Diretor de Verdades Secretas se encanta pelas possibilidades do teatro

Criado em 02/10/15 15h49 e atualizado em 02/10/15 16h01
Por TV Brasil

Mauro Mendonça Filho, diretor da telenovela "Verdades Secretas", exibida pela TV Globo, comenta em entrevista a nova linguagem da teledramaturgia brasileira, que incorpora elementos de outras linguagens, especialmente a do cinema. “A TV é prima do rádio, filha do cinema e neta do teatro; ela sempre se inspirou em tudo isso, mas as linguagens sempre foram muito diferentes.” De uns dez anos pra cá, com essa grande salada do audiovisual, as diferenças foram ficando menores".

Para o diretor, a mudança de paradigma influenciou o formato dos seriados americanos atuais: "quando começou essa coisa do seriado, aí as linguagens começaram a se aproximar cada vez mais."

Apesar de ser diretor de televisão, ele se encanta pelas possibilidades de representação do teatro, principalmente pela técnica de construção cênica conhecida como “Caixa-preta”. Esta linguagem usa apenas um cenário, com as paredes todas pretas e alguns poucos elemento de cena.

“Você tem que representar o mundo com pequenos elementos e principalmente com a emoção do ator. A Caixa-preta me deixa maluco com a capacidade infinita de você representar imagens”, diz

Para o diretor este tipo de construção cênica se opõe ao proposto pela televisão. Na TV, o diretor deve captar uma realidade através das câmeras para depois exibi-la dentro da pequena tela do televisor. Há um filtro entre o que é gravado e o que é transmitido.

Segundo Mendonça Filho, enquanto o espaço cênico do teatro começa do mínimo para expandir e utilizar a imaginação do público, a televisão parte de algo maior e tenta conter a ação para ser entendida pelo telespectador em casa.

Mauro relatou, ainda, o prazer que vive com o sucesso de seu trabalho e com o filme da filha, Vitória, que estuda cinema em Paris. Ainda relembra momentos de infância, quando espiava as peças dos pais – Mauro Mendonça e Rosa Maria Murtinho – da coxia do teatro.