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Festival de Brasília debate ações e resultados das políticas públicas para o cinema
Criado em 19/09/14 14h08
e atualizado em 02/01/15 12h47
Por Tássia Martins
Edição: Thaísa Oliveira -
Fonte:Campus Online*
As ações do programa Brasil de Todas as Telas foram apresentadas nesta quinta-feira (18/9) no seminário Desenvolvimento econômico: produção e exibição. O debate ocorreu no Museu Nacional da República como parte da programação do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que se encerra na próxima terça-feira (23/9).
O programa é uma iniciativa governamental que articula parcerias, propõe modelos de negócios e reúne recursos financeiros para o cinema no país. O representante da Secretaria de Políticas de Financiamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Rodrigo Camargo, apresentou os eixos (produção e distribuição de obras audiovisuais, desenvolvimento de projetos, capacitação e formação profissional e infraestrutura de exibição) e os dados mais recentes do projeto, implementado em julho deste ano.
Para Camargo, a ideia consolida a política do audiovisual, que iniciou nova fase com a criação da Ancine, em 2001, e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), em 2006; e se aperfeiçoou com a entrada em vigor da Lei da TV Paga (Lei 12.485/2011), em 2011, e com início do programa Cinema Perto de Você, em 2012.
Confira a programação dos seminários do Festival, de 17 a 23 de setembro
O representante do Circuito Itaú de Cinema, Adhemar Oliveira, acredita que o país vive um momento diferenciado na história da produção audiovisual. “Nos últimos tempos houve um real pensamento do cinema como uma indústria, pensando todos os elos: da produção, de distribuição e de exibição. Eu vejo isso na prática. Nos últimos anos, tem existido o olhar para os elos da cadeia de cinema como um todo.”
O convidado da Tucuman Distribuidora de Filmes e do Cine Cultura Liberty Mall, Nilson Rodrigues, criticou as ações da Ancine. Segundo ele, apesar de benéficas, elas estão atrasadas e deixam o Brasil atrás de países como México e Argentina no processo de digitalização das salas de cinema. “Agora, tardiamente, a Ancine resolveu que vai financiar diretamente os complexos com até duas salas de cinema”, disse.
Resultados
O retorno dos projetos apoiados pela Ancine também foi questionado e Nilson Rodrigues apontou para a importância de debater que tipo de produção o dinheiro público está financiando. Para ele, partindo do pressuposto de que as produções recebem os mesmos recursos e condições para realização, a agência pode criar critérios de meritocracia para avaliar o retorno – levando em consideração que existem vários que demonstram sucesso e não só o comercial/financeiro. “Isso tudo para não continuar produzindo muitos filmes sem a responsabilidade de resultados. Do jeito que está, produzir vira um negócio por si só”, defende.
O representante da Ancine, Rodrigo Camargo, reforçou esse pensamento e disse que o Brasil de Todas as Telas trabalha com investimentos e não com apoio não reembolsável. Ele explicou que existe uma forma de pontuação que avalia o retorno dessas produções e que serve, inclusive, para renegociar novos editais com o governo em anos seguintes.
Outros temas como as estratégias de distribuição dos filmes nacionais, de alcance de públicos específicos, de participação popular por meio das mídias sociais e de diversidade da programação dos cinemas brasileiros também foram discutidos durante o dia. As ações do programa Brasil de Todas as Telas apresentadas no seminário podem ser encontradas no site da Ancine. Esse e outros seminários do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro estão sendo gravados e transmitidos ao vivo no site oficial do festival, acompanhe aqui.
Fique por dentro também a programação das demais atividades do 47º FestBrasília:
Mostra competitiva - 17 a 22 de setembro
Mostras paralelas - 17 a 22 de setembro
Oficinas - de 17 a 23 de setembro
Debates sobre os filmes de longa-metragem da Mostra Competitiva
Mostra Brasília - 18 a 22 de setembro
Festivalzinho exibe curtas infantis premiados
Edição: Thaísa Oliveira - Campus Online*
Supervisão: Ana Elisa Santana/Portal EBC
*O Portal EBC e o Campus Online - jornal laboratório de jornalismo da Universidade de Brasília - estão fazendo a cobertura do 47º FestBrasília em parceria, por meio do canal Colaborativo. Clique aqui para ler todas as reportagens da parceria.
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