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Como ensinar a criança a lidar com dinheiro?
Criado em 18/05/15 10h47
e atualizado em 18/05/15 10h57
Por Sociedade Brasileira de Pediatria
Uma das maneiras mais eficazes de aprender algo é quando esse aprendizado ocorre a partir de situações reais. O dinheiro está tão presente em nossas ações diárias, que não é difícil encontrar situações em que possamos mostrar às crianças, desde muito pequenas, como lidar com o dinheiro. Ao fazer compras, manusear cédulas, moedas e cartões de crédito ou ao receber o salário, os pais podem mostrar o dinheiro à criança. Assim, aos poucos, elas aprendem para que serve o dinheiro, de onde ele vem e como se usa.
As crianças mais velhas podem participar de algumas decisões da família, planejando os gastos nas férias, por exemplo, ou opinando na compra de produtos mais caros.
A escola, desde a Educação Infantil (creche e pré-escola) em muito contribui nesse tema. As atividades em que a turma faz compras em feiras ou supermercados exigem organização e planejamento, ensinando a lidar com o dinheiro. A farmácia ou o supermercado de faz de conta (tipicamente atividades de leitura e escrita, utilizando embalagens vazias de medicamentos ou produtos), são muito lúdicos e podem incluir notas e moedas de brincadeira, para as operações de compra e venda, exercitando conceitos da matemática. Quando a criança já tem noção de quantidades e de números, a experiência se torna mais completa, com a possibilidade de fazer os cálculos, somando os valores e dando o troco.
Mas os aprendizados não param por aí. Quando compramos presentes para as crianças, nossas atitudes devem mostrar que eles custaram dinheiro e que o dinheiro não é ilimitado. Mesmo as famílias mais abastadas devem evitar presentear seus filhos indiscriminadamente, ensinando-os a serem comedidos e a valorizarem e usufruírem o que ganham. Resistir ao “eu quero”, e ao “me dá” é uma excelente forma de causar pequenas frustrações, consideradas adequadas para o desenvolvimento infantil, e muito importantes na construção de limites.
Por meio do dinheiro, realizamos doações, ações voluntárias e de solidariedade. Tais ações, mostradas às crianças, tendem a desenvolver nelas os sentimentos de cooperação e de ajuda aos mais necessitados.
Também deve ficar clara a responsabilidade de quem compra com relação aos produtos e serviços comprados: cada vez mais se valoriza seu impacto no meio ambiente, e seu uso sem desperdícios.
A partir dos seis anos, é interessante oferecer pequena quantia em dinheiro por semana (a semanada), que deve se transformar em mesada, mais adiante, por volta dos dez anos. Funciona muito bem para ajudar a criança e o adolescente a controlar, planejar e poupar, gerenciando seus pequenos gastos de forma cada vez mais autônoma.
Finalmente, achamos importante ressaltar o impacto da publicidade dirigida ao público infantil, que pode ser danosa e gerar sérios desvios no comportamento de crianças e jovens. Recomendamos aos pais a difícil tarefa de estarem sempre atentos às más influências da publicidade, criticando e orientando de acordo com suas convicções. Acima de tudo, os pais ensinam com o próprio testemunho, ou seja, sendo eles próprios bons exemplos, no uso consciente e criterioso do dinheiro.
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