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Morte de Pasolini completa 40 anos

Imagem: Divulgação / CCBB

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Há 40 anos morria o cineasta italiano Pier Paolo Pasolini

Criado em 02/11/15 12h44 e atualizado em 04/11/15 12h55
Por Leandro Melito / Portal EBC

Pasolini
Creative Commons - CC BY 3.0 - Pasolini

Divulgação / Cosac Naify

Brasília - Nesta segunda-feira (2) completam-se 40 anos da morte do cineasta e escritor italiano Pier Paolo Pasolini, homenageado com o lançamento de um selo comemorativo da Poste Italiane, empresa que administra os serviços de correio na Itália

 

Filho primogênito de uma professora do ensino fundamental e de um militar de carreira, Pasolini nasceu em Bolonha no dia 5 de março de 1922. Graduou-se em literatura pela Universidade de Bologna em 1939 e desenvolveu uma produtiva atividade literária escrevendo poemas, romances, ensaios e artigos para jornais.

 

Dirigiu seu primeiro filme em 1961, "Accatone", que conta as desventuras de um cafetão em Roma. No ano seguinte, lançou "Mamma Roma", que narra a história de uma prostituta e é hoje considerado um clássico do cinema italiano. Em 1964 Pasolini lançou aquela que seria considerada sua obra-prima como cineasta: "O Evangelho Segundo São Mateus", em que retrata a vida de Jesus.  

 

No ano passado, apesar de sofrer duras críticas da igreja católica por seus filmes, que renderam a ele uma condenação por blasfêmia, o Vaticano declarou que esse é “o melhor filme já feito sobre Jesus Cristo”.

 

Sua obra cinematográfica com 26 filmes foi tema de retrospectiva em 2012 no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMa) e  no Instituto Britânico de Cinema (BFI) em 2013. Já no Brasil foi lançado em outubro pela Cosac Naify uma coletânea com poemas inéditos: “Poesia de Pier Paolo Pasolini” e na próxima quinta-feira entra em cartaz nos cinemas o filme “Pasolini”, dirigido pelo diretor norte-americano Abel Ferrara, com Willem Dafoe no papel do cineasta italiano.

 

Pasolini
Creative Commons - CC BY 3.0 - Willem DAfoe interpreta Pasoline na cinebiografia que estreia nos cinemas brasileiros esta quarta

Divulgação / Imovision

Morte de Pasolini

Pasolini teve uma morte trágica, que bem poderia ser uma cena de um de seus filmes, um assassinato que ainda hoje gera dúvida sobre seus reais motivos e autores.O filme de Abel Ferrara é baseado no relato feito em 2005 por  Giuseppe Pino Pelosi, até hoje o único condenado pela morte do cineasta. 

Pasolini encontrou Pelosi, então um garoto de programa com 17 anos,  na zona de prostituição próxima da estação ferroviária Termini de Roma, às 22h30 do dia 1º de novembro de 1975.

Três horas depois, às 01h30 do dia 02, Pelosi foi detido em Ostia quando dirigia um Alfa Romeo em alta velocidade. O carro foi identificado como pertencente à Pasolini e o corpo do cineasta encontrado duas horas depois com sinais de espancamento e atropelamento. 

Na época, Pelosi disse ter espancado Pasolini até a morte com um bastão após uma briga iniciada com a recusa em atender um pedido sexual do cineasta e teria passado com acidentalmente com o carro em cima do corpo durante a fuga.

Condenado em 1976 pelo assassinato com a participação de cúmplices desconhecidos, que acabaram sendo excluídos no veredito final, Pelosi retirou sua confissão em 2005 durante uma entrevista para a TV em que afirma que Pasolini teria sido morto por três outras pessoas, ligadas a um partido neofascista.

Em 2010 o caso foi reaberto a pedido do ex-prefeito de Roma e líder do Partido Democrático, Walter Vetroni, devido a uma série de questões políticas que poderiam estar implicadas na morte de Pasolini. 

Este ano em que completam 40 anos do acontecido o caso foi novamente encerrado a pedido da Procuradoria de Roma, já que as investigações não conseguiram identificar nenhum dos cinco códigos genéticos encontrados na roupa que a vítima usava no momento do crime.

Passagem pelo Brasil

Na coletânea de Poesias lançada pela Cosac Naify, há um poema feito durante a passagem de Pasolini pelo país em março de 1970 acompanhado por Maria Callas, após o lançamento do filme Medea (1969) no festival de cinema Mar Del Plata (Argentina). Com o títutlo de Comunicado à Ansa (Recife), o poema descreve a percepção que ele tem do Basil, ao fazer um pouso de emergência no Recife.

Confira um trecho:


Como é notícia de jornal, começa 
com um pouso de emergência no Recife. 
Aqui chove; no aeroporto em construção, passando 
em frente a um grupo de operários que trabalham, olhos 
se erguem para os passageiros
É assim que o Brasil me saúda
E retribuo a saudação com meu coração burguês
que já sabe o que vai receber por aquilo que dá.

Creative Commons - CC BY 3.0

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