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Isaquias Queiroz disputa sua primeira final olímpica de canoagem

Imagem: REUTERS/Murad Sezer/Direitos Reservados

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Isaquias Queiroz: mito da canoagem quase desistiu do esporte e ainda “não sentiu nada”

Criado em 21/08/16 12h06 e atualizado em 21/08/16 12h16
Por Edgard Matsuki - enviado especial do Portal EBC Edição:Adriana Franzin

Ao conquistar três medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos, Isaquias Queiroz colocou o seu nome na história do esporte brasileiro e da canoagem. Ele se tornou o primeiro canoísta e o primeiro atleta brasileiro a ganhar três medalhas em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos. Apesar dos feitos, ele diz que ainda “não sentiu nada” sobre as conquistas.

“No hotel, eu me perguntei: é essa a sensação de ganhar a medalha olímpica? Não tô sentindo nada, respondi para mim. Como eu venho de vários campeonatos ganhando medalhas, não me impressionei. O pessoal fica falando: é uma Olimpíada, Olimpíada. Mas 'véio', todo mundo que enfrentei no mundial, tenho enfrentado aqui. Para mim, a Olimpíada é muito mais fácil do que treinar diariamente”.

A “tranquilidade” em relação ao seu resultado histórico contrasta com um período em que ele chegou a pensar em abandonar a canoagem. O ano era 2012 e Isaquias era apenas uma promessa no esporte. Em sua carreira, que começou aos 11 anos, quando foi descoberto em um projeto social em Ubaitaba (BA), o atleta tinha ganhado medalhas no mundial júnior e participado das Olimpíadas da Juventude de 2010, mas acabava de perder a vaga na seleção brasileira.

O baque da desilusão e o fato de estar longe de casa há algum tempo quase fizeram Isaquias deixar o esporte. “Eu havia sido de casa muito novo, sem dinheiro nenhum. Deixar a família e amigos. Imagine só: ficar ali sem nada. Imagine isso na cabeça de um adolescente. Ela explode. Tive vontade de ir embora porque era uma criança. Ir para casa, jogar vídeo game. Pensei em parar”, relata.

Sem a seleção, Isaquias começou a mudar de ideia quando foi chamado por Sebantian Cuattrin (um dos grandes nomes da canoagem no Brasil) para voltar a treinar com mais afinco em 2013. “Eu não estava fazendo nada, então resolvi treinar. Mesmo assim, ainda pensei em deixar o esporte até 2014. Foi quando tudo mudou e eu comecei a amadurecer”. Em 2014, o espanhol Jesus Morlán chegou ao Brasil, mudou o método de treinos e ajudou a tornar Isaquias um campeão.

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Isaquias conquista três medalhas em uma Olimpíada 

“Quero comer o feijão da minha mãe”

Ainda que não tenha a real dimensão do que significa a conquista de três medalhas em uma Olimpíada, Isaquias quer aproveitar para comemorar a conquista. A primeira coisa que ele quer fazer é voltar para a cidade natal e chegar em casa. “Eu quero sentir a minha casa. Eu montei ela é não aproveitei até agora. Quero comer o feijão da minha mãe”, conta.

Antes de chegar em casa, ele vai ter que passar por mais uma prova de resistência. Ao contrário do que costuma fazer, ele vai percorrer as ruas de Ubaitaba (que tem cerca de 50 mil habitantes) em carro aberto. “Normalmente, eu prefiro chegar de mansinho em Ubaitaba. Pegar um táxi e ir para minha casa, escondidinho. Mas dessa vez, vamos ter festa. Para mim também não é ruim porque eu gosto muito de festa”, diz.

E o futuro? A curto prazo, Isaquias quer férias. Não se sabe de quanto tempo ainda. Ele queria quatro meses, mas o técnico Jesus Morlán já adiantou que “com 22 anos, não se pode ter quatro meses de férias”. A longo prazo, o desejo é continuar batendo recordes e, quem sabe, sentir um pouco mais de emoção com a medalha olímpica. “Pode ser que eu não tenha sentindo tanta emoção porque era a minha primeira medalha. Quem sabe nas próximas eu sinta mais”, diz, em uma lógica que não parece fazer muito sentido.

Creative Commons - CC BY 3.0

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