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Mostra reúne 120 originais de Debret, francês que retratou o Rio do século 19

Criado em 04/03/15 21h19 e atualizado em 07/07/16 14h25
Por Paulo Virgílio Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

A agenda cultural das comemorações dos 450 anos do Rio de Janeiro não poderia deixar de fora o pintor francês Jean-Baptiste Debret, que na primeira metade do século 19 revelou ao mundo, por meio de suas pinturas, gravuras e desenhos, a vida cotidiana da então exótica cidade dos trópicos. Coube ao Centro Cultural dos Correios a inclusão do artista na programação oficial do aniversário, por meio da exposição O Rio de Janeiro de Debret, inaugurada na noite de hoje (4), para convidados. A mostra reúne 120 obras originais, pertencentes ao acervo dos museus Castro Maya, localizados nos bairros de Santa Teresa e Alto da Boa Vista, no Rio.

A exposição, que abre para o público amanhã (5), constitui  uma rara oportunidade para o visitante apreciar essas obras em seu conjunto, já que somente uma parte do acervo fica em exibição permanente na Chácara do Céu, em Santa Teresa. Para a curadora da mostra, Anna Paola Baptista, a importância de Debret para a forma como o mundo passou a ver o Rio de Janeiro e o Brasil foi fundamental.

“Os desenhos e gravuras eram a única forma das pessoas conhecerem lugares distantes, e os europeus tinham muita curiosidade por esses locais exóticos, do Novo Mundo, como o Brasil”, diz Anna Paola. “Debret é o cronista maior da vida brasileira na primeira metade do século 19. Ele acompanhou e documentou visualmente o início do Brasil como nação independente, e especialmente o Rio de Janeiro”.

Dos 80 anos de sua vida, o artista passou 15 deles na cidade que, por ocasião de sua chegada, em 1816, abrigava a corte portuguesa, transplantada da Europa. Jean-Baptiste Debret já  
era pintor renomado na França quando veio para o Brasil. Fez sua carreira em torno da glorificação de Napoleão Bonaparte, pintando quadros que retratavam as vitórias militares do imperador.

Com a derrota de Napoleão, ele ficou sem espaço em seu país e aceitou o convite de Dom João VI para integrar a missão artística que viria ao Brasil para criar aqui uma escola de belas artes.  A morte do único filho, aos 19 anos de idade, também contribuiu para a decisão de Debret de deixar a França.

Pintor oficial da corte e professor da Escola de Belas Artes, que ajudou a criar, Debret aproveitava as horas livres para retratar o cotidiano. “Ele já pensava no livro que iria lançar, e foi para dar continuidade ao projeto que decidiu retornar à França, em 1831”, conta a curadora.

A partida ocorreu no mesmo ano em que o Imperador Dom Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho, Dom Pedro II, na época ainda uma criança. O livro de Debret, Viagem Histórica e Pitoresca ao Brasil, em três volumes, foi publicado em 1834, na França.

A importância do artista, responsável por apresentar o Brasil à Europa, posteriormente se voltou para o próprio país que retratou. “Ele se tornou um cronista do nosso passado. Nós passamos a imaginar o Rio do início do século 19 através das gravuras de Debret. Seus desenhos ilustram há gerações os livros didáticos de História do Brasil”, destaca Anna Paola Baptista.

A exposição O Rio de Janeiro de Debret  fica em cartaz até 3 de maio, com entrada franca e visitação de terça-feira a domingo, das 12h às 19h. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro da cidade.

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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