Secretário executivo brasileiro da Rio+20 critica países desenvolvidos

Rio de Janeiro

por Renata Giraldi e Carolina Gonçalves

Elza Fiúza/ABr

“Tem de por dinheiro em cima da mesa. Se alguém tem ambição de ação e não põe dinheiro sobre a mesa é incoerente”, disse o embaixador.

O secretário executivo da delegação do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, respondeu hoje (20) às críticas dos negociadores dos países desenvolvidos, como os integrantes da União Europeia. O embaixador disse que só podem fazer cobranças aqueles que apresentam propostas concretas e recursos. A afirmação dele é uma crítica aos que exigem mais do documento final da conferência e não se dispõem a cooperar.

“Tem de por dinheiro em cima da mesa. Se alguém tem ambição de ação e não põe dinheiro sobre a mesa é incoerente”, disse o embaixador. “Foi a negociação mais democrática da última década. O Brasil fez questão de demonstrar transparência [durante todo o processo negociador].”

A reação de Figueiredo Machado ocorre no momento em que líderes de vários países e movimentos sociais se queixam da superficialidade e das exclusões no documento final da Rio+20. De acordo com o embaixador, todos os temas apresentados nos últimos dois anos foram incluídos no texto final. Foram excluídos, segundo o diplomata, itens e propostas específicas.

As principais críticas se referem à ausência de cifras para os financiamentos, à criação de um organismo independente elevando o nível do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e detalhamento na regulação das águas internacionais – a questão dos oceanos. O rascunho do texto tem 49 páginas e vai ser analisado pelos chefes de Estado e Governo amanhã (21) e sexta-feira (22).

Para o embaixador, é fundamental observar que, pela primeira vez, as organizações não governamentais (ONGs), os movimentos sociais e a sociedade civil participaram dos debates de forma direta. “É o tipo de inclusão que nunca existiu em qualquer conferência”, ressaltou o diplomata, lembrando que na Rio92, a sociedade civil ficou isolada dos debates da conferência.

 

Edição: Rivadavia Severo

Fonte: Agência Brasil

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