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Professora cria projeto que pode salvar vidas

Criado em 26/02/15 19h39 e atualizado em 26/02/15 20h22
Por Somos todos educadores

Em 26 de dezembro de 2004, praias da ilha Sumatra, na Indonésia, foram assoladas por ondas de mais de 13 metros de altura. Minutos antes do desastre, uma garotinha inglesa de 10 anos alertou a família sobre os sinais do tsunami iminente. Tilly, seus parentes e mais de 100 pessoas saíram ilesos. Tudo graças aos ensinamentos do Sr. Kearney, professor de geografia da menina.

Nove anos depois, a história inspirou a professora de geografia Monique Godoi Lescura, que propôs aos alunos um projeto sobre desastres naturais. “Eu pensei: E se fossem meus alunos?”, reflete. “Eu queria que eles tivessem algum conhecimento que, numa situação de risco, pudesse salvar a vida deles”. Assim nasceu o projeto “Desastres Naturais: informar para prevenir”.

Durante três meses, duas turmas do 8º ano da Escola Municipal CAIC, em Lorena (SP), engajaram-se numa sequência de atividades e pesquisas sobre desastres naturais em âmbito mundial, nacional, regional e municipal. “Hoje, se um aluno meu vai comprar um terreno, ele já sabe avaliar se é uma área de risco. Isso já vale a pena”, comenta a professora, orgulhosa.

Mais do que garantir a segurança dos alunos, o projeto garantiu a Monique um lugar no grupo dos dez vencedores do Prêmio Educador Nota 10 de 2014, promovido pela Fundação Victor Civita (saiba mais aqui).

Primeiros passos
Um dos segredos de Monique para consolidar o projeto foi um bom período de preparo. “O professor que quer trabalhar com projeto precisa estudar, precisa fazer um levantamento bibliográfico. Existem sites com materiais muito bons”, sugere.

Após um trabalho apurado de levantamento de dados sobre desastres naturais em sites de universidades da região, a educadora partiu para a sondagem. Monique escolheu uma prova diagnóstica como ferramenta para averiguar o quanto seus alunos sabiam sobre assunto. Foram levantadas questões como quais desastres naturais os alunos conheciam e as respectivas formas de prevenção.

“A princípio, eu percebi que os alunos achavam que desastres naturais eram apenas tsunamis e terremotos – ou seja, desastres de grandes proporções. Eles não sabiam que existem os chamados desastres biofísicos como a dengue e a leptospirose, por exemplo”, explica a educadora.

Conceituação
Crente nas vantagens do protagonismo dos alunos para o aprendizado, Monique propôs uma dinâmica de seminários apresentados pelos estudantes para trabalhar a conceituação e destrinchar os diversos fenômenos que caracterizam os desastres naturais.

“O seminário não é somente para ‘despejar’ o conteúdo. Ele serve para ajudar a classe na reflexão sobre o tema. Às vezes, com a fala do colega o aluno aprende melhor do que com a fala do professor”, explica.

Divididos em grupos, os estudantes compilaram e distribuíram sínteses aos demais colegas sobre os temas sorteados e, como auxílio de cartazes, apresentaram o resultado das pesquisas. Intervenções da professora durante as apresentações e aulas conceituais sanaram as possíveis lacunas.

Para Monique, o mais importante era que seus alunos compreendessem que os desastres naturais são uma realidade próxima, que acontecem na Tailândia mas também em Lorena.

A educadora afirma que um dos motivos que a incentivaram a trabalhar a temática é a falta de prevenção no Brasil – assim, o duo informação e prevenção esteve sempre no horizonte das pesquisas da turma.

Um exemplo foi a intensa seca que castigou o estado de São Paulo em 2014. A ausência das chuvas impediu os alunos de observar diversos fenômenos relacionados à água que afetam Lorena. Na impossibilidade da observação in loco, os estudantes usaram pesquisas para entender melhor alguns desastres naturais da região.

Texto em barras
Catástrofes naturais envolvem diversas áreas científicas. Assim, os números são parte essencial do processo de prevenção. Pensando nisso, Monique levou para a sala de aula recursos como gráficos, tabelas e mapas. “Foi um trabalho com dados para construir tabelas e, com elas, criar gráficos tanto no caderno quanto em laboratório”, conta. Com base neles, os alunos analisaram mapas políticos e mapas de desastres naturais.

Para a educadora, trabalhar com essas informações em sala de aula é muito importante. “O gráfico é um texto, um texto com barras, colunas e linhas. Por meio dele o aluno consegue tirar muita informação”.

Ela destaca que no início houve dificuldades nessa leitura, dado o nível de abstração da matéria. “Muitas vezes eu senti que o aluno não conseguia compreender a aplicação daquele conhecimento”, relembra a professora.

Depois de aprimorar a leitura dessas informações, as turmas partiram para um estudo de caso. Os problemas da vida real foram eficientes para dar dimensão prática à teoria. Com o auxílio de notícias, os alunos debateram sobre os deslizamentos de terra típicos das regiões serranas.

Pra fora
“Não é possível prever um desastre natural: quando eles acontecem,

Creative Commons - CC BY 3.0

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