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Dívida educacional é grande, mas "está sendo paga”, diz presidente do Inep

Criado em 24/11/15 12h25 e atualizado em 24/11/15 12h25
Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil Edição:Talita Cavalcante Fonte:Agência Brasil

O presidente do Inep, Francisco Soares, fala sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Para o presidente do Inep, Francisco Soares, é preciso considerar as diferenças econômicas e sociais entre os países ao analisar os dados do relatório da OCDE sobre educaçãoArquivo/Agência Brasil

O presidente do Instituto Anísio Teixeira (Inep), Francisco Soares, disse hoje (24) que a dívida educacional brasileira "é muito grande, mas está sendo paga”. Ele participou nesta terça-feira do lançamento no Brasil do relatório Education at a Glance 2015: Panorama da Educação, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apresenta dados educacionais e comparações entre 46 países.

Apesar de o Brasil aparecer aquém dos demais países em diversos indicadores, o relatório mostra que houve avanços significativos nos últimos anos. O país está entre os que mais aumentaram a proporção do investimento público em educação. Em 2005, o Brasil investia 13,3% do gasto público em educação. Em 2012, essa porcentagem passou para 17,2%, valor superado apenas pelo México e Nova Zelândia.

Em relação a investimentos, o país ainda está abaixo da média dos demais, gasta anualmente US$ 3.441 por aluno. A média dos demais países, que é de US$ 5.876. Além disso, é o que paga um dos menores salários aos professores entre os países da OCDE. Segundo Soares, o Brasil investe proporcionalmente um dos maiores valores atuais, mas isso começou a ser feito recentemente. “Tempos um déficit acumulado”, diz.

Soares acrescenta que é preciso levar em consideração as diferenças econômicas e sociais entre os países comparados. “Quando se diz que o Brasil aplica um terço [de recursos por aluno] de países como a Bélgica, entende-se que é possível termos o mesmo valor aqui. Não é possível. A Bélgica tem quase três vezes o PIB [Produto Interno Bruto] que o Brasil [tem].”

O secretário executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, destacou o avanço na inclusão de estudantes no sistema de ensino, principalmente dos mais jovens. Enquanto, entre aqueles com 55 a 64 anos, 28% concluíram o ensino médio; entre os que têm de 25 a 34 anos, 61% concluíram a etapa. “A boa notícia é que o que fizemos nos últimos anos trouxe resultados”, destacou.

Ele ressaltou o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionada no ano passado com metas para a educação até 2024, como a forma de avançar e garantir melhorias na educação.

Análise da OCDE

Presente no laçamento, a representante da OCDE e coordenadora do relatório, Corinne Heckmann disse que o Brasil tem feito progresso “significativo no acesso à educação, principalmente entre jovens e pessoas de baixa renda”.

Corinne ressaltou que o desequilíbrio educacional gera também desigualdades econômicas e no mercado de trabalho e que isso deve ser superado em todos os países. Ela citou também o PNE como o “dever de casa do Brasil”.

“As reformas estão andando em um bom passo, é uma maratona”, disse. “É importante que os professores estejam no centro dessas reformas, porque são parceiros chave para melhorar a educação”, destacou.

O Education at a Glance 2015: Panorama da Educação é a principal fonte de informações comparáveis sobre a educação no mundo. A publicação oferece dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 46 países: 34 países-membros da OCDE, alguns países parceiros e do Grupo dos 20 (G20).

A OCDE é uma organização internacional formada, na maioria, por economias com elevados PIB per capita e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e são considerados países desenvolvidos. O Brasil não faz parte do grupo, é um dos parceiros.

Creative Commons - CC BY 3.0

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