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Manchas roxas nem sempre são causadas por traumas. Saiba identificar

Criado em 19/01/16 09h45 e atualizado em 19/01/16 09h51
Por Miriam Verônica Flor Park - Departamento Científico de Oncologia e Hematologia da SPSP Fonte:Pediatra Orienta - SPSP

Pais e pediatras se preocupam quando a criança, de qualquer idade apresenta manchas roxas na pele ou nas mucosas. Para saber se elas são um problema ou apenas resultado direto de traumas, vamos tentar ajudá-los.

A pele tem função de proteção, de regulação da temperatura, de excreção de água e sais, de receber estímulos nervosos. Além das suas próprias células, a pele contém vasos sanguíneos, colágeno, terminações nervosas e os anexos, como cabelos, pelos e unhas etc. As mucosas revestem os órgãos internos e têm basicamente as mesmas funções. Assim, o aparecimento de manchas na pele ou nas mucosas pode ser um problema local, isto é, dos seus componentes, ou então do sangue, de outro órgão adjacente ou uma doença sistêmica, que pode atingir o organismo como um todo.

Manchas que aparecem subitamente fazem pensar em uma doença aguda, principalmente se acompanhadas de outros sintomas (como febre, dores, sangramentos). Nessa situação o pediatra deve ser consultado.

Abaixo descrevemos os tipos de manchas roxas que são mais comumente encontradas nas crianças e as doenças que podem estar relacionadas.

Hematomas e equimoses

A criança pequena que tem atividade física intensa, mas sem a coordenação motora, habilidade e força adequadas para sua realização, sofre frequentes traumas no dia a dia. Nos membros inferiores, principalmente do joelho para baixo (nas canelas), e em outras saliências ósseas (joelhos, cotovelos, quadris), podem aparecer os hematomas (manchas roxas, planas ou não) após traumas, o que é normal. Mas, se os hematomas forem grandes, desproporcionais à intensidade do trauma, ou aparecem espontaneamente, devem ser investigados. Equimoses são manchas planas, de tamanhos diversos e ocorrem geralmente sem a presença de trauma.

Além disso, se aparecem em locais de pouca possibilidade de trauma (barriga, dorso, pescoço, mucosa oral etc.) também merecem atenção. E sempre fica o alerta para pais, professores, cuidadores e profissionais de saúde sobre o aparecimento desse tipo de lesão decorrente de agressão (abuso, violência) contra a criança. Pode indicar uma manifestação de maus tratos e, além do atendimento médico, deve ser notificado. É dever de todos proteger e manter em segurança as crianças e adolescentes.

Petéquias

São manchas pequenas, como pontos, cor de rosa ou vermelhas, isoladas ou agrupadas e aparecem em consequência a sangramentos de pequenos vasos da pele. Podem ser causados por distúrbios da coagulação do sangue (baixa de plaquetas, quadro de púrpura, distúrbios de função das plaquetas, Doença de Von Willebrand), ou por alterações próprias dos vasos da pele, por fragilidade vascular ou por inflamação (vasculites). Estas últimas aparecem nas doenças do colágeno (lúpus, por exemplo) ou infecções graves, como a dengue e a meningococcemia. As petéquias podem, ainda, aparecer por esforço e aumento da pressão dos vasos sanguíneos do pescoço e da cabeça, por causa de tosse, vômitos ou ficar de ponta cabeça (petéquias de esforço).

Púrpura palpável

Um exemplo clássico é a Púrpura de Henoch Schöenlein, que é uma vasculite, uma inflamação dos vasos sanguíneos que além da pele pode atingir outros órgãos (rins, intestinos). Em geral, tem sua duração limitada a poucos dias e tem caráter benigno, mas o pediatra deve ser consultado para melhor avaliação. Ela se manifesta na pele através de manchas arroxeadas, que são elevadas (palpáveis), geralmente localizadas na porção posterior de nádegas e membros inferiores porém, mais raramente, podem ser difusas.

Exantemas

Algumas vezes confundidos com as púrpuras, os exantemas ou rash cutâneos, aparecem como manifestação de doenças sistêmicas. Na criança, mais comumente fazem parte de quadro causado por algumas infecções virais (rubéola, sarampo, mononucleose, roséola, infecção pelo coxsackie, citomegalovírus etc). Em geral são difusos, podem ter coloração rósea ou aspecto de pequenas bolinhas vermelhas, mas em geral vêm acompanhados de outros sintomas como febre, mal estar, diarreia, vômitos, inapetência, adinamia etc.

Livedo reticular

A pele adquire um aspecto rendilhado, entremeado com áreas arroxeadas ou pálidas. Pode aparecer em caso de frio, mas se melhora com o aquecimento e não tem outros sintomas, pode não fazer parte do quadro de nenhuma doença (chamado aqui de fisiológico ou idiopático). Há uma vasta lista de doenças onde pode aparecer o livedo reticular, desde doenças do colágeno, como o lúpus e outras vasculites, até algumas anemias, infecções e neoplasias. Pode também surgir como reação a medicamentos ou acompanhar algumas doenças neurológicas. Dependendo da causa, o tratamento é direcionado.

Hemangiomas

O hemangioma é uma formação benigna de capilares e vasos sanguíneos da pele, das mucosas ou de órgãos internos. Tem tamanho variável, pode ter coloração vinhosa, roxa ou avermelhada, e muitas vezes está presente ao nascimento do bebê. O hemangioma plano é comum na parte posterior do pescoço, ou na região frontal, na linha média, é em geral pequeno e pode clarear ou então alterar-se com o tempo. Os hemangiomas de maior tamanho e elevados devem ser avaliados e acompanhados por um especialista, uma vez que necessitam de diagnóstico precoce.

Urticária

A urticária caracteriza-se pelo surgimento de placas elevadas, de cor rosada, arredondadas ou não, geralmente acompanhadas de prurido (coceira). Ocorre como manifestação de alergias, pode ser esparsa, ou muito condensada, e nos casos mais intensos pode ser acompanhada de placas purpúricas. A alergia pode ser causada por alimentos, produtos químicos (tintas, produtos de limpeza, sabonete, xampu), cosméticos, perfumes, medicamentos (que já foram usados ou não), contato com animais (picadas de insetos, por exemplo) ou com plantas.

Esperamos que essas informações possam ajudar os familiares a reconhecerem a dimensão do quadro de manchas roxas na pele da criança, e na tomada de decisão de procurar atendimento médico imediato.

Mas vale lembrar que a criança deve ser acompanhada por um pediatra, que é o melhor profissional para detectar os problemas de saúde da criança e do adolescente e, principalmente, é aquele que pode dizer à família, com segurança, que está tudo bem!

Creative Commons - CC BY 3.0

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