Documentário “ Mulheres do Zika” da EBC vence a 38ª edição do Prêmio Vladimir Herzog

Publicado em 07/10/2016 - 17:08 e atualizado em 07/10/2016 - 17:30

Por Gecom

 

Reportagem “Racismo na Escola” recebeu menção honrosa na mesma categoria


Duas reportagens exibidas pelo programa “Caminhos da Reportagem” da TV Brasil foram contempladas na 38ª edição do  Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na categoria “Documentário”. A premiação será entregue aos vencedores no dia 25 de outubro de 2016, em São Paulo.

A reportagem “Mulheres do Zika, veiculada em 28 de julho na TV Brasil e produzida pelas repórteres Débora Brito e  Luana Ibelli, acompanhou o dia a dia de mães que, em decorrência do vírus do Zika, tiveram filhos portadores de microcefalia.

A equipe do programa visitou Bahia, Pernambuco e Paraíba, estados com os menores índices de desenvolvimento humano do Brasil e que lideram o ranking de casos de mulheres contaminadas. Entre os entrevistados para o programa estão especialistas em Direitos Humanos, representantes de movimentos sociais, profissionais de saúde além das principais vítimas do zika vírus na região.

A Menção Honrosa foi conferida à matéria “Racismo na Escola”, que apresenta demonstrações de racismo entre os muros da escola. Nas salas da educação infantil à universidade, o programa mostra que a cor da pele ainda é alvo de agressão e desrespeito.

 

Em 2015, o A EBC recebeu Menção Honrosa do 37º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria Reportagem de TV. O reconhecimento foi dedicado ao episódio “A Questão Racial”, do programa Caminhos da Reportagem.

O Caminhos da Reportagem é um programa semanal, com 52 minutos de duração. No ar toda quinta-feira, às 22h, leva o telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de grandes histórias, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos. Temas atuais e polêmicos são tratados com profundidade e seriedade.

Vencedora
Débora Brito (Débora Teles de Brito)
“Mulheres do Zika”
TV Brasil – Brasília/DF
Luana Ibelli (Luana Fernanda Ibelli)

Reportagem: Débora Brito
Editor de Texto: Anna Karina de Carvalho
Editor de Imagem: André Eustáquio
Imagens: André Pacheco
Auxílio Técnico: Alexandre Souza
Produção: Paula Abritta
Arte: Dinho Rodrigues e André Maciel
Parceira: ONU Mulheres e Fundo de População das Nações Unidas ( UNFPA)
 
Menção Honrosa
Racismo na Escola”
TV Brasil – São Paulo/SP

Roteiro e Reportagem: Luana Ibelli
Produção: Aline Beckstein, Luana Ibelli e Thaís Rosa
Estagiários de produção: Allan Correia e Monique Amorim
Imagem: João Marcos Barboza
Edição de imagens: Jéssica Saccól e Rodger Kenzo
Direção: Bianca Vasconcellos

Sobre a Premição
O Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos reconhece o trabalho de jornalistas que colaboram na defesa e promoção da Democracia, da Cidadania e dos Direitos Humanos e Sociais.

 

Confira o relato da repórter da TV Brasil, Débora Brito, sobre a produção da reportagem vencedora da 38ª edição do Prêmio Vladmir Herzog

"A experiência de produção deste especial foi única e muito desafiadora. Por 12 dias, nossa equipe de reportagem percorreu os três estados que mais registraram casos de infecção pelo vírus zika e de bebês com microcefalia: Bahia, Pernambuco e Paraíba. Conhecemos diferentes mães que estão traçando um mesmo enredo de dúvidas, angústia e invisibilidade. Percebemos que a epidemia que chamou a atenção do mundo todo, tem deixado suas principais vítimas na sombra. Não foi fácil dar uma perspectiva diferente e colocar as mulheres e seus direitos no centro de um assunto que tem sido tão alardeado na mídia. Tivemos que estudar e ser persistente no trabalho de negociação e convencimento, já que a abordagem era nova para a maioria das fontes, para as personagens e também para os colegas da redação. A dificuldade, contudo, não foi maior que o privilégio de ter a oportunidade de testemunhar de perto a luta dessas mulheres. Todos os dias pudemos ver e sentir a apreensão das mães, mas também fomos “contaminados” pela força, resiliência e esperança que elas têm exalado no enfrentamento das consequências da epidemia. Nos corredores de hospitais, nos centros de reabilitação, em casas humildes da periferia, ao som do choro dos bebês, tivemos boas conversas com essas mulheres. No começo tímidas, aos poucos reveladoras de desafios e sonhos. Mulheres com falas determinadas e convictas dão exemplo de como sair da condição de vítimas e se tornar líderes encorajadoras e dispostas a transformar a realidade de violação de tantos direitos. Como produtora e repórter, a conclusão deste trabalho é uma grande realização pessoal e profissional, principalmente diante do contexto político que estamos vivendo. O programa Mulheres do Zika é fruto de um ambiente de promoção do diálogo e de um processo diferenciado de jornalismo que privilegia uma análise qualificada dos fatos, o uso de fontes alternativas de informação e destaca a história de pessoas tradicionalmente invisibilizadas pela mídia tradicional. Esperamos que esta premiação possa contribuir para a produção de novos produtos com foco na garantia dos direitos humanos e, assim, fortalecer o projeto de comunicação pública da EBC."

 

 

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