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Conheça os bastidores da ocupação das escolas de SP
Criado em 14/12/15 17h58
e atualizado em 15/12/15 17h23
Uma rotina de aprendizado, discussão política e atividades culturais faz parte dos bastidores da ocupação das escolas por estudantes da rede pública por mais de um mês em São Paulo. O projeto de reorganização das escolas, apresentado pelo governador Geraldo Alckmin, sucumbiu diante do protesto de estudantes. Eles ocuparam unidades de ensino contra o fechamento de 94 escolas. Além de conseguirem mostrar força política com a suspensão do projeto, os estudantes vivenciaram uma experiência singular. Os bastidores desse período foram registrados pelo Caminhos da Reportagem, da TV Brasil. Além dos alunos, a equipe do programa ouviu também professores, especialistas e autoridades sobre esse movimento. Confira o programa na íntegra abaixo.
Para a estudante do ensino médio Eloiza Oliveira, que participou das ocupações, o conhecimento adquirido durante o tempo de convívio nas escolas foi muito além do aprendizado cotidiano. “A gente teve muito mais atividade cultural do que o ano inteiro de aula. Tivemos teatro e oficinas. Eu acho que, além da luta pela educação de qualidade, uma luta pela adequação da educação”, disse. Para a estudante Nicole Olivieira, a ocupação proporcionou outro tipo de interação entre os alunos, que passaram a se conhecer melhor e tiveram um vínculo de amizade. “A gente aprendeu a se enxergar aqui dentro”.
Aprendizado
O professor da Universidade de São Paulo (USP) Vitor Henrique Paro considera que a experiência dos estudantes foi mais rica do que um ano letivo de estudos. “Os meninos estão tendo mais educação agora do que durante o período letivo. Eles estão aprendendo coisas belíssimas, coisas que fazem o Brasil melhor”. A cartunista Laerte Coutinho visitou a ocupação na escola onde estudou e ficou otimista com o que viu. “Eu saí de lá com a sensação de que eu estava vendo um episódio de muita lucidez, que eu nunca tinha visto. É muito bonito o que está acontecendo”.
O professor de história Edvan Costa, que chegou a ser agredido por policiais em uma das escolas ocupadas, destacou o protagonismo dos estudantes. “Eles deram um recado muito claro: nós estamos aqui, nós existimos e queremos ser ouvidos”.
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