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Renato Matos

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Filme resgata a história de Renato Matos

Criado em 22/09/14 14h51 e atualizado em 02/01/15 12h47
Por Rafael Montenegro Edição: Thaísa Oliveira - Fonte:Campus Online*

Renato Matos
Renato Matos: “Bacana é você chorar pra você mesmo” (Foto: Líria Jade/Portal EBC)

No último sábado (20/9), o longa Zirig Dum Brasília – A arte e o sonho de Renato Matos foi exibido no Cine Brasília, pela mostra de filmes locais do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O filme, dirigido por André Luiz Oliveira, com apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), apura a vida e obra de Renato Matos e sua contribuição para a cultura local.

No último ano, o diretor acompanhou Renato Matos por Brasília e Salvador, compilando suas pinturas, músicas, poemas e livros. “Foi bem intuitivo, um olhar sobre ele”, afirma Oliveira. Os dois se conheceram em 1994, quando André dirigiu Renato no filme Louco por cinema, aqui em Brasília. Nesses 20 anos foram alguns trabalhos juntos, registros de shows e produção de uma boa parte do material que aparece no longa.

Confira também a programação das atividades do 47º FestBrasília:

Mostra competitiva - 17 a 22 de setembro

Mostras paralelas - 17 a 22 de setembro

Oficinas - de 17 a 23 de setembro

Debates sobre os filmes de longa-metragem da Mostra Competitiva

Mostra Brasília - 18 a 22 de setembro

O ponto de partida de Zirig Dum Brasília é o movimento Concerto Cabeças (ou só Cabeças), que promovia saraus e shows nas quadras residenciais do Plano Piloto na década de 70. Além de ter propiciado momentos de interação entre os habitantes, geralmente distantes entre si, o Cabeças ajudou na formação de uma identidade cultural da jovem cidade. Ali, estava o baiano Renato, recém-chegado à capital.

O Cabeças é apenas um dos vários projetos que contaram com a genialidade do artista plural. Renato fez inúmeros shows e é considerado o pai do reggae em Brasília. Seu trabalho na pintura é elogiado e reconhecido por artistas plásticos, demonstrando domínio de técnicas como perspectiva e luz e sombra, mesmo sem formação acadêmica. No último ano, lançou mais um livro de poesia, o Palindrimas. Para o diretor André Luiz, “Renato cantou e pintou Brasília”.

Enquanto Renato circula pelo Cine Brasília, após a exibição do documentário, é abordado por admiradores e amigos. Sempre solícito e atento, responde a cada um com voz suave. É perceptível a admiração do público mais velho pelo artista. O fato de seu nome ser pouco conhecido das gerações recentes rende comentários. Para Renato, isso se deve à sua escolha de não se divulgar em mídias ou em meios digitais: “O sujeito pode ser conhecido em 5 minutos no mundo todo. O meu contato é mais imediato, com o próximo”. Já para André, a culpa não é do artista: “Essa geração mais nova não se interessa pelos artistas locais, não assiste cinema brasileiro…”

Em conversa com o Portal EBC, Renato Matos falou sobre narrativas híbridas. Veja como foi:

Creative Commons - CC BY 3.0 -



Hoje, o trabalho musical de Renato explora a organicidade do som. O filme traz cenas em que ele tira sons de parede, do atrito entre palitos de fósforo e de sucatas, invocando o músico Hermeto Pascoal quando este diz que “do lixo ao avião, em tudo há o tom”. “Eu tô fugindo cada vez mais do violão, do cantor. Aquele som do ruído é o que me atrai mais”, diz Renato.

Ao final do filme, a sala do Cine Brasília – que comporta 606 pessoas e estava cheia – rompe em aplausos e ovaciona tanto o artista quanto o sensível registro em forma de longa-metragem. Lisonjeado, Renato Matos não contém a emoção: “Bacana é você chorar pra você mesmo”.

Edição: Thaísa Oliveira - Campus Online*
Supervisão: Ana Elisa Santana/Portal EBC

*O Portal EBC e o Campus Online - jornal laboratório de jornalismo da Universidade de Brasília - estão fazendo a cobertura do 47º FestBrasília em parceria, por meio do canal Colaborativo. Clique aqui para ler todas as reportagens da parceria.

Creative Commons - CC BY 3.0

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