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Brasil conquista bronze no goalball masculino após reação incrível contra Suécia

Criado em 16/09/16 17h44 e atualizado em 16/09/16 18h07
Por Edgard Matsuki, enviado especial do Portal EBC Edição:Luiz Claudio Ferreira

Quando saiu de quadra após a derrota para os EUA nas semifinais, Leomon Moreno, ainda abalado pela derrota e pelos muitos erros, disse que algo estava reservado para o Brasil nas Paralimpíadas. Certamente, ele esperava o bronze. O que ele não imaginava era que a partida contra a Suécia fosse tão acirrada. Após estar perdendo por 4 a 0, o Brasil virou o jogo e ganhou por 6 a 5.

O Brasil entrou em quadra com uma formação diferente. Leomon e Alex deram lugar para Josemárcio e Alex Celente. Ao final do jogo, o técnico Alessandro Tosim apontou que a escolha por deixar o artilheiro do time no banco se deu pelo fator psicológico. “Após o jogo, não conversamos porque precisávamos fazer os meninos esfriarem a cabela. Hoje cedo fizemos uma reunião para pensar na semifinal. Vimos que o Leomon estava um pouco abatido por causa dos seis pênaltis. Então optei por começar pelos atletas mais experientes para o jogo de hoje. Apesar de sairmos perdendo, quando ele entrou, ele resolveu”, afirmou.

Na primeira fase, o Brasil havia vencido a Suécia por 9 a 6, mas não conseguiu repetir o bom resultado na primeira etapa. O jogo mostrou bastante equilíbrio no começo, mas aos 5 minutos a Suécia conseguiu abrir o marcador. Seremeti arremessou no meio e a bola passou entre Romário e Josemárcio. Aos 10 minutos, a Suécia aumentou o marcador. Após pênalti cometido por Alex Celente, Bjoerkstrand fez o segundo. Aos 12 minutos, Alex entrou no lugar de Celente. No lance seguinte, Bjoerkstrand fez mais um, juntamente em cima do jogador.

No segundo tempo, Leomon (que já tinha o seu nome gritado pela torcida) entrou no lugar de Alex. Ao final da partida, Leomon reconheceu que ter ficado no banco ajudou. “O técnico sabe o que faz. Isso talvez até deixou os jogadores do outro time confiantes demais ou com pé atrás. Quando eu entrei consegui encaixar o jogo”, disse.

Com o artilheiro, o Brasil entrou mais agressivo em jogo. A defesa da Suécia salvou alguns arremessos muito próximo do gol. A torcida se agitava nas arquibancadas na medida do possível (já que o silêncio é fundamental no jogo). Porém, a defesa se descuidou e tomou o quarto gol aos cinco minutos, com Seremeti. A derrota parecia certa, mas foi aí que as coisas começaram a mudar.

No lance seguinte, o ginásio explodiu de alegria. Josemárcio arremessou pelo meio e marcou o primeiro do Brasil. No lance seguinte, Leomon também marcou. Mais uma vez, torcedores comemoraram muito e começaram a gritar “eu acredito”. No minuto seguinte, o estádio comemorou mais uma vez. Josemárcio, de novo, acertou o braço e diminuiu a vantagem da Suécia.

“Temos que destacar a importância da nossa. Eles fizeram a Suécia ficar pequena dentro do ginásio”, disse Tosim. “A torcida gritou “eu acredito”. E a gente também acredita na gente. Eu tava no banco, eu fiquei muito emocionado. É minha terceira Paralimpíada, nunca senti isso antes”, completou Alex Celente.

A hora da virada

Com 4 a 3, foi difícil fazer a torcida ficar quieta. Em todos os lances, os microfones pediam silêncio. Aos 10 minutos, a pressão da torcida parece que ajudou, Weichel cometeu um pênalti para a Suécia. Na cobrança, Leomon marcou e deixou tudo igual.

O Brasil estava melhor e ameaça a Suécia, mas faltando 35 segundos para o final sofreu um castigo. Bjoerkstrand marcou o quinto dos suecos. Só que no lance seguinte, Leomon empatou o jogo novamente. Partida acabou, no tempo normal, 5 a 5 e foi para a prorrogação.

Goalball masculino
Equipe viu Suécia se distanciar no marcador, mas brasileiros conseguiram virar. Reuters / Ricardo Moraes - Direitos Reservados

No tempo extra, a tensão aumentou. Quem fizesse o gol ganhava. Por três vezes, o Brasil esteve perto do gol. A Suécia também ameaçava. Mas os primeiros três minutos acabaram sem gols. Logo no começo do segundo tempo, Leomon acertou a mão e deu a medalha de bronze para o Brasil. No final, Brasil 6 x 5 Suécia.

A conquista da medalha e, principalmente, a visibilidade que o esporte teve durante os Jogos Paralímpicos dão esperança para o crescimento do esporte no Brasil: “Foi muito legal participar das Paralimpíadas em casa. O público, normalmente, são familiares dos jogadores. Uma competição ajuda a construção de uma cultura em torno do goalball. E essa medalha ajudou”, disse Tosim.

Leomon tem esperanças para o esporte e para 2020: “O legado que vai ficar é de mais pessoas conhecendo o esporte. A gente espera que a Paralimpíada faça a modalidade crescer cada vez mais. Isso vai incentivar atletas em alyo nível a chegar na seleção. Quando às medalhas, já temos uma prata e um bronze. Em 2020, eu vou para cima em busca do ouro”.  

Creative Commons - CC BY 3.0

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