De Quebrada em Quebrada

Publicado em 31/05/2019 - 14:59 e atualizado em 19/08/2019 - 14:56

Região: Nordeste | Classificação Indicativa: não recomendado para menores de doze anos | Direção: Caco Souza

Gênero: Documentário

Quantidade de episódios: 13

Duração de cada episódio: 52 minutos

De Quebrada em Quebrada é um programa seriado criado e desenvolvido em Sergipe, pela WG Produções, dirigido por Caco Souza e apresentado pelo rapper sergipano Hot Black. A série de TV fez um panorama das periferias do Brasil, dando visibilidade a atores sociais que não aceitaram como natural o determinismo social que relegava a eles o papel subalterno de oprimido e serviçal. Em sua abordagem tratará para o público questões de gênero, racismo, mobilidade, moda e beleza, educação, ativismo social, mercado de trabalho, esporte e cultura. Percorreu as periferias brasileiras lançando um novo olhar sobre as comunidades carentes. Evidenciando não os seus problemas, que são muitos, mas as soluções. Por isso, apresenta pessoas que protagonizam o despertar de uma nova consciência, de que é possível fugir do determinismo social e abrir novos caminhos para trilhar. Com uma linguagem jovem, porque foi pensado prioritariamente para esse público, o programa vai mostrar uma periferia feita por escritores, professores, empresários, artistas, atletas e muita gente boa que são exemplos a serem seguidos.

Sinopses dos episódios:

Episódio 01

Episódio 04

Episódio 07

Episódio 10

Episódio 13

Episódio 02

Episódio 05

Episódio 08

Episódio 11

 

Episódio 03

Episódio 06

Episódio 09

Episódio 12

 

 

 

Direção:

Caco Souza, publicitário, documentarista e diretor de publicidade, fez sua estreia na direção com o longa metragem “400 contra 1 – a história do Comando Vermelho” estrelado por Daniel de Oliveira. Lançado em 2010, o filme foi assistido por mais de 150 mil espectadores. Seu Segundo longa, a comédia “Solteira Quase Surtando” estrelado por Mina Nercessian, tem estreia marcada para 2019. Para TV, dirigiu quatro episódios da série “Pedro e Bianca” (Fundação Padre Anchieta), o documentário “Quando Éramos Príncipes” (sobre Ronnie Von) para o Canal BIS-HD. Atualmente em pré-produção do seu próximo longa metragem “Filha, Mãe, Avó e Puta” (sobre Gabriela Leite fundadora da grife Daspu), uma produção da ChromaKey (RJ). Como documentarista destacam-se os filmes: “Tereza” (1992); “Clones, Bárbaros, Replicantes” (1994); “Amor é Um Lugar Vazio” (2001) “Eliane” (2002); “Senhora Liberdade” (2004) e “Resistir” (2006).                    .

Prêmios e Participações: (este espaço será atualizado durante o período de distribuição da edição)

Produção: WG Produções

Sinopses dos episódios:

EP. 01 – O LIVRO LIVRA

Engana-se quem acha que na periferia a literatura não tem vez. No episódio de hoje, vamos conhecer pessoas extraordinárias que mudaram o seu mundo interior e passaram a olhar com outros olhos o mundo à sua volta depois de um contato íntimo os livros. No cárcere masculino ou feminino ou num barraco simples na quebrada, tem gente abrindo a mente abrindo livros. Hoje você vai ver o quanto a literatura é libertadora e como a poesia, os clássicos internacionais e os romances brasileiros são fundamentais para despertar a juventude do sono profundo. Abra a sua mente, vamos conhecer pessoas que reescreveram suas próprias histórias de vida.

EP. 02 – CINEMA NEGRO

A cada dia o cinema nacional ganha novas nuances: abordagens feministas e com cortes raciais são a nova cara do cinema nacional. Um cinema que já nasce sob o signo da contestação. Neste episódio, conheceremos a dupla de novos e promissores autores do cinema negro baiano, a primeira mulher a produzir um longa-metragem no país, a diretora sergipana que estuda cinema em Cuba e produz filmes cheios de significados raciais e o doutor, pesquisador e cineasta Joel Zito Araújo, uma das maiores expressões do cinema negro do Brasil. Cinema é, antes de tudo, discurso. Numa participação mais que especial batemos um papo com a primeira atriz negra do cinema e da TV brasileira: Ruth de Souza. Além das meninas do coletivo Capa Preta do Rio de Janeiro. O que o negro busca no cinema é uma nova narrativa, sem estereótipos degradantes e sem a desumanização com a qual foram tratados durante mais de um século nas telonas.

