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Mãe com criança desnutrida e desidratada é atendida no Hospital Benadir. O país sofre as consequências do conflito armado combinada com longos períodos de seca e fome

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Unicef declara 2014 um ano devastador para meninas e meninos

Criado em 18/12/14 11h57 e atualizado em 18/12/14 12h27
Por Unicef Brasil

Mogadíscio, capital da Somália, agosto de 2011
Mãe com criança desnutrida e desidratada é atendida no Hospital Benadir. O país sofre as consequências do conflito armado combinada com longos períodos de seca e fome (André Liohn/CICV)

Para milhões de crianças, 2014 foi marcado pelo medo, desespero e horror, por causa dos conflitos cada vez mais graves durante os quais elas foram expostas à violência extrema e às suas consequências, foram recrutadas à força e foram usadas como alvo de grupos armados, afirmou hoje o Unicef. No entanto, muitas crises já não chamam a atenção do mundo, alertou a organização dedicada à infância.

"Este tem sido um ano devastador para milhões de crianças", disse Anthony Lake, diretor executivo do Unicef. "Meninas e meninos foram mortos enquanto estudavam em sala de aula e enquanto dormiam em suas camas; ficaram órfãos; foram sequestrados, torturados, recrutados, violentados e até mesmo vendidos como escravos. Nunca na história recente tantas crianças foram submetidas a tal indescritível brutalidade."

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Pelo menos 15 milhões de crianças estão envolvidas em violentos conflitos na República Centro-Africana, Iraque, Sudão do Sul, Estado da Palestina, Síria e Ucrânia, incluindo as deslocadas internamente e as que vivem como refugiadas. Em todo o mundo, estima-se que 230 milhões de crianças vivam atualmente em países e áreas afetadas por conflitos armados.

Em 2014, centenas de meninas e meninos foram sequestrados em sala de aula ou a caminho de suas escolas. Dezenas de milhares foram recrutados ou utilizados por forças e grupos armados. Em muitas áreas, os ataques contra escolas ou serviços de saúde aumentaram, assim como a utilização de escolas para fins militares.

Na República Centro-Africana, 2,3 milhões de crianças são afetadas pelo conflito. Estima-se que até 10 mil dessas crianças tenham sido recrutadas por grupos armados durante este ano, e mais de 430 crianças foram mortas e mutiladas – três vezes mais do que em 2013.

Em Gaza, 54 mil crianças perderam suas casas devido ao conflito que durou 50 dias em julho e agosto. Durante o mesmo período, 538 crianças foram mortas e mais de 3.370 ficaram feridas.

Na Síria, mais de 7,3 milhões de crianças foram afetadas pelo conflito, incluindo 1,7 milhão de meninas e meninos refugiados. As Nações Unidas verificaram, pelo menos, 35 ataques contra escolas nos primeiros nove meses do ano, em que 105 crianças morreram e cerca de 300 ficaram feridas. No Iraque, onde cerca de 2,7 milhões de crianças estão afetadas pelo conflito, pelo menos 700 crianças foram mutiladas, mortas ou até executadas neste ano. Em ambos os países, as crianças têm sido vítimas ou testemunharam ou até mesmo cometeram atos de extrema violência.

No Sudão do Sul, estima-se que 235 mil crianças menores de 5 anos sofram de desnutrição aguda grave. Cerca de 750 mil crianças foram deslocadas e mais de 320 mil estão refugiadas. De acordo com dados verificados pela ONU, mais de 600 crianças foram mortas e 200 ficaram gravemente feridas neste ano, e aproximadamente 12 mil estão agora sendo usadas por forças e grupos armados.

O grande número de ataques em 2014 pode explicar por que muitos foram rapidamente esquecidos ou atraíram pouca atenção. Crises prolongadas em países como Afeganistão, Iêmen, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Somália e Sudão seguem ceifando a vida de inúmeros jovens ou destruindo o futuro de tantos outros.

Este ano também trouxe novas ameaças graves para a saúde e o bem-estar das crianças, especialmente devido ao surto do ebola na Guiné, Libéria e Serra Leoa, que deixou milhares de crianças órfãs e cerca de 5 milhões fora da escola.

Crianças na Síria
Ameaça contra a infância em países em conflito, como na Síria (ONU)

Apesar dos enormes desafios que as crianças enfrentaram em 2014, ainda há esperança para milhões de meninas e meninos afetados por conflitos e crises. Mesmo enfrentando insegurança, restrições de acesso e questões de financiamento, as organizações humanitárias, incluindo o UNICEF, trabalharam juntas para fornecer assistência vital e outros serviços essenciais, como educação e apoio emocional, a fim de ajudar as crianças que crescem em alguns dos lugares mais perigosos do mundo.

Na República Centro-Africana, uma campanha está em curso para conseguir que 662 mil crianças voltem às aulas, assim que a segurança o permita.

Nos países do Oriente Médio, quase 68 milhões de doses de vacina oral contra a poliomielite foram distribuídas para deter um surto da doença no Iraque e na Síria.

No Sudão do Sul, mais de 70 mil crianças receberam tratamento contra a desnutrição aguda.

Nos países afetados pelo ebola, o trabalho para combater o vírus continua nas comunidades locais com o apoio aos centros de atenção comunitária e as unidades de tratamento do ebola; com a capacitação de pessoal de saúde e as campanhas de sensibilização para reduzir os riscos de transmissão; e com o apoio às crianças órfãs devido a essa doença.

Ataque de Israel destrói habitação em campo de refugiados, em Gaza
Dois garotos observam uma casa que foi destruída por um ataque israelense no campo de refugiadaos Maghazi, em Gaza (UN Photo/Shareef Sarhan)

"É tristemente irônico que, no ano em que a Convenção sobre os Direitos da Criança completa seu 25º aniversário, quando celebramos tantos progressos para tantas crianças em todo o mundo, os direitos de tantos outros meninos e meninas tenham sido violados de maneira brutal", disse Lake. "A violência e o trauma fazem mais do que prejudicar as crianças individualmente – eles minam a força das sociedades. O mundo pode e deve fazer mais para tornar 2015 um ano muito melhor para cada criança. Cada criança que cresce forte, segura, saudável e educada é uma criança que pode seguir contribuindo para o futuro de si própria, de sua família, de sua comunidade, de sua nação e, de fato, para o nosso futuro comum".

Creative Commons - CC BY 3.0

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