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Imagem: Governo Brasileiro / Divulgação

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Dia da Mulher: atletas encaram desafios às vésperas de Jogos Olímpicos

Criado em 07/03/16 20h55 e atualizado em 15/07/16 18h56
Por Edgard Matsuki e Gésio Passos* Edição:Luiz Claudio Ferreira

O dia 8 de março deste ano é especial e de muito treino para atletas brasileiras que vivem a expectativa de representar o país e lutar por bons resultados nos Jogos Olímpicos (em agosto) e Paralímpicos (setembro). 

Em meio aos incessantes treinos para o Rio 2016, o Portal EBC conversou com Aline Silva (atleta da Luta Olímpica), Yane Marques (Pentatlo Moderno), Joana Neves (atleta paralímpica da Natação) e Natália Mayara (atleta paralímpica do Tênis) para saber se há diferença entre homens e mulheres no esporte. As opiniões ficaram divididas. Confira: 

Aline Silva - “No meu esporte, são as mulheres que se destacam”

Aline Silva
Aline Silva tem no currículo uma medalha de bronze em Mundial do esporte (categoria até 75 kg). Crédito: Governo Federal

Quando se pensa em Luta Olímpica (antigamente chamada de Luta Greco-Romana), a imagem mais recorrente é a do esporte sendo praticado por homens. No entanto, o fato é que no Brasil são as mulheres que se destacam no esporte. 

Esperança de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos, Aline Silva tem no currículo uma medalha de bronze no campeonato mundial do esporte (categoria até 75 kg). Ela, que recebe patrocínios e bolsa por ser atleta, diz que o desempenho feminino na Luta Olímpica faz com que homens e mulheres sejam vistos com igualdade. 

“No meu esporte, são as mulheres que se destacam. Por esse motivo, eu não sinto a desigualdade tão na pele. Acho que indiferentemente do sexo, o atleta de alto rendimento enfrenta dificuldades no seu dia a dia”. 

Yane Marques - “São desafios normais”

Yane Marques
Yane Marques ganhou um surpreendente bronze nos Jogos de Londres (em 2012). Crédito: Governo Brasileiro / Divulgação

Candidata a medalha nos Jogos Olímpicos no Pentatlo Moderno, Yane Marques vai passar o Dia da Mulher treinando pesado em Curitiba. Ela, que ganhou um surpreendente bronze nos Jogos de Londres (em 2012), afirma que enfrenta muitos desafios como atleta. Porém, nenhum deles é por ser mulher. “Para mim, são desafios normais”.

Natália Mayara - “Premiação para homens é maior”

Natália Mayara
Natália Mayara ganhou a medalha de ouro nos Jogos Parapan de Toronto (2015). Crédito: Governo Brasileiro / Divulgação

Ao contrário de Aline e Yane, a tenista Natália Mayara (esperança de medalhas nos Jogos Paralímpicos) aponta que há, sim, desigualdade entre homens e mulheres no esporte. Natália ganhou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto (2015). Na ocasião, ela foi porta-bandeira do Brasil no encerramento dos jogos. 

“No meu esporte a diferença é clara. Começa pelo fato de que, mesmo que ambos sejam campeões (categoria feminina e masculina) no mesmo torneio e tenham jogado contra a mesma quantidade de jogadores, o homem sempre recebe premiação em dinheiro maior do que a mulher. Acho isso injusto pois as condições são as mesmas pros dois, então não há nada que justifique essa divisão.”

Natália (que teve parte das duas pernas amputadas) faz uma ressalva quando fala do tratamento do Comitê Paralímpico Brasileiro: “No Brasil, graças a Deus, o CPB dá as mesmas condições para ambos os sexos. Não há diferença de recursos ou tratamento, o importante é o resultado e não se você é homem ou mulher. Então creio que isso vai mais de esporte para esporte.

Joana Neves - “Não vejo diferença”

Joana Neves
A nadadora é campeã mundial dos 50m livre e está “98% confirmada” no Rio 2016. Crédito: Governo Brasileiro

Outro nome que também deve se destacar nos Jogos Paralímpicos é o de Joana Neves. A nadadora é campeã mundial dos 50m livre (S5) e está “98% confirmada” no Rio 2016. Joana, que tem acondroplasia (nanismo desproporcional, causado por mutações genéticas), não vê diferença entre homens e mulheres no esporte. 
 
“Eu nunca trabalhei em nenhuma outra empresa. Eu sou atleta desde os 13 anos. Eu não vejo muita diferença não. E em termos de patrocínio também acredito que não tenha muita diferença. O patrocínio vem no decorrer que você consegue ganhar, competir e conquistar. Acho que se você estiver bem consegue um bom patrocínio, independente de ser homem ou mulher. Então acho que não tem nenhuma desigualdade não.

Terezinha Guilhermina - “Há menos investimento”

Terezinha Guilhermina
 "Tenho que provar todos os dias que sou capaz para poder conseguir o respeito". Foto: Governo Brasileiro / Divulgação

Terezinha Guilhermina, multicampeã mundial e paralímpica em provas de velocidade, é, sem dúvida, um dos grandes nomes do esporte paralímpico brasileiro. Deficiente visual (cegueira total), ela aponta que há diferença entre homens e mulheres no esporte. Ela deve ocupar a vaga do país no Paratletismo. 

Devido ao fato de os homens praticarem esportes muito antes que a mulher, que entrou há pouco no esporte como mercado de trabalho, há diferença. Hoje, existe menos mulheres no esporte e, infelizmente, existe um menor investimento no esporte para mulheres uma vez que somos (consideradas) o “sexo frágil”. 

Guilhermina diz que ser mulher não é a única barreira que enfrenta. “Além de ser deficiente visual, eu tenho 37 anos. Tenho que provar todos os dias que sou capaz para poder conseguir o respeito e que as pessoas acreditem no meu trabalho. Mesmo que eu tenha todos os recodes mundiais e títulos mundiais nas provas que eu participo”.

* Colaborou Ellen Braga

Creative Commons - CC BY 3.0

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