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Apelidado por seus compatriotas de “El Caballero del Fútbol”, Andrés Escobar foi assassinado na saída de uma casa noturna de Medellín, no dia 2 de julho de 1994

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Morte do zagueiro colombiano Andrés Escobar completa 20 anos

Criado em 02/07/14 17h57 e atualizado em 02/01/15 15h18
Por Nathália Mendes Fonte:Portal EBC

A maior tragédia do futebol colombiano completa 20 anos nesta quarta-feira. Foi no dia 2 de julho de 1994 que o zagueiro Andrés Escobar, autor de um gol contra na Copa do Mundo daquele ano, foi assassinado dentro de um carro na saída de uma casa noturna de Medellín. O jogador foi alvejado com 12 tiros por Humberto Muñoz Castro, que trabalhava como segurança e motorista de dois chefes do tráfico de drogas na Colômbia. A suspeita, jamais confirmada, é que Escobar tenha pagado com sua vida pelo fracasso de uma seleção apontada como favorita, mas que caiu ainda na fase de grupos, fazendo com que os narcotraficantes tivessem consideráveis perdas financeiras em apostas.

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A Colômbia fez uma campanha irrepreensível nas Eliminatórias para a Copa do Mundo dos Estados Unidos: em seis jogos, foram quatro vitórias e dois empates, com 13 gols a favor e apenas dois sofridos, terminando como primeira colocada invicta do Grupo A. No Mundial, caiu no grupo de Romênia, Suíça e os donos da casa, e deveria avançar com sobras. Mas, quando a bola rolou, os colombianos ficaram pelo caminho, depois de perder por 3 x 1 para os romenos, 2 x 1 para os norte-americanos e vencer os suíços por 2 x 0. E a mais promissora geração dos cafeteros em muitos anos, que contava com nomes como Valderrama, Rincón, Asprilla e Valencia, despedia-se da Copa com um amargo último lugar em um grupo considerado fraco.

O gol que determinou o destino de Andrés Escobar aconteceu no jogo contra os Estados Unidos. Aos 35 minutos do segundo tempo, o defensor, de apenas 27 anos e apelidado por seus compatriotas de “El Caballero del Fútbol”, se jogou na marca do pênalti para tentar interceptar, de carrinho, cruzamento na área por John Harkes. A bola foi morrer no fundo das redes defendidas por Cordoba, confirmando o primeiro gol dos anfitriões na partida, realizada no estádio Rose Bowl. O gol de Escobar foi o único gol contra da Colômbia naquela Copa do Mundo.

Seis dias depois da eliminação colombiana da Copa do Mundo, Escobar foi morto. O que se sabe, é que, momentos antes de ser alvejado, Escobar se defendia de provocações sobre o gol contra que marcou no Mundial. Mas as investigações concluíram que o assassinato não foi premeditado, embora há quem ainda acredite que o crime tenha relações com o tráfico de drogas – já que, na época, o futebol tinha profundas relações com a prática criminosa.

Humberto Muñoz Castro confessou ter feito os disparos, mas alegou que o motivo foi uma discussão causada por divergências de opinião sobre futebol. Ele foi condenado a 43 anos de prisão, e foi condenado a 43 anos de prisão em 1995. Dez anos depois, ele recebeu a liberdade condicional por ter bom comportamento. Atualmente, nenhum dos envolvidos no assassinato de Escobar está preso.

Andrés Escobar defendia o Atlético Nacional de Medellín, clube onde foi formado e vestiu a camisa durante quase toda sua curta carreira, quando faleceu. Com seu clube, foi campeão da Libertadores de 1989. Mais de cem mil pessoas compareceram ao seu enterro - entre eles o então presidente do país, César Gaviria Trujillo - e uma estátua em sua homenagem foi erguida na cidade colombiana em 2002.

Em entrevista ao site oficial da Fifa, a irmã do zagueiro, María Ester Escobar, falou sobre a data: “Vinte anos é muito tempo, (e foi) realmente muito duro. Mas eu prefiro agradecer a Deus por ter permitido que convivêssemos 27 anos com ele, por tê-lo emprestado a nós. Sei que não foi muito, mas foram anos importantes”, afirma ela, que admite ter ficado alarmada com o gol contra de Marcelo, logo na abertura da Copa. "Isso traz lembranças muito tristes e dolorosas para nós. Mas o bom é entender que isso faz parte do jogo, que é a coisa mais normal que pode acontecer. O futebol deve ser vivido com intensidade, mas como um esporte. Que sirva de lição para todos, e que não haja violência".

 

Outros grandes nomes do futebol colombiano também se pronunciaram sobre os 20 anos sem Andrés Escobar. Confira:

Carlos Valderrama

“Andres Escobar: sempre nos corações de todos nós. Jamais esqueceremos sua bondade, humildade e luta. Sinto sua falta, irmão, sinto sua falta”:

 

Faustino Asprilla

“20 anos depois, a Colômbia e todos nós que tivemos a oportunidade de conviver com ele ainda sentimos sua falta: Andres Escobar”:

 

Freddy Rincón

“Hoje é o dia que me lembro desse grande, enorme ser humano e jogador que foi Andres Escobar. Grandes lembranças e grande orgulho de ter convivido com essa pessoa e esse cavalheiro. Obrigado, Deus, por tê-lo feito colombiano e meu amigo”

 

Victor Hugo Aristizábal

"Hoje lembramos de um grande amigo e uma excelente pessoa. 20 anos que este episódio absurdo aconteceu e nos deixou marcados..."

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