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Programa Triplo P ajuda a estreitar relação entre pais e filhos

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Triplo P: uma estratégia de criação positiva

Criado em 01/03/13 11h40 e atualizado em 01/03/13 12h53
Por Adriana Franzin / EBC

 

Família feliz
Programa Triplo P ajuda a estreitar relação entre pais e filhos (Héctor Romero / CC)

O Triplo P (Positive Parenting Program), parte do princípio que a disciplina física e a agressão moral não são mais eficazes que outros métodos coercitivos e, além disso, geram indivíduos agressivos, antissociais com propensão à depressão, dependência de álcool e outras drogas e desajustes psicológicos. A estratégia tem sido usada em vários países, inclusive, como meio de reduzir os índices de violência.

Um artigo, divulgado no último dia 20 na coluna opinativa do The New York Times, mostra que a atuação do programa em nove municípios do estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, reduziu em 35% as internações de atendimentos de emergência por lesões em crianças e 28% nos casos de abuso.

Seiscentos e quarenta e nove pais receberam o treinamento por vídeo, chamadas telefônicas ou sessões em grupo. Eles foram informados e capacitados para escolher dentro das dezenas de estratégias oferecidas para lidar com o comportamento da criança aquelas que mais se adequaram ao modo de ser e de agir de suas famílias. O resultado foi, além do registrado nas estatísticas, famílias mais unidas, pessoas mais satisfeitas com seus filhos e impressionadas com a melhoria nas relações com as crianças.

O programa, voltado à educação para pais, nasceu na Austrália e já está presente em 25 países com culturas, níveis sócio-econômicos e estruturas familiares diferentes. É fruto de mais de trinta anos de pesquisa, segundo o site Parents, stay positive. A estratégia básica é simples: em vez de reprimir os hábitos ruins, promover e elogiar as boas atitudes.

O programa sugere cinco passos iniciais para que os pais consigam estreitar os laços com as crianças e torná-las mais obedientes sem usar métodos prejudiciais de correção:

- Criar um ambiente seguro e interessante para as crianças: ter uma casa que não ofereça riscos, além de deixar os pais mais tranquilos e relaxados, evita que a criança seja constantemente reprimida por motivos desnecessários. Alertas do tipo “não toque nisso”, estressam ambas as partes. Por outro lado, manter as crianças envolvidas em atividades interessantes também significa um tempo extra para os pais e evita que os pequenos fiquem entediados. Para isso, não é preciso comprar brinquedos caros, apenas prorpor entretenimentos, como artesanato, leitura e brincadeiras, em que seja possível explorar e desenvolver habilidades por conta própria;

- Ter um ambiente positivo de aprendizagem: isso significa dar atenção à criança quando solicitada e usar bem as oportunidades de ensinar algo. Prestar atenção a um bom comportamento, mostrar interesse e elogiar sempre que possível incentiva a atitude positiva. Outras dicas: falar educadamente; usar o “ensino secundário”, ou seja, explorar um assunto de dúvida pedindo que a criança fale sobre ele ou dar uma sugestão de resposta em vez de simplesmente responder a pergunta;  partilhar as próprias experiências ensina a criança a ser um bom ouvinte; ser carinhoso, beijar, abraçar, demonstrar amor faz com que a criança se sinta desejada e segura;

- Usar a disciplina assertiva: o importante é fazer a criança entender que seu comportamento tem consequências, mas elas são abordadas em um ambiente previsível e amoroso. Dessa forma, ela sabe o que esperar quando erra, aprende que suas atitudes podem afetar outras pessoas e desenvolve o autocontrole. Para isso, é essencial definir claramente as regras, dizer o que pode e o que não pode fazer. Diante de uma atitude errada, punir de uma forma não agressiva, como tirar um brinquedo por alguns minutos;

Família unida
Famílias desfrutam dos benefícios de métodos não agressivos de educação (Catherine Scott/CC)

- Ter expectativas realistas em relação aos filhos: as crianças não são iguais. Todas têm habilidades e características diferentes. É importante não esperar mais nem menos do que o filho pode fazer. Ele pode cometer erros, mesmo que não intencionais, e aprender com eles. Não esperar que seja o tempo todo, feliz, educado e cooperativo;

- Cuide de si, como pai ou mãe: criar filhos é uma tarefa que exige paciência e para isso é essencial que haja um bem estar próprio. Isso pode ser alcançado com um momento em particular para ficar sozinho ou fazer algo que gosta. Contar com a ajuda do parceiro e de outros membros da família pode ajudar.

Em resumo, valorizar o acerto, em vez do erro. A ideia principal do programa é que as crianças reagem melhor quando são disciplinadas de maneira consistente e calma, de acordo com expectativas razoáveis e recebendo mais incentivos e retornos positivos que críticas.

Essas propostas básicas podem ser aplicadas em todos os casos, mas existem orientações específicas de acordo com as necessidades de cada família, por exemplo, crianças com deficiência, doenças crônicas, obesidade, distúrbios emocionais e casos de divórcio dos pais, entre outros.

As principais orientações e as ações do programa Triplo P pelo mundo podem ser consultadas aqui.

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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