O público do Sem Censura deve ter gostado

Publicado em 03/12/2015 - 15:10

Por Joseti Marques Editor Joseti Marques

Fonte Ouvidoria EBC

Coluna da Ouvidoria

Joseti Marques - Ouvidora da EBC

“Na televisão, nada se cria, tudo se copia” – pode-se dizer que a célebre frase do Velho Guerreiro, que é repetida ainda hoje, guarda um pouco de verdade, se observarmos a semelhança entre vários programas em diferentes canais da TV aberta. Não sei o que Chacrinha diria sobre isso, mas a TV pública nasceu com a missão de ser diferente – complementar, como reza a constituição.  Uma situação desconfortável, como a de quem é convidado a adentrar uma floresta densa, de gigantescas árvores, detentoras da hegemonia sobre a luz e o calor do sol das audiências.

Durante muito tempo (neste curto período de oito anos) era comum ouvir dizer que a TV Brasil fazia um telejornalismo diferenciado, porque não falava da desgraça que grassava nos outros telejornais,  e  que noticiava o que as outras emissoras desprezavam, dando maior espaço para notícias boas, falando de assuntos que, dizia-se, as outras omitiam. Mas na floresta onde tudo se copia, os assuntos se ampliam e repercutem no interesse das pessoas, agendando suas conversas nos pontos de ônibus, nos bares, nas ruas das cidades.  E ultimamente, em tempos difíceis no Brasil e no mundo, ninguém está interessado em mudar de conversa.  Uma TV que não se dispõe a discutir o que mobiliza o interesse de todos não faz a diferença.

Mas a TV Brasil, finalmente, resolveu entrar no assunto – ou melhor, em todos os assuntos – ampliando a oferta de notícias. O jornalístico “Notícia Agora”, que estreou no início de outubro, é uma proposta muito promissora, abrindo espaços na programação regular para falar sobre os fatos que estão despertando a atenção da população. Enquanto redigia esse texto, por exemplo, pude saber sobre as manifestações dos estudantes contra o reorganização das escolas estaduais em São Paulo; sobre o recuo de 1,7% na economia no terceiro trimestre; o andamento, ao vivo, da audiência no Conselho de Ética da Câmara, sobre o processo de Eduardo Cunha, entre outras notícias, sem precisar sair da TV Brasil, que transmitia o programa Sem Censura. O público de Leda Nagle deve ter-se sentido contemplado pelas informações, embora não fossem notícias amenas.

Em um ambiente midiático onde as regras são combinadas e estabelecidas desde sempre, pode ser um bom começo abrir uma janela para que a audiência possa avaliar a qualidade do trabalho realizado na TV Brasil. E na prática, é o jornalismo que cumpre o papel de falar com o telespectador sobre o que, para além do interesse público, é também de interesse do público. Mas tem aí um desafio: quando se decide ampliar a presença do jornalismo na grade de programação, a demanda do público por informação imediata dos principais acontecimentos tende a crescer, e a reversão da expectativa pode pôr a perder o restante do investimento, porque jornalismo não é de natureza meramente ilustrativa.

O PÚBLICO NA OUVIDORIA

“Fique Ligado” na berlinda

O Valdir Gimenez Santos está gostando do programa Fique Ligado, que estreou em outubro na TV Brasil. Veja o que ele disse: “Que programa bacana esse Fique Ligado. Toda descontração que a TV comum busca sem sucesso temos agora na TV Pública. A desenvoltura entre o apresentador e os repórteres é o diferencial do programa. Muito legal o bate-papo entre o repórter do RJ e o Gustavo. Um sacaneando o outro, assim como já ocorre com o Rodrigo Viana. Brincadeira saudável, não forçada, coisa de amigos que a gente tanto quer ver na TV. Naturalidade sem ser piegas! Parabéns e façam com que esta mensagem chegue a todos os envolvidos!”

A Ouvidoria encaminhou sua mensagem ao pessoal do programa, Valdir. Mas a opinião da Lilian Ferreira de Souza sobre o programa é totalmente diferente. Ela pede que a programação faça “uma reflexão” sobre o nome do programa. E reclama: “Como o conteúdo, a abordagem dos temas é tão diferente dos outros programas que eram nesse horário. Sugiro que o nome do programa mude para ‘Fique Abobado’. É assim que me sinto todos os dias! Só me recupero às 21h20 com o Repórter Brasil e com os programas das 22h e 23h.”

Então tá.

Até a próxima!

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