Com apoio da Prefeitura de SP, Adeco busca bicampeonato brasileiro

Criado em 06/11/15 16h39 e atualizado em 12/01/16 22h35
Por Edgard Matsuki Edição:Amanda Cieglinski - Portal EBC

Junto com a equipe do São José, a Adeco (Associação Desportiva Centro Olímpico) é considerada desde o início do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino como uma das favoritas ao título. Classificada para as semifinais da competição, a equipe aponta o investimento na base, a parceria com a Prefeitura de São Paulo e a existência de um patrocinador, algo raro no futebol feminino, como os principais motivos para a boa campanha no Brasileirão.

Ligado ao Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COPT) da capital paulista, a Adeco tem atletas em dez esportes. Mas o futebol, que só conta com o time feminino, pode ser apontada como a modalidade em que o clube mais se destaca. “A gente desenvolve um trabalho com muita seriedade e olha para o futebol feminino com o respeito que ele merece”, aponta Daniel Magon, supervisor de futebol do clube.

É justamente em decorrência do trabalho de base do Centro Olímpico que a Adeco consegue formar um elenco forte. Ao todo, há cinco categorias de base no futebol feminino: Sub-20, Sub-17, Sub-15, Sub-13 e Sub-11. “Hoje nós temos mais de 160 atletas ligadas ao futebol desde os 9, 10 anos de idade”, diz Magon. Do elenco atual profissional atual, 10 jogadoras vêm da base.

Além de garantir as jogadoras para o elenco profissional, a Prefeitura de São Paulo cede ao clube toda a estrutura de treinamento em uma área localizada próximo à Secretaria de Esportes da capital paulista. Os locais usados pelas jogadoras de futebol são os mesmos utilizados por atletas de outras modalidades. Financeiramente, o que diferencia o futebol dentro do clube é o aporte financeiro que o time recebe do Hospital São Cristóvão, patrocinador do elenco.

“Desde 2013, estamos com uma parceria com um patrocinador que nos auxilia os custos para pagar atletas de alto nível. A Adeco não conseguiria por si só sustentar esse projeto. É ele que nos segura”, afirma Magon. A diretoria da Adeco pediu para não revelar o valor da folha salarial, mas o investimento para manter os salários das 28 atletas é bem menor do que os R$ 100 mil gastos mensalmente pelo São José, outro favorito do campeonato.

História da Adeco

A proximidade entre a Associação Desportiva Centro Olímpico (o clube) e o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (o projeto) ainda causa confusão. Ambos acabam sendo conhecidos por muitos como Centro Olímpico. Mas a história mostra que os caminhos são distintos.

O projeto do Centro Olímpico nasceu em 1976. Desde então, trabalha na formação de atletas. Porém, o COTP não pode participar de competições oficiais justamente por ser um projeto gerido pela Prefeitura de São Paulo. “O time feminino participava de campeonatos menores, mas nunca ligado a federações”, conta Magon. A história do futebol feminino da Adeco começou em 2011, quando o clube foi criado para que atletas do projeto disputassem campeonatos.

Em um cenário onde uma boa estrutura e recursos são esparsos, a Adeco logo começou a se destacar como uma das forças do futebol nacional. Em 2011, chegou ao vice-campeonato Paulista - perdeu para o Santos, que tinha Marta e outras craques no time. Em 2012, foi vice estadual e da Copa do Brasil. O primeiro título da história da equipe veio em 2013, com o Campeonato Brasileiro. Em 2014, o time terminou o brasileirão em 3º lugar.

Em 2015, o time tem chegou com força para a competição. Na primeira fase, acabou em segundo lugar no Grupo 3 e quase perdeu uma das duas vagas do grupo. Na segunda fase, a classificação foi mais tranquila. O time recebeu o reforço de três jogadoras da seleção brasileira permanente (Fabiana, Tayla e Letícia) e ficou em primeiro no Grupo 5. Até o momento, a campanha da Adeco é de sete vitórias, um empate e duas derrotas. Sofreu oito gols e marcou nada menos do que 36.

O grande destaque do time é a atacante Gabi Nunes. Artilheira disparada do Brasileirão com 13 gols em 10 jogos, ela é atleta do time desde os 15 anos de idade. No momento, ela está na seleção brasileira Sub-20, que disputa o Campeonato Sul-Americano neste mês, e conseguiu uma autorização especial para jogar as semifinais.