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Latinidades: internautas combatem racismo com humor e acervos digitais
Criado em 23/07/15 17h26
e atualizado em 23/07/15 18h17
Por Portal EBC*
Edição:Leyberson Pedrosa
O uso da web marcou as atividades do Festival da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha (Latinidades) nesta quinta-feira, 23. Estudantes, militantes de movimentos sociais e representantes da sociedade civil se reuniram no Cine Brasília para debater a internet como espaço demobilização estratégica contra à opressão racial. Os participantes relatam que tanto o humor quanto a divulgação de vídeos e ideias pela web podem ser métodos eficazes no combate ao racismo.
A artista plástica e cineasta independente, Everlane Moraes, considera que internet não cria o racismo. "Ela apenas o reproduz. Então, precisamos trabalhar realmente o racismo nas nossas vidas, nos lares, nas escolas, nas comunidades e nas periferias para que a gente possa diminuir esse índice que vai se perpetuando pela internet”, afirmou.
Já o músico e fundador da Casa de Cultura Tainã, Mestre TC enfatiza que quilombos, favelas e terreiros precisam ocupar, cada vez mais, a rede mundial de computadores. Atualmente, o músico desenvolve uma mídia social a partir de softwares livres para dar mais visibilidade aos conteúdos que produz.
Vídeos contra o racismo
Kênia Maria, atriz e criadora do canal YouTube “Tá bom pra você?”, conta que o canal surgiu a partir dos questionamentos da filha sobre a participação dos negros em campanhas publicitárias. “Aos 13 anos, a minha filha mais nova começou a perceber o racismo. Como ela tem pais atores, ela começou a questionar a sociedade pelaa publicidade”, afirmou.
No vídeo abaixo, por exemplo, Kênia ironiza, de forma bem humorada, campanhas que vendem a ideia de que as mulheres negras precisam alisar o cabelo para atingirem um falso padrão de beleza:
Acervo negro e digital
Outro convidado do Latinidades, Dom Filó é produtor e criador do Cultne - maior acervo digital de cultura negra do país. Antes que imaginasse ter mais de 1,5 mil vídeos disponíveis digitalmente, Filó começou a fotografar festas negras no Rio de Janeiro. Depois, com uma câmera VHS, passou a produzir conteúdo audiovisual e disponibilizar parte dele na web. Atualmente, o acervo digital conta com mais de 300 horas de material, entre obras próprias e cedidas.
Criado em 2008 para celebrar o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, O Latinidades é o maior festival de mulheres negras da América Latina. A 8ª edição do evento começou na quarta-feira, 22, e segue até domingo, 26. Confira a programação completa aqui.
*colaborou Carol Lira.
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