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Brasileirão feminino: renda mensal de Neymar pagaria 55 meses de salário a times finalistas

Criado em 06/11/15 17h11 e atualizado em 06/11/15 17h22
Por Edgard Matsuki Edição:Amanda Cieglinski - Portal EBC

Classificadas para as semifinais do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, as equipes do Adeco (SP), Rio Preto (SP), São José (SP) e Tiradentes (PI) se mantém com recursos ínfimos em comparação aos times de futebol masculino. Uma das formas de se verificar essa diferença é detalhando a folha salarial das atletas dos quatro melhores times do Brasil neste ano.

De acordo com levantamento feito pelo Portal EBC com as diretorias dos times, as 100 jogadoras que compõem o elenco dos quatro semifinalistas custam, somados todos os salários, R$ 188 mil. A média de salário de cada jogadora fica em torno de R$ 1.880.

Como comparativo, o salário do astro Neymar (de acordo com levantamento da revista Forbes) é de cerca de R$ 10,3 milhões por mês, convertido para a moeda brasileira. Cerca de 55 vezes maior do que soma do salário das 100 atletas. Ou seja: um salário do jogador brasileiro, que atualmente veste a camisa do Barcelona, seria suficiente para bancar a folha salarial dos quatro times finalistas por quatro anos e cinco meses. “O Neymar, com seus 18 patrocinadores, bancaria sozinho todo o futebol feminino”, disse o coordenador do futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, para o especial da EBC “Mulheres em Campo”.

As 100 jogadoras que compõem o elenco dos quatro times ganham R$ 188 mil
Creative Commons - CC BY 3.0 - As 100 jogadoras que compõem o elenco dos quatro times ganham R$ 188 mil

Arte EBC

Mesmo se for considerada a realidade do futebol brasileiro, há diferenças imensas no investimento feito nos atletas do masculino e do feminino. O salário do atacante Fred, do Fluminense, de cerca R$ 900 mil por mês (números extraoficiais), conseguiria pagar quase cinco meses de salários de todas jogadoras dos quatro melhores times do campeonato.

As raízes da disparidade salarial está também na própria estrutura de financiamento do futebol feminino do Brasil. O Campeonato Brasileiro está apenas na terceira temporada e os clubes sobrevivem basicamente com auxílio do Poder Público. As equipes não recebem cotas de TV e, com exceção da Adeco, os times não têm patrocínio de camisa que paguem valores significativos.

Os três times paulistas finalistas são apoiados pelas prefeituras de suas cidades: a Adeco é ligada a um projeto da Prefeitura de São paulo, o São José recebe verbas da Prefeitura de São José dos Campos e o Rio Preto se mantém com a ajuda da Prefeitura de São José do Rio Preto.

A exceção à regra é o Tiradentes. A grande surpresa do Brasileirão até recebe apoio do governo do Piauí, mas mantém o salário das atletas graças aos sócios do clube social da Polícia Militar do Piauí. Para conseguir disputar o campeonato deste ano, o Tiradentes optou por suspender as atividades do time masculino.

Mais dois fatores contribuem para a “magreza” da folha salarial dos clubes brasileiros: o primeiro é de investimento na base. Adeco, São José e Rio Preto têm muitas jogadoras das equipes de categorias inferiores que disputam o campeonato. Nesses casos, as jogadoras acabam recebendo uma bolsa e não um salário.

O que também ajudou com a diminuição dos salários foi a criação da seleção permanente de futebol (formada neste ano). A seleção acaba concentrando as jogadoras mais valorizadas do país, o que desonera os times. De acordo com informações da CBF, o piso salarial das atletas é de R$ 9 mil. Ou seja, uma jogadora da seleção vai ganhar no mínimo cinco vezes mais do que a média de salário das semifinalistas do Brasileirão feminino.

Confira nos links abaixo mais detalhes sobre como os quatro semifinalistas do Brasileirão Feminino se sustentam:

Adeco (SP)

Rio Preto (SP)

São José (SP)

Tiradentes (PI)

Creative Commons - CC BY 3.0

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