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Adeptos da prática garantem que a cama familiar traz vantagens para todos

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Cama compartilhada: quais as vantagens e os cuidados necessários para praticar?

Criado em 24/01/13 09h16 e atualizado em 20/05/15 10h42
Por Adriana Franzin

Cama compartilhada
Adeptos da prática garantem que a cama familiar traz vantagens para todos (Cascadian Farm / CC)

Contrariando os métodos que aconselham que a criança seja acostumada desde pequena a dormir por conta própria e sozinha no berço ou na cama, os adeptos da chamada Criação com Apego defendem o ninar dos bebês no colo e o uso da cama compartilhada por tempo indeterminado.

Segundo os defensores da prática, partilhar o momento do sono com os filhos traz vantagens para ambos os lados. Fizemos aqui um resumo dos principais motivos pelos quais papais e mamães optaram por isso, com base em dois artigos:

Cama ou quarto compartilhado: promovendo a independência, (Co-Sleeping: Fostering Independence) de Tracy G. Cassels, que escreve no blog  Evolutionary Parenting, traduzido por  Gabriela de O. M. da Silva e publicado em Soluções para noites sem choro.

Dez razões para dormir perto de seus filhos, de Jan Hunt, Psicóloga Diretora do "The Natural Child Project", divulgado no blog Maternar Consciente.

    Confira um resumo dos benefícios apontados pelos defensores da cama compartilhada

    Para os pais

    Para as crianças

    Normas gerais de segurança da cama compartilhada

    Para os pais

    - Favorece o repouso - não ter que se levantar da cama para pegar o bebê no berço colabora para o repouso da mãe, já que não precisa se levantar nem estar totalmente despera para amamentar.

    - Facilita o monitoramento do bebê – qual é a mãe que não se levanta à noite para ver se o filho está bem, com frio, febre, ou mesmo se está respirando? Ter a criança ao lado evita o esforço durante a madrugada.

    - Favorece a proteção em situações de perigo - estando ao lado da criança, os pais podem salvar os filhos em casos de emergência como incêndio, algum ataque por parte de um animal da família, de um assalto na residência, ou mesmo de uma queda mais grave da cama. Além disso, reduz as possibilidades da criança sofrer abuso sexual.

    - Fortalece os laços familiares – o fato dos pais estarem próximos e disponíveis para a criança de noite faz com que a ela crie um profundo e seguro elo afetivo com a família, inclusive com irmãos. Crianças que dormem juntas promovem um relacionamento baseado na confiança e se tornam menos rivais durante o dia. Além disso, pais que passam o dia longe podem compensar parte dessa ausência, reestabelecendo vínculos emocionais importantes com os filhos.

    - Reduz o estresse da família – um bebê chorando à noite é irritante em qualquer situação. Pais que passam a noite estressados podem, inclusive, se tornar mais agressivos durante o dia. Um mal que pode prejudicar o próprio bebê, os outros filhos, a vida social e o trabalho.

    Para as crianças

    Tende a ser mais segura e independente – crianças que dormem com os pais desde  bebês se mostram, ao crescer, mais corajosas e aventureiras que as que foram acostumadas a dormir sozinhas. A explicação é que a sensação de segurança ao dormir com os pais se reflete no comportamento da criança no momento atual e no futuro. Já as que ficam sozinhas sentem medo constantemente, que, por sua vez, também traz consequências à sua personalidade.

    Cama compartilhada
    Irmãos que dormem unidos, permanecem unidos (Madaise / CC)

    - Reduz o estresse – O contato entre mãe e bebê promove a liberação de ocitocina, conhecido como “o hormônio do amor” e causa sensação de bem-estar, além ampliar as ligações afetivas. A ocitocina também reduz os índices de cortisol, o “hormônio do estresse”.

    - Evita ou reduz as consequências do reflexo de moro – O reflexo de moro é uma contração, comum em bebês pequenos, que faz com que braços e pernas tremam. Ele se assusta e, se estiver sozinho, acorda apavorado, gritando alto, com altos níveis de adrenalina circulando na corrente sanguínea. A sensação que o pequeno tem é de insegurança e de que é necessário estar sempre alerta. Ao contrário, bebês que dormem com os pais são imediatamente confortados quando passam por esse  problema e, muitas vezes, nem chegam a acordar.

    Reduz os riscos de falhas respiratórias e de morte súbita – Pesquisas mostram que os batimentos cardíacos e o ritmo respiratório da mãe influenciam os sistemas biológicos do bebê, o que diminui os riscos do pequeno “se esquecer” de respirar. A proximidade da mãe com o filho também faz com que, mesmo dormindo, a mãe intuitivamente perceba quando o bebê para de respirar. Se, ao contrário, a criança dorme longe, ela não sentirá. O socorro rápido nessas situações é fundamental para o salvamento.

    - Diminui as chances de sufocamento – Vômitos durante o sono, uma crise súbita de asma ou até o cordão do pijama que se enrole no pescoço, os riscos do bebê sufocar enquanto dorme são muito reduzidos se os pais estiverem próximos, porque a criança tem muito mais facilidade em acordar seus pais se estiver dormindo perto deles do que em outro quarto.

