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Rafaela Silva em luta durante Mundial de Judô 2013

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Carioca vinda de um projeto social conquista medalha inédita para o judô brasileiro

Criado em 28/08/13 21h07 e atualizado em 30/08/13 16h52
Por Douglas Corrêa Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Rafaela Silva em luta durante Mundial de Judô 2013
Rafaela Silva vinda de um projeto social na Cidade de Deus, uma comunidade pacificada, no Rio, conquistou primeiro título mundial de judô de uma atleta brasileira, no Campeonato Mundial de Judô (divulgação / Site da Confederação Brasileira de Judô)

Rio de Janeiro - A carioca Rafaela Silva, 21 anos, vinda de um projeto social na Cidade de Deus, uma comunidade pacificada, na zona oeste do Rio, conquistou, hoje (28), o primeiro título mundial de judô de uma atleta brasileira, no Campeonato Mundial de Judô, que ocorre no Ginásio Gilberto Cardoso, o Maracanãzinho.

A judoca venceu, por ippon (pontuação máxima), a norte-americana Marti Malloy, na final, e a atual líder do ranking Automne Pavia, na semifinal. Com o apoio de cerca de cinco mil torcedores que fizeram do Maracanãzinho um caldeirão, Rafaela conquista a terceira medalha do Brasil na competição, a primeira de ouro, na categoria leve feminino (até 57 quilos).

“Hoje eu estou aqui mostrando que não depende de cor, dinheiro, de nada. Depende da vontade e da garra que a pessoa tem para buscar a vitória. Ainda não parei para pensar que sou campeã mundial, muito menos que estou escrevendo a história do judô brasileiro”, disse Rafaela Silva.

ASSISTA NA TV BRASIL:
- Após conquista, Rafaela Silva revela importância da torcida

Creative Commons - CC BY 3.0 -

A atleta é resultado do trabalho do Instituto Reação, organização não governamental (ONG) criada pelo judoca Flávio Canto, na Cidade de Deus, comunidade do Rio de Janeiro. Ao lado de Flávio, o professor Geraldo Bernardes é um dos idealizadores do projeto e foi quem descobriu Rafaela.

“Quando criança ela era muito indisciplinada, só queria soltar pipa, jogar bola e brigar na rua. Por isso, o pai a levou para treinar. Aos 8 anos de idade, Rafaela começou a praticar judô e, ao logo do tempo, revelou um talento nato para o esporte, uma agressividade que poderia ser usada dentro do tatame. Este título estava engasgado desde os Jogos Olímpicos de Londres, pois ela tinha toda condição de ser campeã, e não foi [Rafaela foi desclassificada por ter aplicado um golpe proibido durante uma luta]. Se há algo de justo no esporte, é este título da Rafaela”, disse Geraldo Bernardes, primeiro professor de judô da atleta.

O atleta Flávio Canto, idealizador do Instituto Reação, que atua em comunidades pobres no Rio de Janeiro como a Rocinha, Pequena Cruzada, Cidade de Deus e Tubiacanga, disse que seu objetivo é a promoção do desenvolvimento humano e da inclusão social por meio do judô e de atividades complementares, como passeios culturais, atendimento fisioterapeutico, aulas de inglês e reforço escolar. Rafaela e a irmã Raquel se desenvolveram no projeto e atualmente são universitárias. Canto, que foi bronze nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, não se cansa de elogiar a dupla.

"Elas são as principais atletas do Reação. É surpreendente ver como elas se desenvolveram rápido. E as duas representam os dois caminhos que nós traçamos, unindo esporte e educação com sucesso".

Quem também se emocionou com a conquista inédita da judoca foi a treinadora da seleção brasileira de Judô, Rosicleia Campos. Na comemoração, Rosicleia lembrou da origem humilde e da garra de Rafaela. “Ela é uma guerreira dentro e fora do tatame. Este título mundial é mais do que merecido. Tanto a Rafaela como toda a equipe de profissionais que dão suporte para os atletas estão de parabéns. Viva a Rafaela e viva o judô brasileiro", comemorou.

Edição: Aécio Amado

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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