Compartilhar:
Juca Kfouri explica por que Marin deve sair da CBF após denúncias na Comissão da Verdade
Criado em 09/05/13 23h35
e atualizado em 09/05/13 23h51
Por Edgard Matsuki e Léo Rodrigues
Fonte:Portal EBC
Considerado um dos maiores opositores à permanência do presidente da CBF no cargo, o jornalista Juca Kfouri explicou ao Portal EBC algumas das razões que impediriam a permanência de José Maria Marin à frente da entidade máxima do futebol brasileiro. A entrevista foi dada durante um seminário de jornalismo esportivo em Brasília.
Assista ao vídeo com Juca Kfouri
Para Juca Kfouri, as revelações da Comissão Nacional da Verdade que ligam o nome de José Maria Marin (que na época era deputado estadual em São Paulo) ao episódio de tortura do ex-marido da presidenta Dilma Rousseff, Carlos Araújo, impossibilitam o presidente da CBF a continuar no cargo.
Para ele, não faz sentido Marin chegar à Copa como presidente da CBF: “Ele fez um discurso em 1976 se desfazendo em elogios para o delegado Sérgio Paranhos Fleury, que era a besta fera do Dops em São Paulo. Um mês atrás, o ex-marido da presidente Dilma Rousseff depôs na CNV em Porto Alegre dizendo que foi torturado pela equipe de Sérgio Paranhos Fleury. Que condições tem este homem de estar ao lado da presidente na abertura da Copa? Nenhuma!”.
Marin também é citado na Comissão da Verdade por ter feito um discurso que culminou na prisão, tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog. Para Kfouri, o atual presidente da CBF jogou “lenha na fogueira” para que Herzog fosse preso. O filho de Vladimir Herzog e o deputado federal Romário já se manifestaram pedindo a renúncia de Marin. Entidades de torcedores também já pediram a troca de presidente na CBF por causa das denúncias na CNV.
Sobre a possível sucessão na CBF, o jornalista é pessimista: “O problema não é pessoal, de A, de B, de C, de Ricardo Teixeira, de Marin, do Marco Polo. É um problema de estrutura, a maneira como eles chegam ao poder, que tem muito a ver com a miséria do futebol brasileiro”. A própria CBF lançou uma nota defendendo a permanência de José Maria Marin e atacando os opositores ao presidente.
O presidente da CBF é escolhido pelo votos dos vinte times que estão na primeira divisão do futebol brasileiro e vinte e sete federações estaduais. Para se candidatar, é preciso ter o apoio de cinco clubes e oito federações. O último presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, ficou 23 anos no cargo.
Deixe seu comentário