EP. 03 – A PERIFERIA FAZ ESCOLA

A escola tornou-se uma prisão, com muros altos, portões pesados e apartação da vida comunitária. O estudante tornou-se um confinado. Desestimulados e desconectados da realidade do dia a dia, os jovens vão à escola por obrigação e não por prazer. Utilizando métodos pedagógicos do século passado, a escola envelheceu por dentro e não fala mais a linguagem da juventude. Nesse episódio, vamos ver como educadores sociais, poetas e rappers estão criando uma pedagogia que tem, na arte urbana, o elemento catalisador dos anseios juvenis. Se a escola não vai à comunidade é a comunidade entra na escola.

EP. 04 –UNIDADE NA DIVERSIDADE

O mundo é plural e diverso. Mas ainda preso a um antiquado padrão estético e moral. Durante séculos de castração, repressão e medo, as pessoas passaram a se trancar em armários, tentando esconder suas verdadeiras identidades. Isso só gerou hipocrisia e infelicidade. Os armários ficaram tão cheios que explodiram. No episódio de hoje vamos conhecer pessoas inspiradoras que falam com orgulho de suas sexualidades, sem temor e sem autocastração. Pessoas que fazem da sua arte e do seu convívio social uma postura militante, porque sabem que não basta que elas tenham se libertado, é preciso libertar as outras pessoas. E a prisão é puramente mental.

EP. 05 – NAÇÃO DE GUERREIRAS

Tudo aponta para que este seja o século das mulheres. Nunca as mulheres lutaram tanto por direitos e por liberdade e, pela primeira vez na história, a cultura do patriarcado é contestada na maioria dos países do mundo livre. No episódio de hoje, a gente vai conhecer um pouco mais sobre essas guerreiras que fazem da sororidade uma arma simbólica para amalgamar as mais diversas manifestações que fazem parte do enorme leque de reivindicações das mulheres. Ativistas, extrativistas, quilombolas, lutadoras. Não, você nunca viu tanta mulher poderosa junta no mesmo programa. Esqueça os mitos que colocaram em sua cabeça e abra sua mente, com certeza você vai mudar seus conceitos sobre a falsa fragilidade feminina e sua dependência de proteção masculina. As mulheres exigem mais direitos e estão dispostas a lutar por eles.

EP. 06 – O QUE TE SALVOU

Problemas é o que não falta na periferia, e não falta quem queira falar deles. Na verdade, essa mania de só apontar os problemas das quebradas é também uma forma de criar nela um rótulo de lugar-problema. Nadando contra a corrente, vamos mostrar no episódio de hoje, pessoas que são exemplo de como superar as adversidades e reconstruir suas vidas. O gari carioca que virou lutador de MMA com prêmio internacional; o jovem punk que sofreu um acidente, ficou com paralisia e se redescobriu como um atleta campeão e os meninos da Gamboa, em Salvador, que descobriram no remo a sua tábua de salvação para uma vida melhor.

EP. 07 – ACEITE-SE

O tribunal social gera competição, escárnio, desprezo e infelicidade. Quase ninguém está feliz como é: ou você é gordo demais ou magro demais, ou muito alta ou baixinha, ou você se encaixa perfeitamente no padrão ou está completamente fora dele. No episódio de hoje, vamos mostrar histórias exemplares de pessoas que resolveram furar essa bolha e se libertar das amarras sociais padronizadoras. Temos gordinhas desfilando seu charme e sua beleza nas passarelas, um rapper gay que venceu a barreira machista do movimento e uma professora que contraiu AIDS e teve que se empoderar, se fortalecer e vencer a barreira do preconceito.

EP. 08 – MEIO AMBIENTE

Há tempos nos dizem que cuidar do meio ambiente é proteger os rios, as árvores e os animais. No episódio de hoje vamos ver que além disso há muito mais. Nas periferias está emergindo uma nova mentalidade: “o meio ambiente é o meu ambiente”. No morro do Vidigal, um grupo de moradores decidiu limpar as encostas, recolhendo toneladas de lixo e criaram um jardim belíssimo, fizeram do lixo o luxo. Em Porto Alegre, as catadoras de papel montaram uma rentável cooperativa, baseada na autogestão, o lixo urbano para elas é uma joia. E o chefe de cozinha sergipano fez da vegetação da caatinga, uma deliciosa atração culinária. O programa de hoje é pra limpar a mente e reciclar conceitos.