    - Tende a ser um adulto melhor preparado para lidar com as tensões – em vez de lidar com medo, raiva e sentimento de abandono, a criança que sente a proteção e o carinho dos pais constantemente à noite, tende a se tornar um adolescente e um adulto mais confiante, com maior auto-estima e mais bem preparado para enfrentar os desafios da vida.

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      Normas gerais de segurança da cama compartilhada

      Confira, nesse trecho retirado do livro Solução para Noites sem Choro, de Elizabeth Pantley, traduzido por Liana Lara, as preucações essenciais que devem ser tomadas para dormir com os filhos. É muito importante atentar para todos os itens para evitar que essa prática se torne prejudicial ou até perigosa para o bebê:

      - Sua cama deve ser absolutamente segura para seu bebê. A melhor escolha é colocar o colchão no chão, com a certeza de não existir nenhum vão onde seu bebê possa ficar preso. Tenha certeza de ter um colchão plano, firme e liso. Não permita que seu bebê durma em uma superfície macia, tal como cama d´água, sofá, colchões com a parte superior almofadada, poltronas em formato de “pufe” do tipo que se moldam ao corpo, ou qualquer outro móvel com estrutura flexível que possa ceder.

       - Tenha certeza de ter lençóis sob medida, que permaneçam seguramente ajustados e não se soltem em caso de puxados.
       
      - Se sua cama for elevada do chão, utilize uma grade de segurança de estrutura entrelaçada para prevenir seu bebê de rolar para fora da cama e seja especialmente cuidadosa acerca de não existir nenhum espaço entre o colchão e a guarda da cabeceira da cama ou a guarda dos pés da cama. OBSERVAÇÃO: Algumas grades de segurança projetadas para crianças mais velhas não são seguras para bebês porque possuem espaços em sua estrutura que possibilitam a passagem de pequenos corpos ou que estes fiquem presos nelas.

       

      - Se sua cama é posicionada contra uma parede ou outro móvel, verifique-a toda noite para ter certeza de que não existe nenhum espaço entre o colchão e a parede ou o móvel onde o bebê possa ficar preso.
       

      Cama compartilhada
      Tenha cuidado ao dividir a cama com os filhos (Madison Anne / CC)

      - A criança deve ser colocada entre a mãe e a parede ou a grade de proteção. O pai, irmãos, avós e babás não possuem a mesma consciência instintiva da localização do bebê como sua mãe. Mães: prestem atenção a sua sensibilidade pessoal ao bebê. O seu pequeno deve ser capaz de acordá-la através de um barulho ou movimento mínimo – normalmente até mesmo uma fungada ou ronco é suficiente. Se você descobrir que dorme tão profundamente que somente acorda quando seu bebê emite um choro alto, considere seriamente mudar o bebê para fora de sua cama, talvez para um berço próximo ou ao lado de sua cama.
       
      - Utilize um colchão bem grande para fornecer amplitude de espaço e conforto para todos.
       
      - Considere a possibilidade de uma arrumação de “cama acoplada”, onde o berço ou segunda cama posiciona-se diretamente ao lado da cama principal.
       
      - Tenha certeza de que o quarto aonde seu bebê dorme e todos os outros quartos a que ele possa ter acesso é a prova de crianças. Ele pode sair da cama para uma eventual exploração noturna.
       
      - Não durma com seu bebê se você tiver bebido álcool, se tiver usado qualquer droga ou medicação, se você em especial costuma dormir profundamente ou se está sofrendo privação de seu sono e acha difícil acordar-se.
       
      - Não durma com seu bebê se você for uma pessoa grande, uma vez que um pai acima do peso constitui-se em risco provado para o bebê, na situação da cama compartilhada. Ele pode rolar na direção da inclinação.
       
      - Remova todas as almofadas e cobertores durante os primeiros meses. Utilize extrema precaução quando introduzir almofadas ou cobertores,conforme ele for crescendo. Vista o bebê de forma aquecida para dormir. Uma dica para mamães que amamentam é usar uma camiseta antiga cortada pelo meio em direção à linha do decote, para que não tenha que tirar a roupa. Tenha em mente que o calor do corpo aumenta o aquecimento durante a noite. Tenha certeza que seu bebê não ficará superaquecido.
       
      - Não vista roupas de dormir com cordões ou fitas compridas. Não use joia e, se seu cabelo for longo, prenda-o para cima.
       
      - Não utilize perfumes ou loções de aromas fortes que possam afetar os sentidos delicados de seu bebê.
       
      - Não permita animais de estimação dormindo na cama com seu bebê.
       
      - Nunca deixe seu bebê sozinho em uma cama de adulto a não ser que esta cama seja perfeitamente segura para ele, tal como um colchão firme no chão de um quarto à prova de criança, e somente quando você estiver por perto ou atenta, escutando o bebê através de um monitor (babá-eletrônica) confiável. 
       
      Leia o texto original aqui.

       

      Creative Commons - CC BY 3.0

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