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Pesquisa propõe padrão ideal de crescimento dos recém-nascidos
Criado em 25/11/14 11h12
Por Revista Pesquisa Fapesp
Os bebês humanos, sob condições ideais, nascem quase sempre com o mesmo tamanho. Depois de passar em média 40 semanas bem protegidos e alimentados no útero materno, eles vêm ao mundo com aproximadamente 50 centímetros de comprimento. Esse tamanho pode variar dois ou três centímetros para mais ou para menos nessa idade gestacional e parece representar o crescimento ótimo alcançado pela espécie humana nos dias de hoje. Pais e pediatras talvez até já suspeitassem disso. Mas para obter valores válidos do ponto de vista científico foi necessário o trabalho de um batalhão de pessoas.
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Ao longo de quatro anos, entre 2009 e 2013, cerca de 300 médicos e pesquisadores de 27 instituições pesaram e mediram nas primeiras horas de vida 52.171 recém-nascidos de oito países. Desses bebês, selecionaram os 20.486 cujas gestações duraram de 33 a 42 semanas – os que permaneceram menos tempo no ventre materno obviamente eram menores, e os que passaram mais tempo, maiores. Todas as crianças tinham boa saúde, assim como as mães, que pertenciam às faixas de renda mais altas e com nível educacional mais elevado dessas populações. Nenhuma das mulheres fumava nem tinha doenças que pudessem reduzir o crescimento dos bebês.
Houve uma razão para a escolha de um grupo tão seleto. Mulheres com mais anos de estudo e nível socioeconômico mais elevado costumam cuidar melhor da própria saúde e correm menos risco de apresentar problemas na gestação. E os pesquisadores queriam conhecer em detalhe o perfil corporal e o estado de saúde dos recém-nascidos gestados nas melhores condições possíveis. Com esses dados, eles planejavam criar curvas estabelecendo faixas do crescimento considerado ideal durante a gravidez e logo após o parto que pudessem ser válidas para os quase 140 milhões de crianças que nascem a cada ano no mundo.
José Villar, obstetra argentino que coordenou essa extensa tarefa, acredita ter, por fim, conseguido gerar curvas de uso universal, cumprindo uma recomendação de 20 anos atrás da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Agora todos os recém-nascidos podem ser medidos tomando-se por base uma mesma referência”, diz Villar, professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Leia mais sobre o estudo na revista Pesquisa Fapesp.
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