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De acordo com o BLW o bebê escolhe o que e quanto vai comer

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BLW: o método em que o bebê come sozinho

Criado em 17/11/14 12h51 e atualizado em 16/12/14 11h02
Por Adriana Franzin Fonte:Portal EBC

Bebê comendo
De acordo com o BLW o bebê escolhe o que e quanto vai comer (PublicDomainPictures / CC)

Nada de amassar no garfo. Em vez de papinhas, os legumes e frutas são oferecidos em pedaços grandes o suficiente para que o bebê pegue com as próprias mãos. Ele tem autonomia para escolher o que quer e quanto quer comer. O método de introdução alimentar batizado pela consultora em saúde britânica Gill Rapley, como BLW - Baby Led Weaning ("desmame guiado pelo bebê", em tradução literal), tem conquistado cada vez mais adeptos na Europa, nos Estados Unidos e, agora, no Brasil.

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A pesquisa na área começou com a própria experiência. Ao perceber a frustração do primeiro filho em não aceitar as papinhas que tanto trabalho tinha pra fazer, Rapley desconfiou que ele talvez não estivesse pronto para a introdução dos sólidos aos quatro meses de idade, como era recomendado na época em seu país. Ela continuou com a amamentação e, aos seis meses, ele passou a pegar a comida do prato dos pais e a se alimentar sozinho. Com o segundo filho, a introdução foi ainda mais descontraída e, na terceira, totalmente espontânea. Os estudos sobre a capacidade do bebê de comer por conta própria viraram tema de um mestrado.

Em seus atendimentos, notando que outras famílias tinham a mesma dificuldade, Rapley passou a aconselhar aos pais que esperassem um pouco mais, levando a amamentação exclusiva ao sexto mês e, a partir daí, permitissem que o bebê explorasse livremente os alimentos.  

O método foi sendo difundido e agregando praticantes até que, em 2008, se transformou em um livro: Baby-led Weaning: Helping Your Baby To Love Good Food ("Baby-led Weaning: ajudando seu bebê a amar boa comida"). Ainda sem tradução para o português, o livro explica as vantagens, os cuidados nescessários e dá dicas para a alimentação 100% guiada pelo bebê.

Bebê comendo papinha
Em vez de amassados e servidos na colher, criadora do BLW prega que os alimentos devem ser servidos em pedaços para que o bebê pegue com as mãos (Sanutri/ Creative Commons)

Foi estudando o método que a gastrônoma Rafaella Dias Viana resolveu seguir o que a sua intuição já dizia: "Decidi aplicar o método aqui em casa pois sempre achei que as papinhas não valorizavam o que o alimento tem de melhor: a cor, a textura, o aroma individual. Na minha profissão, prezamos muito esses aspectos. Depois que comecei a estudar, percebi que o BLW vai além disso: desenvolve a autonomia do bebê, a coordenação motora, a alimentação mais saudável, diversificada", destaca a mãe de Isadora, de oito meses.

Foi a liberdade de escolha do bebê que atraiu a agente de Combate à Endemias, Pamela Raquel Wagnitz Nepomuceno. No princípio, a mãe do Alberto, de oito meses, enfrentou dificuldades com o método: "Claro que tem dias difíceis, dias que ele não come direito e, como toda mãe, a gente sempre se pergunta se está no caminho certo. Mas ver ele comendo coisas saudáveis sem drama me dá a certeza do caminho. A experiência tem sido ótima e cada dia ele come mais e melhor. Além do que continuo amamentando em livre demanda". 

Thais Yanai, nutricionista, também teve problemas no início da alimentação do Leonardo de 8 meses. "O início foi um pouco frustrante, pois ele não comida quase nada. Hoje, percebo que com a evolução de sua coordenação motora, ele está mais ágil e alguns hábitos já foram criados. Ele está saudável, e já sabe a hora de comer. Escolhi o BLW porque acho importante criar hábitos saudáveis desde cedo, tanto no que diz respeito ao ato de se alimentar, como o convívio em família, todos à mesa".

O convívio familiar é um dos princípios do método. Conheça os demais.

Na opinião do pediatra Gilson Bonomi, membro da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal, a criança de seis meses está em uma fase de descobertas e põe instintivamente tudo na boca, inclusive a comida. Nesse contexto, o método BLW é, a princípio, mais uma brincadeira que uma forma de se alimentar e tudo vai depender do desenvolvimento do bebê. "No primeiro mês de introdução alimentar, eu recomendo dar a papinha. Mas se a criança tiver capacidade de mastigação e deglutição e ingerir as calorias necessárias para garantir o crescimento normal, essa brincadeira pode ser positiva", defende.

Para isso, recomenda às famílias praticantes atenção ao peso do bebê: "É preciso estar atento ao gráfico de crescimento e desenvolvimento. Se a criança não estiver recebendo a quantidade de calorias necessárias, isso vai se refletir no peso e aí é necessário garantir a nutrição com as papinhas". Ele ressalta ainda que é importante ter cuidado com a higiene do local e das mãos do bebê, mas não precisa dar o banho antes: "Se der o banho antes, a criança se suja toda outra vez. O ideal é dar o banho depois".

Creative Commons - CC BY 3.0

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