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Confira as imagens do Carnaval de Ouro Preto (MG)

Criado em 07/02/16 10h52 e atualizado em 08/02/16 15h24
Por Danilo Nonato / Colaborativo Edição:Renata Martins
Conteúdo colaborativo

Um dos mais tradicionais carnaval do país, a cidade mineira de Ouro Preto resgata a tradição das charangas e bonecos gigantes nos blocos de rua. 

Confira as imagens:

 

Conheça os blocos de rua de Ouro Preto

Bloco Sanatório Geral

O grupo sempre desfila com seus bonecos gigantes, que lembram muito os de Olinda (PE), com personagens de Ouro Preto.  No sábado de Carnaval, o bloco balança as ladeiras da histórica cidade e anima os foliões. 


Bloco Charanga de Lata 

O dia 1º de fevereiro de 2014 se vestiu de grande significado para os amantes do antigo e tradicional carnaval de Ouro Preto. É que neste dia, voltou-se a ouvir o inconfundível som das batidas da charanga de lata.

A notícia de que ela voltaria fez brilhar os olhos e pulsar os corações de significativo número de pessoas, notadamente daquelas que residem nos bairros Antônio Dias, Terceira e Santa Efigênia.

A realidade se configurou no primeiro dia de fevereiro, quando componentes da primeira hora e jovens que naquele momento tomavam conhecimento daqueles instrumentos e daquele ritmo se maravilharam. Ali, no espaço da Sinhá Olímpia, se materializava o primeiro ensaio após 1974, ano em que a charanga se calou, deixando enorme vazio no carnaval de Ouro Preto.

Entretanto, a tenacidade, o culto às tradições e à cultura sempre presentes no coração do povo ouro-pretano pulsaram fortes no coração de Geraldo Roque Fernandes, o popular Itatiaia.

O sonho de reviver aquele ritmo, acalentado cinco anos atrás, se tornava realidade. Numa incansável luta, Itatiaia, juntamente com Danilo Cambeba e Ricardo Fubá, saiu à procura de tambores de lata, buscando materializar algo que muitos imaginavam não passar de um devaneio. 

Ao ver aqueles instrumentos enfeitados, numa bonita combinação de cores, muitos se emocionaram, voltando seu pensamento aos idos de 1960 e 1970. Os nomes daqueles que naquele período faziam luzir um brilho diferente no carnaval da histórica cidade era constantemente lembrado. Uns, residentes na cidade, outros que buscaram novos horizontes fora do nosso município, outros já falecidos mas que naquele momento tinham seu nome recitado pelos protagonistas de um novo momento que se vislumbrava para o nosso carnaval. Assim, a todo momento se contavam histórias, relatando a fundação daquela nova agremiação carnavalesca.

A charanga que naquele momento trazia os inimitáveis sons de um período passado, não era uma continuação daquela que deixara marcas indelével na mente de muitas pessoas. Naquele momento, inspirada naquele de tempos passados, nascia um novo grupo, com cores diferentes, mas com a mesma batida e a mesma garra. Não congregava apenas componentes das regiões onde nascera, mas também de outras partes da cidade.

O nome com o qual fizera história é marca indelével na mente daqueles que dela participaram ou lhes rasgavam entusiasmados aplausos. Isto, nem o tempo conseguir apagar. Porém, inspirado num passado glorioso, um novo grupo acabava de nascer. As cores laranja e amarelo vieram para ficar no coração de seus antigos e novos componentes.

Histórico

Importante se faz relatar como surgiu a ideia de trazer algo inusitado para o carnaval ouro-pretano.

Um grupo de funcionários da Caldeiraria, departamento da Alumínio Minas Gerais S.A., Aluminas, tinha o hábito de, no intervalo de trabalho para o almoço, se divertia fazendo batucada no seu local de trabalho, numa época em que a liberalidade e a rigidez conseguiram equilibrada convivência. Improviso e criatividade substituíam os sons roucos ou agudos do couro pelos estridentes e metálicos das latas e outros materiais. Surgia ai uma nova forma de fazer percussão.

Afinal de contas, quem foi seu fundador?

Nos relatos, os entrevistados nunca destacaram um indivíduo, mas um grupo. Foram os componentes da primeira hora. Assim, destacam-se Tião Sapecado, Inácio, Hermes, Tuca, Zé Godinho, Chica, Conrado, Generaldo, Roberto, Dodô, Expedito, Geraldo Siqueira, Damásio, Gerson Reis, Fidelis, Nilo Correia Maia, Geraldo Cambeba, Adélcio, Enio Rodrigues, Márcio Berruguinha, Tuca, Eli, Baú, Soares, Dilão.
Recebeu o nome de Conjunto Brito Filho, dado pelo então vereador José Geraldo Pereira, o nome do bairro onde residia o maior número de seus componentes. É hoje o conhecido Bairro da Terceira. 
Curiosidades
A primeira vez que o grupo saiu em desfile foi com cerca de 15 componentes. Vestidos de mulher adotaram o nome de “Vedetes do Samba”. Logo depois, optaram por outro figurino, composto por calça social na cor preta e camisa social branca. Um cadarço de sapato fazia a gravata. Um papel de maço de cigarros, como nó, completava a indumentária. O estandarte, criado pelo Sr José Pio Monte, tinha como estampa a figura de um negro, com chapéu, na pose de sambista.
Por que o uso de latas?
Conforme relato de Sebastião Patrício Ferreira, o Tião Sapecado, eles queriam fundar uma Escola de Samba. Levaram as latas para o Veloso, bairro onde um senhor trabalhava com couros, para cobri-las. Este não conseguiu fazer o trabalho. O grupo resolveu, então, sair tocando-as como estavam. Tendo caído no gosto de todos, resolveram assim continuar.
Vale também lembrar que, naquela época, o Restaurante Calabouço era a principal casa do ramo da cidade. Era o espaço frequentado pela alta sociedade e pelos visitantes de alto nível social. Sua proprietária, Dona Gerry, quando a charanga passava em frente à entrada do restaurante na Rua Direita, ela colocava o grupo para dentro, onde tocava e se deliciava com comidas e bebidas de alto padrão.
A charanga se apresentava em varias cidades a convite de seus administradores. Foi campeã de vários carnavais em Ouro Preto. Ela foi marca que não se desfaz na historia das festividades momescas de nossa cidade.
Agora, um novo grupo surge para enriquecer nosso carnaval. Não é uma refundação da historica Charanga. É uma nova agremiação que quer, na lembrança de um tempo que marcou época na memória de milhares de pessoas, trazer mais brilho ao carnaval. Ela traz consigo a experiência e a garra de inúmeros componentes que brilharam na Brito Filho e hoje, com brilho nos olhos e um novo pulsar em seu coração se unem a uma nova geração que também quer, antes de tudo reativar as tradições que correm o risco de desaparecer do nosso carnaval.
Assim, a Charanga de Lata Ouro Preto, tendo como mascote o gambá, emoldurado com seu estandarte, saúda o carnaval ouropretano e pede passagem.

O bloco Zé Pereira Mirim desfilou pelas ruas da cidade de Ouro Preto nesse sábado (6). Confira um trecho da apresentação:

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