocidental europeu e norte-americano. São adjetivos infinitos. O filme não tem história... é um '‘barato’' audiovisual que fala do Brasil de todos os tempos e todas as eras. É um poema, não conta uma história do jeito que se conhece”.

Glauber foi um dos idealizadores do Cinema Novo, junto com cineastas como Cacá Diegues e Paulo César Sarraceni, movimento que propôs um cinema que mostrasse a realidade, com mais conteúdo e menor custo, fora dos padrões dos Estados Unidos. Ele incomodou ao tratar em suas obras de temas ligados à liberdade de expressão, à indústria do cinema e à crítica social.

Preso pela Ditadura Militar em novembro de 1965, por estar em um protesto contra os militares durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), no Rio de Janeiro, permaneceu 23 dias na prisão. Entre 1971 e 1976, viveu no exílio. Glauber morreu de problemas pulmonares, aos 42 anos, em 1981, deixando um legado que mudou a história do cinema nacional.


“Não há possibilidade de surgir outro Glauber Rocha”

“Trabalhar com Glauber era buscar um processo interno de criação. Aprendi que o som tem que implodir a imagem”, afirmou o cineasta Ricardo Miranda, montador do filme A Idade da Terra, em entrevista ao programa Diverso, da TV Brasil, em 2011. Na avaliação de Miranda, que faleceu no início de 2014, não há possibilidade de surgir outro cineasta semelhante.

Creative Commons - CC BY 3.0 -


Filmografia Glauber Rocha

Pátio (curta-metragem)
Cruz na Praça (curta)
O Pátio (curta)
Barravento
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Amazonas, Amazonas (curta)
Terra em Transe
Maranhão 66 (curta)
Câncer
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
O Leão de 7 Cabeças (Der Leone Have Sept Cabeças)
Cabeças Cortadas
História do Brasil
As Armas e o Povo
Claro
Jorjamado no Cinema (curta)
Di Cavalcanti (curta)
Idade da Terra

*Com informações do Tempo Glauber e vídeos com Glauber Rocha disponíveis na internet

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário