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Alunos protestam contra reorganização de escolas estaduais de São Paulo

Criado em 23/10/15 14h57 e atualizado em 19/11/15 09h58
Por Flávia Albuquerque Edição:Armando Cardoso Fonte:Agência Brasil

Alunos de escolas públicas estaduais de todas as regiões da cidade de São Paulo protestaram hoje (23), contra o projeto de reorganização das escolas estaduais. A proposta prevê o fechamento de estabelecimentos de ensino e a transferência de alunos.

A manifestação foi organizada pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (Umes), que se concentraram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e seguiram em passeata até a Praça da República, onde fica o prédio da Secretaria Estadual de Educação.

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, a proposta leva em consideração a queda de 1,3% da população em idade escolar no estado entre 1998 e 2015, o que representa uma redução de 2 milhões de matrículas.

Conforme o governo, a reorganização permitirá a divisão dos colégios por ciclos de ensino: anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Não foi divulgado o número de unidades que podem ser fechadas, de alunos que serão transferidos e de professores que podem ser demitidos. As mudanças devem ocorrer no ano letivo de 2016.

O diretor da Umes da Zona Leste, Caio Guilherme, informou que a mudança causará problemas para os alunos que discordam que a reorganização melhorará a educação. Guilherme ressaltou que os alunos não pretendem conversar com o governo, porque não pretendem aceitar as condições impostas. “Se montarmos uma comissão para conversar com o governo, significará que estamos dispostos a entrar em consenso e o único consenso que temos é não aceitar a reestruturação.”

Aluno da Padre Saboia de Medeiros, na zona sul, Pedro Vieira foi informado que sua escola será fechada a partir de 2016, por meio de notificação e de uma resposta a um ofício enviado pelos alunos à Secretaria de Educação.

“Eles querem transferir alunos da manhã e noite para o período da tarde. Fizemos o cálculo e a unidade para onde vamos fica quase 3 quilômetros de distância da nossa escola. Mas a maioria dos alunos trabalha ou faz algum curso no período da tarde.”

Jonathan Mateus de Oliveira estuda no Charles de Gaulle, no Itaim Paulista, zona leste. Jonathan informou que a escola está na lista de unidades que serão reestruturadas, o que, segundo ele, deve gerar superlotação porque já há excesso de alunos. “Estamos na rua para barrar essa medida que o governo está tentando nos forçar a aceitar. Tenho muitos colegas do período noturno que serão prejudicados”.

A aluna Thais Magalhães Carneiro, estuda pela manhã no Leônidas Paiva, no Bairro da Pedra Branca, zona norte. “Sou estudante de escola pública e tenho necessidades financeiras. Por isso, preciso trabalhar à tarde. Se tiver de mudar de escola, passarei a estudar no período da tarde. Isso vai me atrapalhar, porque preciso trabalhar”. Thais disse que, assim como ela, outras alunas terão a mesma dificuldade.

Ela destacou que alunos com dificuldades de aprendizado são acompanhados pelos professores desde que entraram na escola. “Os professores já os conhecem. Eles já conseguem acompanhar o aprendizado. Mudando de escola, terão de se adaptar de novo e os professores também terão de conhecê-los.”

Em nota, a Secretaria da Educação informou que as manifestações, embora legítimas, não podem desinformar e alimentar em pais e alunos falsos temores e também não podem sobrepor o direito dos estudantes paulistas por uma educação de mais qualidade. “O compromisso da secretaria não é com fechamento de unidades, mas com a melhoria na qualidade do ensino e dos ambientes escolares.”

A secretaria reiterou que nem todas as escolas passarão pelo processo de reorganização, que respeitará o módulo de alunos por sala: 30 para o ciclo 1 do Fundamental, 35 para o Ciclo 2 e 40 para o Ensino Médio. 'No dia 14 de novembro, os pais estão convidados a participar do Dia E, de modo a tirar todas as dúvidas sobre o processo”.

 

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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