EP. 09 - ATIVISTAS EMERGENTES

O ativismo social é a nova ferramenta de luta política usada pela juventude que vive nas quebradas. Unir, juntar e lutar para conquistar espaços e direitos. É com essa mentalidade que os novos ativistas têm surgido em todas as periferias do Brasil. No episódio, fomos a Belém conversar com uma pioneira do ativismo negro feminino, a doutora e professora da universidade federal paraense Zélia Amador. Em São Paulo o papo foi com a MC Soffia, que fez do rap um instrumento de conscientização, empoderamento e libertação das meninas negras. E em Salvador encontramos Samira e Naymare, estudantes universitárias, eloquentes e articuladas, que fazem do mundo acadêmico um campo de batalha para suas lutas feministas, homofóbicas e contra a cultura do patriarcado. São mulheres inspiradoras com histórias fascinantes.

EP. 10 – MERCADO DE TRABALHO

O mercado do futuro está nas mãos dos empreendedores. Não importa de que lado da ponte eles estejam. No episódio de hoje, vamos mostrar que, cada vez mais, a juventude da periferia está compreendendo esse conceito. O hip hop tem aberto, além da mente da juventude periférica, as portas de um novo mercado de trabalho onde os moradores da quebrada não se enxergam mais apenas como empregados em negócios alheios. As startups são a nova forma de libertação. Veremos como o cantor Emicida fez da sua arte um grande negócio, gerido e administrado por ele mesmo. E como uma dançarina de break chegou à universidade e fez da expressão corporal um meio de vida; além do rapper mineiro que virou educador social fazendo da sua arte um instrumento pedagógico. O trabalho liberta.

EP. 11 – POVOS TRADICIONAIS

Manter os pés firmes no chão em que nasceu, preservar suas raízes e cultuar sua ancestralidade, são essas as marcas mais profundas que sintetizam a luta dos nossos personagens do programa de hoje. Luis Alves nasceu no quilombo Saco das Almas, formou-se médico e tornou professor-doutor na Universidade Federal do Maranhão. Mas traz consigo sempre as leituras dos seus irmãos de cor Frantz Fanon, Cheik Anta Diopp e Abadias Nascimento. Sua luta é pela inclusão e contra o preconceito. Já a Márcia kambeba, nascida às margens do Rio Solimões, na tribo Tikuna, leva sua luta pela preservação dos povos da floresta à academia. E a dona Zefa da Guia, parteira famosa em Sergipe, já trouxe à luz mais de 5 mil crianças. Senta que lá vem história.

EP. 12 – EFICIENTES CÍVICOS

Problemas de ordem motora ou sensorial atraem toda sorte de julgamento e preconceitos, porque qualquer pessoa que esteja fora do padrão do que é ser “normal” ganha como que um passaporte para a exclusão. Mas a autoestima e a conscientização podem romper qualquer barreira. No episódio de hoje veremos pessoas que são exemplos a serem seguidos. Como Breno Nunes, jovem surdo que abriu um negócio e passou a empregar pessoas que também não ouvem e, em Aracaju, só se fala nisso, o seu negócio é um sucesso. Natália Santos é a carioca deficiente visual que se maquia sozinha, anda de bicicleta, faz faculdade e aparece na GloboNews como jornalista. A porto alegrense Carol Santos levou um tiro na coluna do ex-namorado, ficou paraplégica e foi à luta.

EP. 13 – DANCE QUEBRADA

A dança é uma atividade lúdica, coletiva e alegre, mas ela também pode ser libertadora. Num país miscigenado como o nosso, a herança cultural nos legou as mais variadas formas de expressão corporal, fazendo do Brasil uma matriz do multiculturalismo. Mas nas periferias, até os folguedos dos brincantes se torna ferramenta de coesão social, conscientização coletiva, ato de resistência e de afirmação. Seja no Quilombo da Mussuca, em Sergipe, com o idiossincrático Samba de Parea, seja na periferia do Rio de Janeiro, com o Dream Team do Passinho, seja em Salvador onde um angolano faz sucesso nas festas tocando Kuduro. O episódio de hoje vai tirar você do sofá. A quebrada, cheia de ginga e de jogo de cintura, abre alas e pede passagem.

As informações da sinopse e currículo são de responsabilidade do diretor.

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