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Consumismo infantil em crianças pode levar à angústia

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Você sabe como resistir aos apelos da propaganda?

Criado em 20/03/15 11h08 e atualizado em 20/03/15 11h15
Por Turminha do MPF

Até que ponto você desenvolveu sua capacidade crítica para perceber o poder de manipulação que está por trás de um comercial de TV e é livre para dizer não a ele? Isso é realmente uma questão vital, pois se não formos capazes de perceber que nossos desejos estão sendo alimentados do exterior, nos tornaremos como robôs dirigidos pelas campanhas de marketing, e não pessoas livres e autônomas, capazes de decidir o que realmente precisam para viver bem.

Os anúncios de publicidade apelam para as nossas emoções para criar novas necessidades de consumo em nós.

Eles nos dão a ilusão de que comprar um determinado produto trará muitos benefícios para nossa vida. E muitas das coisas que prometem são falsas. Nesses casos, se o consumidor sentir-se enganado, tem o direito de reclamar. Esse direito está previsto no Código de Defesa do Consumidor.

Na nossa sociedade a publicidade está em toda parte: na TV, na internet, no rádio, nos jornais, nos outdoors, em panfletos que nos entregam quando paramos no sinal de trânsito, nos supermercados, e em quase todo lugar aonde vamos. É difícil não prestar atenção ao assédio da publicidade ou escapar das falsas necessidades que ela cria em nossas mentes.

Se não tivermos um olhar crítico para esses anúncios que invadem as nossas vidas, onde quer que estejamos, nos tornaremos grandes consumistas ou estaremos sempre infelizes por não poder comprar tudo o que desejamos.

A manipulação das emoções - A publicidade é feita com a intenção de provocar em nós um grande interesse pelo produto ou serviço que ela anuncia e depois nos induzir a comprá-lo, mesmo que até então ele não significasse nada para nós. A linguagem da publicidade é persuasiva e sabe como nos influenciar até de forma inconsciente. Ela associa o produto que quer nos vender a imagens prazerosas, fazendo-nos acreditar que ao comprá-lo alcançaremos alegria e felicidade.

Ao mesmo tempo em que cria falsas necessidades, ela faz as pessoas sentirem-se imperfeitas e insatisfeitas, pois assim fica mais fácil convencê-las de que a solução para os seus problemas é consumir o que ela quer vender. Qual o efeito dessa estratégia sobre as emoções do consumidor?

É fazê-lo acreditar que não poderá mais viver sem consumir aquele produto ou serviço, pois graças a ele ficará mais bonito, será amado e admirado por todos, e sua felicidade estará completa. É incutindo nele essa ilusão que a propaganda consegue seduzi-lo.

Ela faz você sentir-se inferior aos seus amigos se não comprar aquela mochila ou roupa que eles têm, e lhe promete sucesso e prestígio depois de adquiri-la. Se você reparar, a propaganda acaba tirando a sua liberdade de escolher o que realmente é necessário para sua satisfação pessoal.

Uma lei federal determina que a TV pode dedicar apenas 25% do tempo da sua programação aos comerciais. Assim, a cada hora que você passa diante da televisão, 15 minutos serão de bombardeio publicitário.

Na Suécia a publicidade para crianças é proibida na TV, porque elas são consideradas mais vulneráveis à influência e manipulação da propaganda do que os adultos. Outros países também restringem a publicidade para crianças, como a Austrália, Áustria, Reino Unido e Noruega.

Os prejuízos à saúde - Deixar-se levar pelo que dizem os anúncios publicitários não significa apenas perder a autonomia de decidir sobre o que realmente precisa e deseja consumir. Pode também trazer prejuízos à saúde. A propaganda voltada para crianças procura aumentar o consumo de refrigerantes, salgadinhos, fast foods e alimentos com alto teor de gordura, sal e açúcar, que se consumidos com regularidade podem causar pressão alta, doenças do coração, cáries nos dentes e obesidade (o excesso de gordura e peso 20% acima do ideal para a altura, o sexo e a idade).

Ela também pode trazer riscos à saúde ao incentivar o uso de bebidas alcoólicas, cigarros e medicamentos. O problema é que usa métodos nada éticos para isso, como, por exemplo, associar o produto à imagem de atletas e jogadores de futebol. O que o consumidor precisa entender, nesses casos, é que esses esportistas fizeram a propaganda apenas para ganhar dinheiro, mas na verdade eles não costumam consumir produtos prejudiciais à saúde, pois precisam se manter em ótima forma para terem sucesso no esporte.

Quando se dirige aos jovens, a publicidade procura manipular o comportamento deles para criar uma nova identidade e um estilo de vida que os induza a comprar roupas e calçados de marcas famosas, que nem sempre têm a qualidade que prometem e que compense o alto preço a pagar. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor testou 13 marcas de camisetas e constatou que as marcas mais caras e famosas foram as que mais encolheram, deformaram ou desbotaram depois de várias lavagens, enquanto as mais baratas foram as que passaram melhor no teste.

Disseminação de preconceitos - Para conquistar os consumidores as mensagens publicitárias associam uma marca ou produto à imagens de beleza, liberdade, sexo e sucesso. Colocam tanta ênfase na sensualidade que podem estimular a precocidade da iniciação sexual nos adolescentes e criar uma imagem distorcida das relações humanas. Ela procura explorar os sonhos e frustrações das pessoas para levá-las a compensar suas insatisfações consumindo mais.

Às vezes a propaganda faz retratos estereotipados e negativos das mulheres, idosos e minorias, como homossexuais. Alguns comerciais criam clichês de mulheres passivas e submissas ou em papéis de simples objetos sexuais para vender seus produtos, ou associam a realização feminina a atributos físicos de perfeição, como juventude, magreza e beleza, sem levar em consideração que ela também pode ser feliz como mãe, profissional, dona de casa e esposa.

Essa idealização dos aspectos físicos da mulher nas campanhas publicitárias acaba gerando insegurança e insatisfação em muitas delas, pois raras são aquelas que possuem um corpo perfeito e sensual, e para compensar esses sentimentos elas acabam comprando produtos que não necessitam.

A imagem idealizada do homem na publicidade está sempre associada à riqueza, masculinidade, liberdade, independência e sensualidade. Eles aparecem como atletas ou homens de negócio bem sucedidos rodeados de belas mulheres. Você acaba acreditando, até de forma inconsciente, que comprando o produto vai conquistar tudo isso. Mas será que um produto ou serviço qualquer tem o poder para lhe dar todas essas coisas?

Você vai responder: é claro que não! Mas acontece que nós muitas vezes agimos movidos pelo nosso inconsciente, e não pela razão. E aí nos deixamos levar pelo impulso acreditando que são nossos os desejo e necessidades criados pela propaganda.

Creative Commons - CC BY 3.0

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