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Estádio Dr. Magalhães Pessoa Leiria, Portugal

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Crise trouxe dificuldades para os clubes portugueses e mais riscos a jogadores

Criado em 06/09/13 11h07 e atualizado em 07/09/13 14h35
Por Gilberto Costa/ Correspondente da EBC Fonte:Portal EBC

Protesto em Portugal
A austeridade forçada para conter o histórico déficit orçamentário do Estado e a dívida pública, que equivale a mais de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), respingou para o mundo da bola (Movimento Que se lixe a troika/ Facebook )

Lisboa – A precarização das relações de trabalho entre jogadores de futebol e clubes portugueses guarda relação com a crise econômica pela qual passa Portugal e outros países da Europa. A  austeridade forçada para conter o histórico déficit orçamentário do Estado e a dívida pública, que equivale a mais de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), respingou para o mundo da bola.

Os clubes perderam apoio das prefeituras, de patrocinadores (afetados com a queda de consumo) e até de torcedores que vão menos ao estádio - há 900 mil desempregados no país, e a média de público da primeira rodada da 1ª Liga do campeonato nacional é a menor em cinco temporadas (8.032 espectadores).

De acordo com especialistas, os problemas dos jogadores são anteriores ao programa de ajuda financeira e ajustamento econômico acertado em 2011 com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia (CE) - a Troika. “Não é uma situação de agora”, comenta o repórter Nuno Santos, do tradicional jornal esportivo português A Bola. Segundo ele, a crise expôs mais a “incapacidade grande dos clubes de gerenciarem suas receitas”.

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Para Nuno Santos, a crise torna as condições dos jogadores das divisões de base “pior ainda”  porque “afeta a força negocial dos clubes, a capacidade para contratar e as condições de segurança dos atletas”. Em resumo, “os clubes não conseguem cumprir as obrigações assumidas com os jogadores”. Isso explica, em parte, salários em atraso, não pagamento de transferências e contratação de jogadores profissionais como amadores – problemas mencionados pelos entrevistados pelo Portal EBC.

Manuel Resendes, diretor do site 365, especializado em futebol internacional, salienta que nesse período de crise e austeridade os clubes viram minguar drasticamente (por força de lei) o patrocínio dos governos locais aos clubes distritais e da 3ª divisão. “Havia câmara que dava fortunas e pagava 90% do orçamento do clube”, recorda-se ao opinar que a situação não era correta: “na verdade, os contribuintes é que pagavam”.

O agente de jogadores de futebol Ramiro Sobral, cadastrado na Federação de Futebol de Portugal (FPF), confirma que “havia clubes que eram suportados pelas autarquias. Os clubes distritais viviam do que a câmera podia dar”, disse ao lembrar que “o apoio ao futebol era uma forma de ascender politicamente”. De acordo com ele, “depois da crise, o orçamento dos clubes baixou várias vezes. Há alguns anos um clube que correspondente à Série C no Brasil recebia 400 mil euros e hoje recebe 4 mil euros. Estamos a falar de uma realidade totalmente diferente”.

Antes mesmo da Troika chegar a Portugal, a Assembleia da República (Congresso Nacional) estabeleceu em lei limites para os gastos municipais com clubes e reduziu a margem de manobra das prefeituras para usar a verba da rubrica orçamentária de “cultura e desporto” para financiar clubes que a partir de então tiveram que passar a viver das cotas dos sócios e de patrocínios privados.

Nos clubes maiores, das primeiras divisões e com mais torcedores, a situação é melhor porque os também são remunerados pelas emissoras de televisão. “Quando as câmaras não têm dinheiro, as empresas patrocinadoras não têm dinheiro, como os clubes vão sobreviver? Com direitos de transmissão? Mas a TV só transmite a 1ª e a 2ª ligas”, pondera o agente Joaquim Ribeiro, também licenciado pela FPF.

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