one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Compartilhar:

Educação e tecnologia devem ser diretrizes da COP21, diz professor da FGV

Criado em 01/12/15 17h36 e atualizado em 01/12/15 17h42
Por Alana Gandra Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

A educação e tecnologia devem constituir os principais desdobramentos da 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), na avaliação do professor de Negociação e Resolução de Conflitos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Yann Duzert. A COP21 começou ontem em Paris e vai até o dia 12 de dezembro com representantes de 195 países.

Duzert disse ver a COP21 como um grande seminário de conscientização mundial do problema das mudanças climáticas e do aquecimento global, com uma negociação envolvendo muitos participantes, mas com pouca capacidade de manter compromissos com qualquer texto que vá reduzir em 50% as emissões de gases poluentes na atmosfera. “É mais um impacto de marketing de imagem e de impressão dos Estados querendo fazer alguma coisa, mas com pouca capacidade de fiscalizar e executar medidas corajosas para reduzir as emissões e evitar o aumento da temperatura de 2º Celsius”.

O professor da FGV defendeu que essa fiscalização deveria ter âmbito global e regras mundiais, aplicáveis a todas as nações. Não existe, frisou, nenhuma instituição supranacional que poderia fiscalizar o engajamento das populações e das empresas ao acordo de redução de emissões de gás carbônico (CO2). Ele disse que o texto final da COP21 pode ter boas intenções, mas na prática terá pouca chance de fiscalização com resultados.

O único ponto positivo que ele vê no encontro de Paris são as tecnologias de energia que farão com que, nos próximos 20 anos, energias fósseis, como carvão e petróleo, se tornem cada vez mais arcaicas e sejam substituídas por energias limpas com custo marginal quase zero. Entre elas, Duzert incluiu as energias solar e eólica (dos ventos), “que vão permitir à humanidade reduzir as indústrias clássicas, sujas, e ter acesso a uma energia limpa”.

Duzert acrescentou que o grande desafio é conscientizar as pessoas a contribuir individualmente para a diminuição das emissões de gases poluentes, a partir de atitudes simples, como não renovar o celular todo ano, porque isso vai ter um custo de CO2 para o planeta. “Como educar o consumidor cidadão para, justamente, lutar contra o CO2”. As grandes promessas da COP21 deverão ser educação e tecnologia, insistiu. “Educar a população a não comprar carro a diesel, a não comprar frutos que vêm do outro lado do mundo, a não viajar de avião de forma intempestiva e reduzir seu próprio consumo de CO2”. Ele reiterou a importância da tecnologia, que vai mudar a transição energética de forma progressiva.

Duzert disse que os países vão acompanhar esse movimento, por meio de regulação e incentivos fiscais para “o grande lobby das energias sujas diminuir os seus poderes”. Ele destacou que não se trata mais de uma negociação que imponha algo ou oprima com o poder, “mas é cada vez mais newgociation [negociação reinventada], um jeito de compor, de educar, de aprender com o outro, de fazer uma negociação muito mais amistosa e consensual do que imperativa”.

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário