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Professor propõe trabalhar a alfabetização de forma interdisciplinar

Criado em 31/08/15 09h04 e atualizado em 31/08/15 09h13
Por Agência Usp de Notícias

A entrada da criança no universo da leitura e da escrita é um dos passos mais importantes para sua formação educacional. Apesar disso, a taxa de analfabetismo no País ainda é elevada – segundo dados de 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 13 milhões de brasileiros ainda não sabem ler e escrever – e são numerosos também aqueles que reconhecem letras e números, ou seja, tecnicamente alfabetizados, mas incapazes de compreender textos simples. Além do fator determinante da exclusão social, outros também podem ser considerados ao pensar essa questão.

Despertar o interesse dos alunos na sala de aula é um dos maiores desafios enfrentados pelos professores da rede de ensino. Avaliando esse cenário, o professor Claudemir Belintane, da Faculdade de Educação (FE) da USP, propõe trabalhar a alfabetização a partir de uma visão interdisciplinar, utilizando diversas linguagens e suportes no processo de aprendizado.

A contação de histórias é uma das tradições mais antigas presentes na sociedade. Os textos de origem oral como as epopeias, provérbios, cantigas, poesia popular e parlendas (versos com temática infantil) enriquecem o universo narrativo e podem ser usados como instrumentos para atrair as crianças ao mundo da leitura.

Uma das metodologias usadas pelo professor durante as suas pesquisas é trabalhar a alfabetização a partir da oralidade.

Ao ter contato com o texto oral as crianças formam em sua memória matrizes textuais, esquemas narrativos com uma certa previsibilidade, que enriquecem seu vocabulário e as auxiliam a lerem e produzirem outras histórias.

De acordo com o professor, uma estratégia interessante para incentivar a leitura é trabalhar o aprendizado usando diversas linguagens. Um dos métodos empregado pelos pesquisadores foi iniciar a contação da história até o climax e depois, a partir desse momento, apresentar o texto integral para as crianças lerem. Isso estimulava os alunos a colocarem toda atenção possível na narrativa.

Outra iniciativa realizada pelos pesquisadores foi a apresentação da história do mundo dos Hobbits (povo ficcional criado pelo autor J.R.R Tolkien que deu origem a livros e filmes) às crianças do terceiro ano. Essa aventura épica foi contada de diversas maneiras a partir de animações, quadrinhos, trechos do filme e até mesmo com fragmentos do livro. Os diversos suportes usados, tornaram os alunos mais entusiasmados com leitura.

Belintane também comenta que os professores têm muitas dificuldades de trabalhar com os textos orais e acabam apenas realizando leituras em voz alta das narrativas. Entretanto esse recurso pode afastar os alunos, pois eles começam a ouvir expressões que às vezes não fazem parte do seu vocabulário. Já na contação de histórias há um trabalho corporal dos olhos e das mãos, para buscar a atenção das crianças.

A transição

Uma das fases mais difíceis para a criança é a transição do ensino infantil para o fundamental. Para tornar essa mudança menos abrupta, em 2006, uma lei regulamentou o ensino fundamental de nove anos com entrada da criança na escola a partir dos seis anos. De acordo com o professor, um dos primeiros passos para receber esses alunos é averiguar, por meio do seu portfólio, as atividades realizadas por eles na escola anterior.

Outro problema identificado na pesquisa é a dificuldade que os professores possuem de estabelecer metas para cada ciclo escolar. No primeiro ano, por exemplo, é importante que as crianças conheçam todas as letras do alfabeto e as sílabas simples. Determinar os objetivos proporciona ao sistema de ensino uma integração melhor, assim os alunos que mudassem de escola não teriam dificuldades de aprendizagem. O pesquisador aponta também que a formação do professores ainda privilegia as metodologias importadas. “Faltam pesquisas que trabalhem com as reais dificuldades da escola brasileira”, afirma Belintane.

Creative Commons - CC BY 3.0

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