Caminhos da Reportagem investiga reações provocadas por medos e fobias

Publicado em 21/03/2017 - 14:51 e atualizado em 23/03/2017 - 15:11

Especialistas entrevistados explicam como esses processos se desenvolvem e comentam formas de tratamento

Medo de Dentista 

O Caminhos da Reportagem discute os medos e as fobias na edição desta quinta (23), às 22h, na TV Brasil. Dos medos mais comuns, como o de altura e de dentista, às fobias mais desconhecidas, como a hilofobia, que é o medo de florestas, passando pelo temor a insetos como baratas e lagartas. Para quem sofre não há medo maior ou menor. Todos merecem atenção e podem ser tratados. O programa jornalístico também aborda estresse pós-traumático e síndrome do pânico bem como debate as diferentes formas de tratamento.

Considerado importante para a preservação das espécies, o medo faz parte do processo evolutivo, como explica o psicólogo Maurício Neubern. "Um animal, para sobreviver, precisa ter alguma coisa de medo porque assim ele aprende a localizar perigos. Então, o medo em si não é bom nem ruim, ele faz parte de um processo evolutivo que, para as espécies, ensina a prudência. E no caso do ser humano é a mesma coisa. Você está andando num lugar e você vê de repente que o lugar está todo escuro, a princípio você não vai. Você se preserva".

No entanto, quando evolui para uma fobia, ou seja, um medo acentuado, frequentemente representa perdas para o indivíduo e pode trazer prejuízos para as relações sociais e de trabalho, por exemplo. O psiquiatra Rafael Boechat explica que as fobias são classificadas como um tipo de transtorno de ansiedade e que o diagnóstico é dado pela relação entre o perigo que o agente fóbico representa e o medo que a pessoa sente.

"A pessoa com fobia tem uma reação totalmente desproporcional àquela situação, ao perigo. Por exemplo, se uma pessoa tem fobia de barata e você a coloca de frente para uma barata, ela vai ter uma reação fisiológica, uma reação física, taquicardia, coração acelerado, palpitação, suor, medo mesmo, pavor como se tivesse de frente de um leão, de uma cobra, de um agente realmente agressivo", destaca Boechat.

Medo de altura

Especialistas afirmam que uma fobia pode se desenvolver por uma predisposição genética, por padrões de comportamentos, de aprendizado ou por traumas vividos. A jornalista Gabriela Ribeiro Leão cresceu no sítio da avó, onde havia grande diversisade de árvores frutíferas e muitas lagartas. Uma delas caiu no ombro de Gabriela e hoje ela não consegue ver o animal nem na televisão. "Olha, não é frescura. Muitas pessoas acham que é frescura, mas não é. Minha pressão cai, eu tenho tontura, me dá náusea, me dá enjoo, ânsia de vômitos, as mãos suam frio, eu fico trêmula", descreve a jornalista.

Além de mostrar o sofrimento das pessoas com fobias, o Caminhos da Reportagem ainda apresenta a diferença entre fobia, estresse pós-traumático e síndrome do pânico, e também discutir as diferentes formas de tratamento. A equipe do programa jornalístico da TV Brasil conversa com psiquiatras, psicólogos e terapeutas de linhas diversas como a terapia cognitivo-comportamental, florais de Bach, EMDR, hipnose, além do uso de medicamentos.

A produção também visita cursos especializados para pessoas com medo de água e trânsito, por exemplo. Com as técnicas certas, alguns alunos e pacientes descobrem que é possível conviver com seus medos, sem grandes perdas na vida.

Serviço:
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (23), às 22h00, na TV Brasil.

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