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Músicos botam o pé na estrada para divulgar trabalho

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Saiba como músicos independentes conseguem fazer turnês internacionais

Criado em 06/02/15 15h13 e atualizado em 28/03/17 13h20
Por Renata Martins

Engana-se quem pensa que fazer show fora do país é privilégio de músicos muitos famosos ou contratados por grandes gravadoras. Resultados prévios de uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) sobre o perfil dos músicos no Brasil apontam que 53% dos artistas que responderam aos questionários já se apresentaram no exterior, em sua maioria na Europa e nos Estados Unidos.

Para ajudar os músicos que querem se aventurar mundo a fora, o Porto Musical promoveu workshops sobre o tema e rodada de negócios, onde os artistas encontram produtores musicais internacionais.  

A carioca Paula Abreu, gerente de programação do SummerStage, festival que acontece nos Estados Unidos, participa do evento e dá algumas dicas para realizar turnês internacionais. 

Morando em Nova Iorque há mais quatro anos, Paula alerta para a importância de entender a diferença cultural na hora de fazer os acordos. Ela explicou que os norte-americanos estão acostumados com respostas rápidas, e querem receber retorno dos contatos com agilidade. “Já ouvi comentários de produtores que receber resposta de e-mail um dia após o envio não é bem visto, parece descomprometimento”, disse.

Paula Abreu e Corinne Serres dão dicas para realizar turnês na Europa e nos Estados Unidos
Creative Commons - CC BY 3.0 - Paula Abreu e Corinne Serres dão dicas para realizar turnês na Europa e nos Estados Unidos

Beto Figueiroa / Trago Boa Notícia / Porto Musical

Para conseguir local para se apresentar é preciso ficar de olho na agenda dos festivais de música desses países e espaços voltados para apresentações artísticas. As relações humanas são fundamentais na hora de garantir um local para se apresentar. “Participe de encontros para fazer contatos, tenha relação com pessoas da área, faça parceria com alguma banda mais conhecida”, sugere Paula Abreu. Outra dica da gerente de programção do SummerStage, é buscar ajuda em sites de crowdsourcing, como o WeDemand (http://www.wedemand.com/). Mas dificilmente nada disso funcionará se o artista ou grupo não for respeitado na sue local. 

É necessário identificar onde está o publico que gosta do seu tipo de música para definir os locais da turnê. Nem sempre lugares onde tem grande comunidade brasileira deve ser o foco, as vezes seu estilo musical não é atrativo para esse público, alertou Paula Abreu, que já vez turnê com o grupo carioca Casuarina.

Outra questão que deve ser considerada é a geografia dos países. Os Estados Unidos têm distâncias muito grandes entre os estados. Escolher as cidades sem olhar o mapa pode deixar a viagem muito cara e longa. 

Corrine Serres, gerente geral da Companhia Francesa Mad Minute Music, que produz shows e turnês mundiais afirma que na Europa os mercados mais importantes a serem explorados são França, Reino Unido e Alemanha. No caso de artistas brasileiros, Portugal também entra na lista. “O público europeu ainda é muito curioso e gosta de descobrir novos projetos”, disse a francesa. 

Mas essas turnês, normalmente requerem investimento dos artistas. Paula Abreu diz que em Nova Iorque, por exemplo, cerca de 65% das apresentações de World Music são gratuitas, os cachês são baixos, quando existe remuneração, e os custos são para viagem são altos. “Normalmente quem vai fazer uma turnê na Europa não vai ganhar dinheiro, vai gastar dinheiro”, alertou Corinne Sarres. No entanto, a ida ao exterior também pode contribuir para o sucesso do músico inclusive no seu próprio país, complementou Sarres. 

Daniel Nogueira, músico da banda Bexiga 70, lembra que a primeira turnê do grupo foi toda bancada com recursos próprios, passagens aéreas, hospedagem e alimentação sairam do bolso dos integrantes da banda. Vale a pena? Eu diria que sim. Fizemos um investimento e já recebemos ofertas para viagens internacionais este ano. Daniel afirmou que tocar em feiras de música foi um passo importante para garantir as turnês. “Conheci as pessoas, fui levando o trabalho, não foi do dia pro outro”, disse o músico. Foi no Porto Musical que surgiu a oportunidade de fazer primeira viagem internacional. “Tocamos aqui e fizemos contato com um agente que nos levou para turnês na Europa, na África e nos Estados Unidos”, disse Daniel.

Algumas iniciativas governamentais podem ajudar a financiar a viagem de artistas ao exterior. E caso do edital de intercâmbio do Ministério da Cultura chamado Conexão Brasil e do programa Novas Vozes do Brasil do Itamaraty.
 

Creative Commons - CC BY 3.0

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