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Após o filme, houve debate sobre o tema obesidade infantil

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Filme mostra que publicidade infantil contribui para o aumento do número de crianças obesas no Brasil

Criado em 26/02/13 23h52 e atualizado em 27/02/13 16h26
Por Sueli de Freitas Fonte:Portal EBC

Muito Além do Peso - debate - filme
Após o filme, houve debate sobre o tema obesidade infantil (Sueli de Freitas/EBC)

O padrão de consumo das famílias brasileiras e a publicidade infantil são dois dos fatores abordados no documentário "Muito Além do Peso: Obesidade, a maior epidemia infantil da história". O filme foi exibido nesta terça-feira (26) no anexo I do Palácio do Planalto, com a presença da diretora do documentário, Estela Renner. “A ideia do filme veio do caráter emergente do tema, pois crianças estão apresentando doenças de adultos, carregando um peso que não é delas”, afirmou a diretora paulista. Muitas das crianças entrevistadas não conhecem frutas comuns, pois consomem biscoitos, sanduíches e outros produtos com a composição chamada de ultrapalatável, uma mistura de açúcar, gordura e sal em quantidades pra lá do recomendável.

Com depoimentos reais de famílias das cinco regiões do país, o filme mostra hábitos alimentares e o adoecimento de crianças por problemas antes considerados de adultos, como doenças do coração, respiração, depressão e diabetes tipo 2.  A produção alerta pais, educadores, profissionais de saúde e governo sobre um problema que já atinge 33% das crianças brasileiras, segundo dados do IBGE.

“A obesidade é um problema multifatorial”, destaca a advogada do Instituto Alana (patrocinador do documentário), Ekaterine Karageorgiadis. Segundo ela, entre esses fatores está o excesso de alimentos processados, com muitas calorias e poucos nutrientes, como biscoitos recheados, refrigerantes e lanches rápidos. Por outro lado, as crianças estão brincando menos ao ar livre e ficando muito tempo no computador ou videogame, por isso gastam menos energia. A advogada também aponta o consumo gerado pelo aumento de renda da população, que traz consigo o suposto status de trocar o feijão com arroz por uma lasanha congelada, por exemplo. Outro problema é a escassez de informação por parte dos pais, embalagens com informações equivocadas e a publicidade infantil, que muitas vezes associa personagens de desenho animado a alimentos nada saudáveis. Em algumas redes de lanches rápidos, as crianças até ganham brinquedos quando consomem sanduíches calóricos e sem valores nutricionais.

Para a diretora do filme Estela Renner, é necessária a regulamentação da publicidade infantil para que as propagandas falem com os pais, não com as crianças. A regulação também é destacada como fundamental pelo vice-presidente do Instituo Alana, Marcos Nisti. “Pela Constituição, a criança tem prioridade sobre qualquer assunto discutido neste país. Eu não me conformo quando falamos em regulação de publicidade infantil e as pessoas olham apenas o lado do marketing ou da liberdade de expressão. Precisamos valorizar e proteger esse ser que está em formação, fazendo disso uma bandeira da sociedade”, afirmou.

O representante da Organização Panamericana da Saúde, Enrique Jacoby, que também participou do debate, lembra que as causas da epidemia de obesidade infantil  já são conhecidas, sendo necessárias políticas firmes dos governos, com ação regulatória na área, além de apoio à agricultura familiar e recuperação das tradições culinárias de cada país. 

Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, esteve na abertura da sessão e falou que o filme é um alerta aos gestores públicos, que devem atuar rapidamente, pois a obesidade coloca em risco o futuro das crianças brasileiras.

O filme está disponível para ser baixado no site muitoalemdopeso.com.br

Creative Commons - CC BY 3.0

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